Análises

Dirt 3

– Faça os adversários comerem poeira neste excelente e divertido game de corrida –

Os amantes de corridas alucinantes e “sujas” de rally já podem comemorar a chegada do terceiro título da já conceituada série “DiRT”, da produtora britânica Codemasters. Se você é mais um apaixonado por jogos de corrida, pode adicionar “DiRT 3” para a sua coleção, sem dúvida uma excelente opção, que consegue ainda inovar, e melhorar o que já foi mostrado nos dois ótimos jogos anteriores.

Com o dobro de pistas em relação ao seu antecessor e mais de 50 veículos disponíveis, os jogadores podem “levantar poeira” em localidades como Mônaco, Noruega, Aspen e as planícies ensolaradas africanas (com visuais lindíssimos), entre outros. Além de muita areia e desertos presentes nas trajetórias, pode contar com outros obstáculos da mãe natureza como chuvas torrenciais, tempestades de neve, nevoeiros serrados e alteração entre corridas diurnas e noturnas.

Sobre os modelos de carros, a Codemasters provavelmente vai agradar aos jogadores mais exigentes, disponibilizando um leque de veículos dos anos 60 em diante, entre eles o Ford Fiesta, o Delta Integrale, o Audi Quattro, o Renault Alpine, o Mini Cooper, além de caminhões e buggies. Os veículos são divididos de acordo com as suas modalidades, sendo o principal o modo carreira e outros como Rally Cross, Trailblazer, Gymkhana e Landrush – modos que explicarei mais adiante.

O modo carreira segue as características dos jogos atuais de corrida, ou seja, conforme vai avançando nas provas, o jogador/corredor recebe novos patrocinadores  na medida em que sua reputação vai aumentado, e assim novos e melhores carros são desbloqueados. Nas primeiras provas um carro padrão é usado nas corridas, mas depois é possível customizar (nada muito radical) e dar aquela “tunada” na máquina conforme o seu gosto pessoal, alterando elementos como a suspensão, altura do carro, entre outros num total de seis opções.

O modo carreira consiste de quatro temporadas bem diferentes entre si, com modalidades e cenários variados o que vai garantir que o jogo não caia em uma repetição monótona (são mais de 100 pistas!), problema existente em jogos mais antigos do gênero. A opção ‘Flashback’, que nos permite “voltar no tempo” de um trecho de uma corrida para assim consertar eventuais deslizes (como curvas mal feitas, batidas, capotadas, etc), está de volta, mas ele pode ser usado até cinco vezes, ao custo de alguns pontos de reputação (ou seja, quanto menos você usar, melhor).

Uma das novidades bem interessantes é o novo modo gincana, em que o jogador deve concluir objetivos específicos para ganhar pontos. Esses objetivos/desafios consistem em sua maioria na realização de ‘driftings’ e ‘donuts’ (ou ‘zerinhos’, como são conhecidos por aqui) em volta de objetos, ou realizar altos saltos ou destruir objetos com manobras malucas em pistas especialmente desenvolvidas para esta modalidade (que requer mais habilidade do que velocidade). Não pense que esses desafios são fáceis de serem realizados, especialmente quando devem ser feitos em ‘combos’, com corridas seguidas por driftings, seguidas por saltos e ‘zerinhos’, e ainda com o objetivo de impressionar a audiência. Há também o modo Rally Cross, corridas em arenas fechadas com pilotos tentando superar o tempo do outro em disputas tensas. Para os fãs de Off-Road, os modos Landrush e Trailblazer oferecem caminhões e outros veículos devidamente equipados para terrenos acidentados e corridas selvagens em circuitos fechados (somente o Landrush, o Trailblazer consiste de partir de um ponto e chegar a outro no menor tempo possível).

Há vários modos para dois jogadores (com direito a tela dividida, novidade na série), também disponíveis via multiplayer online, como o Transporter (uma espécie de capture a bandeira dos FPS, mas com carros), Invasion (consiga a maior pontuação batendo em alvos alienígenas) e Outbreak (um modo ‘zumbi’ para carros bem divertido, em que se deve infectar os adversários que tentam se esconder).

Os gráficos e visuais usam a engine Ego e são espetaculares (apesar de ser meio difícil parar para admirar os ambientes), especialmente os cenários desérticos da África, com lindos pôr-do-sol. Os ambientes possuem bastante vida com a flora e fauna em detalhes backgrounds, a plateia gritando, poeira levantando, chuva caindo entre outros detalhes. Corridas à noite são outro espetáculo visual, e mudam totalmente o estilo da corrida. O design dos carros também apresentam detalhes formidáveis, apesar de não ser um “Gran Turismo 5” ou ainda um “Need for Speed: Hot Pursuit(apesar desse último não possuir visão de dentro do cockpit).

E falando nisso, os controles são bem precisos e os comandos respondem bem aos seus dedos automobilísticos. Claro, o game está longe de ser um simulador que preza pela realidade, o que reina aqui é o estilo arcade, ou seja, acelere para ultrapassar os adversários e não se preocupe com batidas ou manobras perfeitas (tá, se preocupe um pouco, mas você entendeu o espírito da coisa né?). Porém, cada carro possui suas características e se comportam de maneira diferente nos terrenos, o que vai levar um bom tempo até os jogadores testarem todos os tipos de veículos. Jogadores mais arrojados podem escolher a visão de dentro do carro, visualmente incrível, porém bem mais difícil do que a visão externa. Além disso, pode-se escolher diferentes dificuldades, mudar o fator de danos do carro nas batidas (o que ajuda a aumentar o elemento simulação e que está com um sistema de física excelente no jogo) e ainda usar um modo de assistência para curvas e freagens, para facilitar as coisas para os novatos em corridas (até um macaco vira corredor de rally com essas opções ligadas).

Os efeitos sonoros também se apresentam de maneira formidável, com o ronco dos motores (geniais), os sons de colisões, batidas, derrapagens e outros detalhes que complementam a imersão do jogador nas corridas (como pedras sendo esmagadas pelos pneus, som do carro deslizando em areia, neve e água, por exemplo). Para completar, vários diálogos, especialmente de seus navegadores, ou co-pilotos, que ajudam dando dicas de curvas abertas, fechadas e assim por diante. Siga as instruções deles e você vai se dar bem. Porém há outras vozes mais chatas, como a do seu agente e mecânico, que ficam só chateando e não fariam falta nenhuma se ficassem quietinhos um pouco.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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