Análises

Devil May Cry HD Collection

A série “Devil May Cry” foi uma das responsáveis por revolucionar no gênero de games de ação, isso há mais de 10 anos atrás lá no saudoso PlayStation 2. Originalmente criado para ser uma sequência de “Resident Evil” (percebe-se algumas heranças deixadas aqui), a série ganhou novas proporções e assim Dante, o estiloso caçador de demônios, passou a ter sua casa exclusiva em uma nova franquia. Três títulos foram lançados no PS2, alcançando um grande sucesso, e elevando o nome do jogo e do seu protagonista para o panteão dos campeões dos videogames.

Um novo DMC foi anunciado e deve ser lançado em breve, jogo esse que não é uma sequência, mas sim uma tentativa da Capcom de renovar a série e começar tudo de novo. A maioria dos fãs está com um pé atrás, pelo o que foi mostrado até agora. Para tentar acalmar os ânimos (e atrair novos fãs), a Capcom espertona resolveu lançar uma coletânea dos três primeiros games, refeitos em alta resolução, para PlayStation 3 e pela primeira vez (uhuuull), também para Xbox 360.

apesar da pequena melhora gráfica, o visual HD deixa a desejar

E você que já jogou essas coleções HD de outros títulos, sabe que geralmente as produtoras refazem os games com muito requinte e refinamento, afinal, estamos falando de clássicos aqui, e não queremos irritar os fãs. Então é o que podemos esperar de “Devil May Cry HD Collection”, certo? Infelizmente NÃO. Ao que parece, a Capcom estava com preguiça de dar um acabamento HD nos três games, e o que temos aqui é algo bem próximo dos originais do PS2 (que eram e continuam excelentes jogos), com adição de troféus e conquistas..

Sim, eles sofreram uma melhora gráfica, especialmente no design dos personagens, mas nada de muito relevante ou que possamos dizer que a Capcom/Pipeworks “se empenharam em sugar a capacidade gráfica dos consoles e dar aos fãs um visual refinadíssimo”. Os gráficos e texturas dos cenários e ambientes apresentam discrepâncias grotescas de fazer qualquer demônio chorar, como se fossem esticadas e colocadas ali num trabalho feito às pressas, sem qualquer preocupação de dar uma disfarçadinha nas “arestas” e “serrilhados” criados pela pixelização extrema. O desleixo fica ainda mais evidente nas animações das cutscenes, que poderiam ter recebido uma melhora gráfica bastante significativa, mas o que vemos aqui são personagens pixelizados quase na sua forma original. As cenas não chegam nem a ocupar a tela inteira de 1080p, tendo barras pretas nas laterais para encher o espaço (que também aparece nos menus dos três jogos). E falando em menus, uma vez que você entre num dos games, não é possível voltar ao menu principal, tendo que sair do jogo em questão para depois voltar. Poxa galera, cade a praticidade para mudar de um jogo para outro?

pra quem estava com saudades das tarjas pretas dos antigos games, elas estão de volta

Quem jogou os originais deve se lembrar das horríveis câmeras estáticas, que estão de volta para focar nem sempre o melhor ângulo de Dante, e assim dificultar o nosso trabalho de exploração e exterminação de demônios. Mas tudo bem, nada que não possamos nos acostumar.

Felizmente a jogabilidade, uma das maiores características da série, está lá intacta, com o seu maravilhoso sistema de combate dinâmico e fluído, com Dante carregando sua espada mágica e as suas duas pistolas de poder demoníaco. Ao jogador é permitido realizar uma série de combinações de ataques e movimentos que resultam em combos devastadores (bem diferente de um certo “Ninja Gaiden 3”). Ao avançar pelos games podemos conseguir novas armas e desbloquear novos movimentos para Dante, especialmente em “Devil May Cry 3: Dante’s Awakening – Special Edition”, tido para muitos como o melhor da série até hoje (e dos três, certamente é o mais bonito visualmente da coletânea).

faça os demônios chorarem, o sistema de combate continua intenso e fluído

Pra você que não conhece a série (em que caverna esteve vivendo?), aqui vai um breve resumo: no primeiro game da série nos é apresentado Dante, um cara meio humano/demônio, que possui uma agência de caça aos demônios, batizada de… Devil May Cry (ou “demônio pode chorar”). O cara possui uma personalidade insana, é sarcástico e sempre faz piadas, mesmo nos piores momentos. É tipo uma mistura de Homem-Aranha com Deadpool, com um toque demôníaco. Ele possui um irmão chamado Vergil, que possui personalidade totalmente oposta. Ele é frio e calculista e odeia os humanos… e o seu irmão (o típico gêmeo fodão que faz cara de bad boy e consegue mais fãs que o personagem principal). A história é meio louca e surreal, mas é exatamente esse universo tresloucado que agradou tanto aos fãs.

Já “Devil May Cry 2” não fez tanto furor como o primeiro, pois teve uma abordagem diferente, com uma jogabilidade mais lenta e não tão fluída, com o fator exploração muito mais presente (o jogo é ruim na verdade, estou sendo bem bonzinho). Além de Dante, é possível jogar também com Lucia, outra caçadora de demônios, mas como os dois possuem estilos muito parecidos, temos a sensação de estar jogando com o mesmo personagem e fica muito repetitivo.

todos os 3 jogos contam com visual e músicas sombrias para dar aquele clima “dos diabos”

Depois de perder alguns fãs com DMC2, a Capcom lançou o seu pedido de desculpas em grande estilo com o terceiro game, que volta aos conceitos do primeiro título, além de melhorar e inovar em outros aspectos, fazendo dele o melhor da série. Mesmo ainda hoje é um jogo que impressiona e dá aula de como se fazer um bom game de ação, com a combinação perfeita entre combate e exploração. E como é a edição especial que está no pacote, é possível ainda jogar com o irmãozinho badass Vergil (o que é muitooo legal!).

“Let’s rock baby!”

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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