Análises

Dragon’s Crown

Quem se lembra daquela época onde você se reunia com os amigos e ia jogar fliperama? Alguns destes jogos eram bem populares, pois você conseguia jogar com até 4 pessoas simultaneamente. Era o jeito mais fácil e divertido de terminar o jogo sem gastar muito dinheiro. O foco de Dragon’s Crown é justamente esse, resgatar este estilo de jogo pouco lembrado nesta geração de videogames.

Criado pela competente Vanillaware, produtora de jogos como Odin Sphere e Muramasa: The Demon Blade, Dragon’s Crown é uma mistura de beat’em up, o popular “briga de rua”, com RPG, ambientado em um mundo que lembra e muito o de Dungeons & Dragons.

Você pode escolher entre 6 classes de personagens distintas: Fighter, Sorceress, Amazon, Dwarf, Wizard e Elf. Todas elas têm seus pontos fortes e baixos, inclusive o jogo até recomenda quais classes se adequam a cada tipo de jogador, do mais experiente até aquele que nunca jogou algo assim antes.
Graficamente o jogo é estonteante, dos cenários até a animação dos personagens. Tudo cuidadosamente desenhado à mão. Os efeitos dos ataques especiais como magias também são lindos. Haverá momentos que muito possivelmente você irá admirar algum detalhe em especial, seja do cenário ou de algum personagem. O público masculino com certeza irá prestar atenção especial nos dotes avantajados da Sorceress e da Amazon. Esse tipo de traço, inclusive, é bem comum em diversas animações japonesas e jogos voltados para o público, pois, convenhamos, chama bastante atenção! 

A fórmula de jogabilidade utilizada neste jogo é bem conhecida, contudo, foram adicionados elementos a mais, como, por exemplo, a possibilidade de você trocar o equipamento do seu personagem, lojas onde você pode comprar itens, um lugar onde você pode comprar habilidades novas a medida que vai evoluindo seu personagem e também existem missões secundárias que você pode fazer para ganhar dinheiro, experiência e pontos de habilidade. Tudo que existe em qualquer bom RPG está presente em Dragon’s Crown. Há também uma taverna onde você pode salvar seu progresso, trocar de personagem ou recrutar aliados controlados pelo videogame para te ajudar.

Ao longo da jogatina, você notará também que existem pontos brilhantes nos cenários onde você usa o analógico direito para tocar e pegar algum tesouro, que lhe darão pontos os quais ao final da fase serão convertidos em experiência para seu personagem. Em certo momento você também terá acesso a runas, que quando combinadas em uma certa ordem, concederão algum tipo de bônus à você e seu grupo. Infelizmente é meio chato ter de ficar clicando no cenário usando este método do analógico, pois é um pouco impreciso. Na versão Vita, basta tocar na tela, o que é muito mais rápido e prático. Existem também baús que, quando são abertos, lhe dão dinheiro e às vezes alguma arma de apoio, mas sempre lhe fornecerão algum item que poderá ser equipado no seu personagem ou vendido em troca de ouro após o término da fase.

Existem ossadas que você também pode recolher e ressuscitar na igreja da cidade, para que sejam convertidas em personagens controlados pela IA os quais mencionei anteriormente. Você pode escolher se quer ou não a ajuda deles, bastando alterar as opções na taverna. Em certos momentos, acredite você irá precisar e muito do auxílio deles.

Dragon’s Crown é um jogo fácil de aprender e bem difícil de dominar. À medida que você progride nas 9 fases que o jogo possui, a dificuldade dos inimigos aumenta, abrem-se dois caminhos para você escolher na fase, aparece um novo chefe e os tipos de inimigos também mudam aonde você está. Combine isso com a jogabilidade e sistema de recompensas e terá algo bastante viciante nas mãos. Eu já estou com mais de 25 horas jogadas e ainda existe uma tonelada de conteúdo para ver.

Para se ter uma ideia, ao terminar o jogo uma vez, abre-se um nível de dificuldade novo onde o nível sobe até 65 e terminando este modo, abre outro onde o nível vai até 99. Lembra muito o clássico Diablo neste aspecto, onde existe algo similar. Com novos níveis, abrem novas missões e consequentemente caem itens mais poderosos.

Outra coisa bacana que você abre a partir da metade do jogo é um sistema de jogatina contínua, onde você faz uma fase e tem a opção de fazer outra em seguida sem voltar para cidade. O legal disso é que você ganha, por exemplo, bônus na experiência adquirida ou nos tesouros que achar. Além disso, você também vai para uma tela de acampamento onde pode preparar comida para você e seus companheiros, estas as quais aumentam seus atributos para a fase seguinte. 

E os chefes? As batalhas contra eles são uma mais divertida do que outra. Algumas delas são verdadeiros desafios. Uma hora você se vê lutando contra uma medusa gigante e em outra contra um imenso dragão que destrói tudo em seu caminho. Dependendo da situação, se você não estiver bem preparado, será feito em pedacinhos pelo chefe da fase. E tem mais, alguns deles, se você demorar demais para matar, muda também o modo como a fase termina e, consequentemente, a recompensa que você ganha.

O tipo de classe que você escolher para encarar tudo isso vai depender mais mesmo é do seu estilo de jogo. Amazon, Dwarf e Fighter são para quem gosta de pancadaria, sendo que o Fighter também oferece bastante suporte para o grupo com suas habilidades de defesa enquanto que a Amazon e Dwarf são para aqueles que preferem apenas sair quebrando tudo. Sorceress e Wizard têm magias de destruição, contensão e suporte, enquanto que a Elf utiliza um arco e flecha tradicionais que oferecem um alto grau de dano aos inimigos. À medida que você vai jogando, novas habilidades vão sendo destrancadas por você. 

A trilha sonora do jogo não é das melhores. Ela não empolga muito durante as batalhas. O mesmo pode-se dizer das vozes dos personagens. O ponto forte deste aspecto em minha opinião são os efeitos sonoros, muito bem feitos e contribuem para o clima das batalhas.

O sistema de menu se mostrou um pouco confuso para mim no começo da jogatina, mesmo porque o jogo não libera todas as suas características de cara, mas sim aos poucos enquanto você joga. Leva-se um pouco de tempo até se acostumar com tudo, de equipar os personagens a navegar pela seleção de fases. Passado este tempo de adequação, tudo fica ok, mas deveria ser algo mais simples e direto

A história de Dragon’s Crown não empolga nenhum pouco. Ela se passa em um lugar chamado Hydeland e seu objetivo principal é impedir que um mal antigo acorde e destrua o mundo. A narração dela é ótima, mas sinceramente, duvido de alguém que se lembrará dela ao terminar o jogo. Ela existe, mas é uma mera coadjuvante aqui.

Existe um modo online cooperativo, mas ele só fica disponível depois que você termina uma fase de nível 17. Creio que a Vanillaware fez deste modo para que os jogadores já se encontrem sabendo como jogar, embora seja uma explicação que muitos acharão um tanto controversa, pois o cooperativo off-line fica disponível desde o começo do jogo. Há também um modo PvP que você libera quando termina o jogo uma vez e um modo de desafios chamado de Labirinto do Caos, onde você precisa passar por provações uma mais difícil do que a outra para obter recompensas.

Quem tiver tanto a versão PS3 quanto a do Vita, poderá utilizar o arquivo de jogo salvo de um em outro, o que é bastante prático. Infelizmente esta é a única compatibilidade entre as duas versões. Convenhamos, este é desses jogos que é quase que obrigatório existir um sistema cross-play também.

 

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