Análises

Dead Rising

O que você faria se mortos vivos ou zumbis levantassem e do nada começassem a devorar os vivos? Como você reagiria? Sim, esse é o tema do jogo DEAD RISING para o X360. Apostando na fórmula, sobre pessoas que se abrigam em um shopping center para tentar sobreviver a um holocausto zumbi a CAPCOM faz o seu debut no console da MICROSOFT. Como muitos já sabem, o termo ZUMBI ou MORTO VIVO começou a fazer sucesso quando o diretor George Romero lançou “THE NIGHT OF THE LIVING DEAD” preto e branco, colocando pessoas cercadas por um levante de mortos vivos e lutando para sobreviver.

Depois tivemos de Romero “THE DAY OF THE DEAD” e ainda “DAWN OF THE DEAD“, fechando a “trilogia dos mortos”. Bem mais tarde Romero lançou o “LAND OF THE DEAD” , fechando a sua obra, pena foi um filme fraco e sem graça. Mas melhor de tudo isso não são especificamante as obras antigas de Romero, mas sim todo o EXPLOIT que foi feito em cima do gênero zumbi.

O gênero ganhou excelentes filmes dos diretores Italianos como Luccio Fulcci com o seu famoso “ZOMBIE” e porcarias divertidíssimas do diretor Andrea Bianchi como “BURIAL GROUND” e seu Michael, o menino com cara de velho que é apaixonado pela mãe, no melhor estilo édipo. O interessante comentar que as refilmagens dos filmes de ROMERO são melhores que os originais. Tem milhares de filmes com o gênero, como zumbis atômicos, zumbis aliens, zumbis criados por vírus (Resident Evil?) ou fórmulas acidentais, que só podem ser mortos com tiro no cérebro, enfim todos sempre querendo a mesma coisa: CARNE HUMANA!

Em jogos é comum termos os zumbis como inimigos lentos fracos e que geralmente são os mais fáceis de matar. A CAPCOM não é a primeira vez que desenvolve um jogo com o tema. RESIDENT EVIL como todos conhecem, abordou a mesma temática e floreou com monstros e conspirações empresariais, bem diferente de onde foi baseado, afinal nos filmes os mortos geralmente levantam sem explicação alguma, e extendeu o jogo por varias versões sendo o preferido de muita gente. Com o tema “ZUMBI” exclusivamrente, jogos que se destacam são o “THEY HUNGER” que é um MOD de Half Life gratuito, colocando você contra hordas de zumbis sedentos de carne humana, orientada por história. DEAD RISING aproveita o bom sucesso que a “moda zumbi” gerou pelo lançamento de Romero e marca a estréia da CAPCOM na NEXT-GEN.

O início…

Frank West é um repórter investigativo acostumado com ação. Ele cobre geralmente conflitos armados, e soube que na cidade de Willamette o exército havia decretado quarentena na por motivos desconhecidos. Eis que ele decide verificar o que está acontecendo e se dirige até a lá de helicóptero. Ao chegar na cidade, vê o caos instalado, pessoas sendo atacadas e mortas nas ruas, e a possibilidade de revolta urbana é a primeira coisa que vem em mente, mas acontecimentos como pessoas sendo devoradas vivas fazem o caso ficar ainda muito mais estranho. Eis que nessa hora helicópteros militares aparecem impedindo que você continue a sobrevoar a cidade, mas Frank vê a aportunidade de uma grande história e pede para que seja deixado no telhado de um shopping center, dizendo ao piloto para que daqui a 72 horas volte para resgatá-lo. Então, Frank tem 3 dias para investigar o que está acontecendo na cidade. No telhado mesmo, encontra uma figura misteriosa, que fala apenas que todos estão mortos, e que o inferno chegou. Descendo do telhado você acaba indo para o saguão de entrada do shopping, onde pessoas mantêm afastadas os invasores, daí Frank vê uma estranha e bonita moça de cabelos negros, mas quando ele vai falar com ela, é interrompido e toma conhecimento que na verdade os atacantes são zumbis. Eis que ocorre a invasão do shopping por causa do “venerável amor de uma mulher pelo seu cão” e o shopping é invadido por hordas famintas de zumbis. Frank tem que abrir caminho a força para chegar até uma das áreas de manutenção do Shopping , próximo do telhado. Nessa área ele fica conhecendo os sobreviventes que passarão a integrar todo o mistério por trás da invasão dos zumbis…

Sem saber de nada, FRANK é abordado por uma garota, que pede a sua câmera para olhar as fotos, sem falar muita coisa sobre ela mesmo, e eis que uma foto tirada no saguão chama a atenção dela: a de um estranho senhor que estava na outra área do saguão de entrada do shopping. Ao final ela se identifica como Jessie, e deixa Frank falando sozinho. Otis, que é um dos funcionários da manutenção do shopping lhe fornece um rádio para lhe informar sobre sobreviventes ou qualquer acontecimento estranho, e eis que Frank sai e começa a investigar pelos arredores os motivos e razões por causa desse “zumbi holocausto”…

Dead Rising é o primeiro jogo da CAPCOM para a Next Gen e para o X360. De cara, uma das grandes sacadas foi mostrar o poder do console, de colocar muitos, mas mais muitos zumbis na mesma tela sem queda de performance. De passagem podemos dizer que é uma coisa impressionante mesmo, quantidades imensas (com até 300 zumbis na mesma tela) e com boa qualidade de definição e grande variedade de models de zumbis. O cenário é muito detalhado, boas texturas e definição aliado a um bom trabalho no design do shopping center. Cada área do shopping possui seu tipo de textura e detalhamento, sem muita repetição de cenários, para economizar tempo de programação. Nesse tipo de jogo é comum você sempre entrar em um lugar e ele ser como um carimbo, mudando apenas o banner de entrada por exemplo. Você pode ir em qualquer parte do cenário, sem restrições. A maioria são atingíveis, e mesmo que não tenha nada lá, podem ser alcançadas sem problemas. Isso é uma surpresa se tratanto com jogos japoneses que não dão geralmente muita liberdade para você pode se movimentar pelos cenários.

O cenário é imenso, tanto áreas internas ou externas e sempre abarrotados de zumbis, com frame sempre constante e sem quedas. A parte gráfica mesmo sem oferecer ao máximo os efeitos possíveis da nova geração como HDR por exemplo, coloca sombras projetadas em todos os modelos. A parte de ragdolls é boa, os zumbis se empurram e o peso dele derruba os outros, volta e meia você leva sustos quando caem zumbis que andam em áreas mais altas, caindo de cara no chão.

Uma coisa muito boa é estilo de renderização da pele dos personagens, e a parte de modelagem não é no estilo oriental de renderização, com peles mais lisas dando a impressão de serem bonecos de plástico. Nas cutscenes, a pele parece real, até mesmo os poros e linhas de expressão acentuadas dos personagens, bem diferente do habitual. Durante o jogo, as texturas dos personagens não é tão caprichada, e até alguns são bem grosseiros.

O jogo na maior parte do tempo, passa com música ambiente do shopping, e em alguma partes sem música, apenas com o som ambiente dos zumbis e os sons dos seus passos e da sua respiração ofegante, isso para aumentar a tensão do jogo., pois ao menor sinal os zumbis podem atacar, fazendo aquele grunhido característico causando susto e quebra da monotonia dos sons dos passos e da respiração para um ataque barulhento com sons gulturais e do seu esforço para se livrar. O jogo tem músicas incidentais ao enfrentar chefes, geralmente a trilha é um rockão nervoso bem de filmes de ação. A trilha sonora incidental foi bem escolhida, combina com o clima da luta. Os demais sons são padrões, feitos pelas demais armas do jogo coerentes com o tipo do material e o som de impacto dela.

Uma coisa negativa: as legendas das conversas no jogo são praticamente ilegíveis com uma televisão que não seja HDTV. A CAPCOM esqueceu que aqui no terceiro mundo agora que nós estamos tendo acesso a HDTV e mesmo assim o preço é salgado e temos que nos virar com cabo componente ou mesmo AV normal. A solução mais barata é adquirir um cabo de VGA HD BOX para o X360 e ligar no monitor do PC.

O que mais chama a atenção em DEAD RISING é o estilo livre de jogabilidade que ele oferece. O jogo tem uma história orientada, que seria a investigação de Frank aos eventos que causaram o holocausto e várias missões que são passadas por você pelo rádio. As missões possuem tempo específico para serem cumpridas indicadas por barras de cores. A cor varia de azul, amarela e vermelha, e representa do maior para o menor tempo. Se as barras chegarem ao final você perde a missão. Nenhuma missão é obrigatória, mas para acompanhar a história, as missões do jogo precisam ser cumpridas à regra. Mesmo se você falhar, o jogo pergunta se deseja continuar a jogar ou quer retornar para o último save. As missões variam de resgate a pessoas no shopping, a enfrentar pessoas que ficaram loucas com a situação dos zumbis, e elas sempre são informadas pelo rádio.

Para selecionar as missões, o acesso é pelo relógio de Frank, que indica quais as missões com o tempo mais crítico, sendo que muitas missões são cumpridas em horários específicos, geralmente as missões da história do jogo. Ao cumprir você tem um tempo para ficar andando pelo shopping resgatando pessoas ou explorando as lojas, trocando de roupa e etc. O mais interessante é que não é obrigatório salvar ninguém, nem mesmo levá-las para os security rooms. Vai da sua consciência. Alguns resgates são muito difíceis, e alguma pessoas precisam ser carregadas e outras precisam pegar na sua mão para que elas a acompanhem. Alguns querem enfrentar os zumbis e ficam cercados, ae ficam deseperados gritando seu nome. Essa é uma das partes tensas do jogo, sendo que às vezes você fica desesperado tentando salvar a pessoa, e mais e mais zumbis começam a te cercar. O jogo tem apenas um save, não tem checkpoints, e muitas vezes salvar a pessoa se torna um risco tão grande que você a abandona para não ser devorado pelos zumbis. Quando a pessoa morre, automaticamente ela se torna um zumbi e intrega a horda necrófila.

Os piores momentos são quando você está cercado, e alguém que está contigo é pego por algum zumbi e fica desesperado gritando pelo seu nome, e o seu rádio começa a tocar incessantemente. Isso realmente deixa qualquer um nervoso, pois Otis (quem passa as informações das missões) é chato e insistente. Muitas vezes você atendendo o radio é forçado a se defender de zumbis, e desliga o rádio. No mesmo momento Otis liga dando lição de moral. É fácil começar a praguejar na frente do videogame contra a insistência de Otis.

Devido ao pouco tempo que o jogo disponibiliza para as missões, sem chance de conseguir cumprir todas, alguns resgates são complicados e muitas vezes demandam mais tempo que as missões da história. As missões em que você enfrenta chefes são bem legais. São pessoas que enloqueceram no shopping e se afundaram no caos da situação, revelando o lado psicótico, como o palhaço com suas motoserras, a lésbica torturadora, o veterano do Vietnam louco, ou o psicótico que tem uma seita de seguidores suicidas. Aliás, esses podem te capturar, e ao ser capturado você será levado para outra parte do shopping perdendo todas as roupas e ítens, sendo que a morte é quase certa pois o local está todo tomado por fanáticos. Essa gama grande de possibilidades dão uma sobrevida enorme ao jogo, fazendo com que o replay value dele seja alto.

Frank ao cumprir missões, escoltar sobreviventes para os security rooms ou até mesmo adicionar sobreviventes para te acompanhar ganha pontos de experiência. Esses pontos de experiência fazem com que Frank fique mais resistente, mais rápido, mais forte e capacidade para levar mais itens, além de aprender novas técnicas de combate, que podem ser o famoso “Double Lariat” ou até mesmo “Sommersault Kick”, técnicas do Zangief e Guile. Ficar matando zumbis também aumentam a sua experiência, porém você precisa matar muitos, para oferecer o mesmo bônus ao salvar um sobrevivente por exemplo. Ao tirar fotos, você ganha experiência também. Dependendo do tipo de foto e da quantidade de pessoas, além de atributos como o close por exemplo, você ganha mais pontos. As fotos tem várias classificações, dependendo do que estar fotografando. Se você fotografar uma mulher que esteja em pose sensual, um decote por exemplo ela será classificada por “EROTICA”, e quando fotografar zumbis despedaçados é classificado como “VIOLENCE”. As fotos podem ser usadas no jogo em uma das missões, em que você disputa com um nerd fotógrafo e psicopata chamado KENT.

Quase tudo pode ser utilizado como arma. Desde vasos de plantas até motoserras. Algumas armas como o cortador de grama ou o carrinho de compras podem ser usados como arma melee ou dirigidas atropelando e despedaçando zumbis. Em DEAD RISING as armas melee são as que você mais irá usar, e cada uma possui um força e velocidade específica. Armas mais pesadas são mais lentas e bem fortes e armas mais leves mais rápidas são mais fracas, ou seja, padrão. Apertando o botão de ataque você tem um tipo de golpe, e segurando você tem um ataque mais forte. Segurando o gatilho direito dá pra arremessar o item que você tem na mão. Arremessar botijões de gás, caixas registradoras são golpes poderosos e mais usados para abrir caminho.

Uma coisa: o jogo NÃO foi feito para se utilizar armas de fogo. Mirar é bem difiícil e lento, além do que o direcional utilizado é o mesmo do de movimentação, confundindo muito no começo, e até se acostumar leva um tempo considerável, ainda mais se você precisar usar contra chefes.

O jogo oeferece conquistas variadas, como quantidade de zumbis mortos, cair de uma distãncia muito grande. É um dos jogos mais chatos para liberar conquistas, prepare-se para jogar muito até liberar a maioria.

 

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