Análises

Dragon Quest V: Hand of the Heavenly Bride

Independente do gosto pessoal dos fãs e da publicação de alguns títulos com qualidade duvidosa, a união entre as antigas rivais Squaresoft e Enix (agora conhecidas pelo nome único de Square-Enix) trouxe vários benefícios aos jogadores, especialmente quem gosta de remakes. Em anos recentes foram lançadas repaginações de vários títulos antes restritos ao mercado japonês, que finalmente ganham traduções de respeito e agora estão disponíveis a um leque maior de pessoas.

Dentre as várias opções de remakes disponíveis, Dragon Quest V: Hand of the Heavenly Bride se destaca por oferecer a primeira oportunidade que os fãs da série tem de conferir este capítulo totalmente em inglês. Embora este seja a segunda vez que o título recebe uma maquiagem nova (a primeira sendo a versão para Playstation 2, que infelizmente ficou restrita ao Japão), somente esta versão para o Nintendo DS permite finalmente vivenciar um dos melhores jogos da série.

História envolvente

O principal motivo pelo qual Dragon Quest V era tão esperado no ocidente é justamente pela história que se destaca pela forma como é contada. Embora siga o mesmo padrão dos outros títulos da série, em que inevitavelmente o jogador terá de se confrontar com alguma força milenar que ameaça a paz do mundo, este capítulo oferece muito mais identificação com os personagens, aos quais o jogador se vê bastante apegada ao final do jogo.

Como é tradição em jogos com o nome Dragon Quest, você assume o papel do típico herói mudo com um nome definido pelo jogador. Após uma pequena introdução que mostra seu nascimento, o jogador é transportado para um barco e descobre que está voltando para casa após uma longa jornada junto a seu pai, Pankraz.

As primeiras horas de jogo são dedicadas à explorar as mecânicas básicas de jogo, sem desenvolver muito o roteiro – situação que muda após cerca de 5 horas de jogo, quando o pai do herói é morto em batalha e revela que sua mãe está viva, mas escondida em algum lugar. Depois de ficar preso durante 10 anos trabalhando como um escravo, você finalmente encontra a chance de escapar e tentar encontrar suas origens, além de descobrir uma trama maior que envolve uma série de forças malignas.

O que diferencia Dragon Quest V dos demais capítulos da série é que, apesar do personagem principal não ter muita influência direta sobre os acontecimentos (a não ser durante as batalhas, afinal ele é um protagonista mudo), todos os elementos da trama continuam girando em torno dele de forma eficiente. Acompanhar o herói desde seu nascimento até a idade adulta, quando já possui filhos próprios, também complementa a experiência e dá ao jogador a impressão de que realmente enfrentou os desafios que surgem e participou de forma ativa no desenrolar da história.

Uma série com tradição

Quem já jogou qualquer título da série Dragon Quest não terá dificuldade alguma em se acostumar com a jogabilidade deste capítulo. Enquanto não explora cidades e conversa com NPCs, o jogador utiliza seu tempo explorando labirintos com temáticas diversas ou se divertindo com alguns elementos opcionais, como o cassino ou as batalhas entre monstro.

Muitos podem reclamar que, ao contrário da série extremamente popular Final Fantasy, Dragon Quest não evoluiu muita coisa em relação ao primeiro jogo. Afinal, o sistema de batalhas continua utilizando o velho esquema de turnos com uma perspectiva em primeira pessoa – porém, os críticos parecem ignorar que, mesmo com o peso da idade, o sistema funciona muito bem.

Para adaptar o jogo à realidade de um sistema portátil, algumas decisões foram tomadas para facilitar aventurar-se em períodos menores de tempo. Além do ritmo das batalhas ter sido acelerado em relação ao material original, o jogador pode salvar a partida em qualquer ponto dos labirintos – porém, retomar a aventura faz com que os dados gravados naquele instante sejam perdidos.

Porém, vale lembrar-se de que Dragon Quest V mantém as características próprias do jogo de console do qual foi adaptado. Ou seja, prepara-se para ter de enfrentar labirintos bastante extensos (especialmente nas horas finais de jogo), que requerem uma boa dose de tempo para serem completados – portanto, tenha a certeza de sempre manter seu DS carregado ou com uma fonte à disposição.

Ao contrário de outros títulos que tiveram o nível de dificuldade diminuído em sua transição para sistemas portáteis, Dragon Quest V pode ser bastante rígido com os jogadores. Embora as batalhas por turno sejam constantes, o avanço de níveis ocorre em ritmo lento e é preciso gastar vários períodos de treino para sobreviver ao mundo do jogo – especialmente na hora de enfrentar os poderosos chefes que surgem em momentos-chave da trama.

Gráficos e trilha sonora

Assim como em Dragon Quest IV: Chapters of the Chosen, Dragon Quest V optou por uma estética que utiliza sprites em 2D para mostrar os personagens e objetos, enquanto os cenários são feitos de forma totalmente tridimensional.

Embora o DS tenha provado que é capaz de produzir gráficos mais detalhados, o resultado geral não incomoda e é bastante semelhante ao de Dragon Warrior VII, capítulo da série lançado para o primeiro Playstation. O destaque fica para a animação fluída apresentada durante as batalhas, com cada inimigo tendo visuais e golpes próprios muito bem animados, mesmo que limitados.

Assim como se tornou padrão nos jogos da série, a trilha sonora é muito bem produzida, embora sinta-se a falta de algum tema marcante que fique na cabeça após várias horas de jogo. Já os efeitos sonoros são os mesmos de qualquer outro Dragon Quest, dando uma maior integração entre os vários capítulos da série. É claro, para aproveitar ao máximo a parte sonora do jogo é obrigatória a utilização de fones de ouvido de qualidade.

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