Dishonored chegou ao mercado em 2012 com a proposta de ser um game stealth em primeira pessoa. Aclamado e com milhões de cópias vendidas ao redor do mundo, uma sequência do jogo era aguardada desde então.
Dishonored 2 se passa 15 anos após o incidente que levou a morte da monarca Jessamine Kaldwin, mãe da atual Imperatriz, Emily Kaldwin. No aniversário de morte de sua mãe, a jovem regente sofre um golpe no governo que foi comandado por sua tia, até então desaparecida, Delilah. Neste momento cabe ao gamer escolher com quem irá jogar: Emily ou o já conhecido Corvo Attano.
Pai e filha tem poderes distintos que tornam a jogabilidade com cada um deles bem diferente. Enquanto Corvo tem a habilidade de parar o tempo por instantes, Emily consegue se duplicar para distrair o inimigo, por exemplo. Corvo é uma máquina de combate direto, enquanto sua filha é perfeita para ataques sorrateiros.
Para melhorar suas habilidades (runas) ou adquirir amuletos que lhe darão vantagens é necessário vasculhar o ambiente em busca destes objetos. Nem sempre é fácil, logo, se você quer ficar mais forte precisará explorar cada canto do cenário até encontrar o caminho que te leve ao artefato apontado pelo Coração guia (equipamento que funciona como uma bússola).
Se passando dentro de uma realidade Steampunk, o game impressiona com seus belos gráficos, cenários detalhados e com uma arquitetura semelhante ao estilo Vitoriano. As cidades foram pensadas nos mínimos detalhes, chamando a atenção do lado de fora e por dentro das construções, com objetos curiosos de design inteligente que fortalecem a ideia de que Dishonored 2 tem um universo próprio e completo.
A dublagem do jogo chama atenção, principalmente por contar com uma equipe bastante conhecida. Nada de dublagem amadora por aqui. O áudio da dublagem também foi bem ajustado estando em sincronia com o som do ambiente, mantendo a mesma qualidade da versão original.
A inteligência artificial dos inimigos é formidável, e até no nível de dificuldade mais baixo é preciso pensar estrategicamente, caso não queira se meter em confusão. Subir em pilastras, parapeitos, ou se se esconder debaixo das mesas, são alguns exemplos do que seu personagem pode fazer. A eliminação de adversários segue o mesmo ritmo: de um discreto nocaute a uma mutilação silenciosa, você decide. Só tome cuidado para não deixar evidências por aí, então jogar o corpo no mar, escondê-lo nas sombras ou numa lata de lixo pode salvar sua pele.
Falando em salvar, se tem algo negativo neste jogo é o checkpoint, que às vezes salva o game em situações muito desconfortáveis, como no meio de uma briga, por exemplo. Isso força o jogador a selecionar o ponto salvo anterior. Além disso, não existe o restart level quando se está jogando pela primeira vez.
A Arkane Studios mostrou mais uma vez sua competência e fez de Dishonored 2 algo maior e melhor que seu antecessor. O jogo em sim é impecável e uma das melhores experiências single player do ano. A chance de jogar com dois personagens estimula o desejo de iniciar uma segunda campanha assim que se termina o título pela primeira vez, bem como a diversidade em ataques e caminhos secretos estimulam a exploração do jogo. Que venha Dishonored 3.