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Dreamcast, o sonho da SEGA que acabou


O Dreamcast foi o último videogame produzido pela Sega, o primeiro 128-bits. Saiu de produção prematuramente em janeiro de 2001, marcando o fim definitivo da gigante Sega nas arenas de produção de consoles. Ainda hoje o aparelho tem um número muito grande de fãs. Saiba tudo sobre o DC, do lançamento aos últimos dias, uma matéria completa sobre o console que permanece como o símbolo maior da empresa que um dia já brilhou com seus videogames.

Por Kazin Mage.


Blackbelt… Dural… Katana… DREAMCAST!

Seria esse o nome do aparelho que iria soerguer de vez o nome da Sega entre suas iguais na indústria do entretenimento. Nada mais de apanhar da concorrência. Nada mais de sentir aquele forte vazio no peito, aquela incômoda e espaçosa lacuna que só poderia ser preenchida por uma franquia Sega. Sonic, Phantasy Star, Shining Force, Streets of Rage, Golden Axe… (que saudade!) Havia chegado a hora da desforra, de içar novamente a bandeira da Sega entre as mais queridas e renomadas companhias… Porque era essa a missão do Dreamcast. E porque os velhos tempos estavam de volta, junto com a glória de aparelhos como o Mega Drive e o Master System.

Último videogame lançado pela Sega, o Dreamcast foi uma tentativa de reconquistar o mercado de consoles caseiros através de um atraente sistema “next-generation”. O console trazia um número muito grande de novidades para a época — era o primeiro videogame a incluir um modem “built-in” e um suporte para jogos on-line –, além, claro, de ter um hardware superior a tudo o que havia naquela estação de videogames, desenvolvido com o objetivo de superar o Sony PlayStation e o Nintendo 64. E assim o DC veio ao mundo, 15 meses antes do Playstation 2, e dois anos antes do GameCube e do Xbox.

O potencial do Dreamcast era amplo, mas o aparelho herdara uma missão muito difícil. Era grande a má reputação de seu predecessor, o Sega Saturn, e fazia tempo que o nome Sega não era capaz de agradar muitos consumidores e entusiastas da mercadoria-entretenimento. Os meses passaram e chegava o Playstation 2 às lojas. E com ele os sonhos de reconquistar o mercado foram definitivamente sepultados, junto com os planos da Sega de lançar um novo console.

A verdade é que, com o atual reinício de uma nova era de videogames a que estamos assistindo, sentimos alguma falta do nome Sega no ramo da produção dos consoles. E, aproveitando, aqui apresentamos a vocês esta matéria especial, uma retrospectiva, vamos repassar os momentos mais marcantes do DC, da entrada nas lojas ao prematuro fim de produção. Monte novamente seu console, separe os GDs com os melhores jogos, tire a poeira dos VMU’s… E aproveite a viagem.

O Início do Sonho

As coisas não andavam realmente muito tranqüilas para o sistema 32 bit da Sega. No início, tudo parecia bem: o ingresso do Saturn causara uma boa impressão nos jogadores da época e havia conseguido exceder o Super Nintendo e o 3DO em vendas tanto no Japão quanto nos EUA. Mas o tempo foi passando… E o Playstation (futuro gigante do mercado de games por duas gerações consecutivas) fora lançado. Foi assim que o Saturn lentamente começou a perder espaço para o videogame da Sony e, fora do Japão, também para o aparelho de cartuchos Nintendo 64.

Como era de se esperar da Sega (ela sempre fazia isso), a empresa não tinha nenhuma intenção de estender por muito mais tempo a vida de seu filho malsucedido. Estava decidido: o Saturn não iria muito além. Havia chegado, portanto, a hora de desenvolver um sucessor para o videogame de 32 bit da Sega. Naquela época, a empresa do ouriço azul tomou uma decisão que era incomum para a empresa: contratou alguém de fora da companhia para desenvolver o novo videogame da Sega.

Tatsuo Yamamoto, da “IBM Austin”, iria liderar o projeto de desenvolvimento do console de nova geração da Sega. Foi aí, contudo, que se descobriu algo, no mínimo, curioso: um grupo japonês da Sega, liderado por Hideki Sato, também estava desenvolvendo um novo videogame, e obviamente não queria abrir mão do seu projeto. E assim, curiosamente, dois grupos diferentes passaram a disputar o desenvolvimento e a concepção do hardware que futuramente viria a ser conhecido por todos nós como “Dreamcast”.

O projeto do grupo japonês, liderado pelo designer Hideki Sato, consistia num processador “Hitachi SH4” com o processador gráfico “PowerVR”, desenvolvido pela “VideoLogic” (que hoje se chama “Imagination Technologies”) e produzido pela NEC. No início, o aparelho recebeu o codinome “Dural” e, depois, “Katana”. Já o hardware do grupo americano, de Tatsuo Yamamoto, consistia num processador IBM/Motorola PowerPC 603e com um processador gráfico chamado 3Dfx Voodoo 2. Esse projeto foi inicialmente batizado de “Black Belt”.

Finalmente, em julho de 1997, foi decidido que o projeto japonês “Katana” seria o formato escolhido, e a partir de então recebeu o nome de “Dreamcast”. Mas essa decisão não foi tomada sem gerar certa revolta do outro lado. Tanto que, em setembro de 1997, a 3Dfx registrou um processo contra a Sega, a NEC e a VideoLogic, alegando “quebra de contrato”. As empresas, por fim, tiveram que saldar e acertar suas contas.

Mas, passado o pequeno desgaste, tudo estava bem. O aparelho estava pronto. O Dreamcast conheceria o mundo, e o mundo conheceria o Dreamcast. As expectativas eram boas: o console seria um sucesso. E tudo acabaria bem.

O Lançamento

O console começou a ser produzido e comercializado em 27 de novembro de 1998 no Japão; em 9 de setembro de 1999 nos EUA (data que foi explorada nos comerciais de lançamento: 9/9/99); e em 14 de outubro do mesmo ano na Europa. O slogan usado para promover o aparelho nos EUA foi “It’s thinking”, e, na Europa, os comerciais diziam: “Up to 6 Billion Players”.

Mas, infelizmente, somos obrigados a constatar que, até nos comerciais, a Sega falhou. Claro que a expectativa gerada pelo lançamento de um novo videogame é sempre alta, mas os comerciais antes do lançamento não davam nenhuma informação concreta, além de não mostrar qualquer seqüência in-game de jogos que iriam figurar no console. O Dreamcast iria estrear novidades em excesso para a época. Em face disso, os jogadores obviamente precisavam de mais informações.

Todavia, o Dreamcast fez muito bonito em vendas no seu primeiro ano de vida. Tanto que é considerado o hardware mais bem-sucedido da Sega. Somente nos Estados Unidos, o aparelho atingiu o recorde de 300.000 unidades vendidas antes do lançamento, em “pre-order”. A Sega chegou a vender 500.000 consoles em apenas duas semanas (incluindo os 225.000 pedidos nas primeiras 24 horas — um novo recorde em vendas de um videogame, que só seria quebrado com o lançamento do PS2 no ano seguinte). Infelizmente, justamente por causa das rápidas vendas, a Sega não teve condições de fornecer todos os aparelhos solicitados pela altíssima demanda. Mas a empresa confirmou que havia conseguido $98.4 milhões com as vendas do Dreamcast depois do seu lançamento em 9/9/99.

O lançamento do console na América passou. Agora, era dever da Sega demonstrar as capacidades do Dreamcast nas lojas. Esse encargo foi cumprido com méritos (depois do lançamento, a Sega realmente tentou fazer tudo direitinho). A exibição de jogos legais como Sonic Adventure, Soul Calibur, Power Stone e Hydro Thunder ajudaram o Dreamcast a ser bem-sucedido em seu primeiro ano no mercado. Mas aqui, infelizmente, a Sega teve de padecer uma perda séria: a Electronic Arts — também por causa de seus prejuízos durante a era Saturn — abdicou do suporte ao Dreamcast, o que deixava o aparelho sem a ajuda dos populares games de esportes da empresa. A linha de jogos “Sega Sports” tentava compensar essa carência.

Apesar de todas essas tribulações, o primeiro ano de vida foi muito bom para o DC. Sonic The Hedgehog ainda era o astro do seu próprio aparelho, e não um coadjuvante em consoles de outras companhias, estrelando games insossos e de má ou duvidosa qualidade. A Sega ainda respirava tranqüila. Mas a concorrência já estava começando a preparar seu arsenal. Os outros consoles estavam chegando. E o Dreamcast, infelizmente, não teria peito para encarar essa guerra.

O Fim do Sonho

Abril de 1999. Era anunciado o Playstation 2, um console que tinha uma campanha de marketing extremamente forte. Logo de cara, o aparelho já apresentava uma vantagem em relação ao nosso querido Dreamcast: havia compatibilidade com os games de seu predecessor, o PlayStation. O que deixava alguns pensando: como seria legal poder jogar pérolas do Saturn (Panzer Dragon, Shining Force, Burning Rangers) no Dreamcast — ao menos seria uma forma de ter dado algum reforço e alento à bandeira de espiral laranja.

O PS2 seria lançado só em março de 2000. Mas a simples menção do novo console da Sony, um ano antes de seu lançamento, foi suficiente para desviar da Sega os holofotes da imprensa especializada. Diante da situação, a Sega tentou ser esperta (e realmente foi): começou a mostrar ao consumidor o potencial on-line do Dreamcast — enquanto usuários de PS2 não iriam à grande-rede até o final de 2002. Surgiu o revolucionário Phantasy Star Online que, além de espantar pelo ineditismo do fator on-line, ainda carregava o nome do lendário RPG da Sega!

Mas não deu certo. O público americano estava muito mais interessado na capacidade do PlayStation 2 de executar a mídia de DVDs. E, por fim, surgiu a famosa “traição”. A Electronic Arts anunciou o suporte de suas franquias ao PS2. Tudo deu errado, as coisas começavam a desmoronar. Todos esses fatores, aliados à perda de suporte que a Sega tinha sofrido durante a geração 32 bit, falta de suporte das softhouses, falta de confiança do consumidor no nome Sega, ausência de compatibilidade com jogos do Saturn, tudo fez com que as vendas do Dreamcast se tornassem quase miseráveis nos EUA.

Mas a surra ainda não havia terminado. Afinal, em 2000 foram anunciados o Microsoft Xbox e o Nintendo GameCube. Foi o último suspiro do bom e velho DC. Afinal, a Sony e a Microsoft — fontes inesgotáveis de dinheiro — eram adversários cruéis. A Sega, depois de um período de grandes prejuízos, não teria condições financeiras para prolongar uma campanha de marketing em favor do Dreamcast. O sonho acabou.

Em 31 de Janeiro de 2001, a Sega anunciou o fim de produção do Dreamcast a partir de março daquele ano, mas alegou que um número entre 50 e 60 jogos em produção ainda seria lançado. Apesar das esperanças dos fãs, a companhia não revelou planos para o lançamento de um sucessor “next-gen” para o Dreamcast. O jogo acabou. Já não havia mais fichas na mesa da Sega. Aquela foi a última aposta da empresa no mercado de consoles domésticos.

Apesar de a Sega ter anunciado o fim prematuro do aparelho, 10 milhões de Dreamcast’s ainda foram vendidos naquele ano. Curiosamente, apesar de estar realmente “morto” logo no início de 2001, alguns jogos ainda continuaram sendo desenvolvidos e lançados, especialmente no Japão. Particularmente, foi a Treasure que fez uma “canção de glória” em honra à morte do aparelho: lançou Ikaruga, um jogo imensamente aplaudido e aclamado pela crítica e pelos fãs do gênero “Space Shooter”.

Altos e Baixos do Dreamcast

O Dreamcast — hardware que hoje, morto, tem ainda mais fãs do que teve em vida — tem importância histórica no contexto do entretenimento digital. Ele marca não somente a saída da Sega, uma das antigas soberanas do mercado de jogos, da primeira divisão das produtoras de videogame, mas é também o primeiro console doméstico da história a estrear um processador 128-bit, além de ser também o pioneiro dos serviços on-line para usuários de videogame. O aparelho estreou muitas novidades, antes desconhecidas pelos fãs de games, o que, sob esse ponto de vista, nos deixa bastante confusos quando pensamos que um hardware tão auspicioso e de lançamento tão bem-sucedido teve um final tão triste.

Infelizmente, eu fui um dos muitos que não adquiriu um Dreamcast logo na época do lançamento, nem mesmo quando o console ainda estava em produção. Cheguei, sim, a adquirir um DC usado, alguns anos depois do fim de produção do aparelho. Hoje, com um DC na estante, depois de ter experimentado muitos dos jogos do último sistema Sega, sinceramente me arrependo de não ter comprado um antes, de não ter dado uma chance para a Sega apesar de tudo, e hoje posso, sem muito embaraço, dizer:

O Dreamcast é um bom videogame, com bons jogos, bons acessórios, que valia à pena apesar de tudo. (Tenho a impressão de que não sou o primeiro, nem o último, a dizer isso.)

E aqui vai uma breve análise do sistema:

Além de ser, na época, uma plataforma poderosa, 128-bit, um novo degrau numa nova estação de videogames, de trazer um pacote inicial robusto, com modem e disco Web Browser inclusos, outra das grandes qualidades do Dreamcast era a excelente qualidade de seus ports de arcade, o que se devia em grande parte às similaridades entre os hardwares Dreamcast e Naomi. Os jogos do DC não recebiam muitas reclamações na parte de gráficos e, por causa dos 8MB de V-Ram do console, não se verificava, nos seus jogos, a freqüência indesejada dos malditos “serrilhados” (o DC era um hardware competente, ainda tenha sido o primeiro e mais simples dos 128-bit).

Ao invés de ter jogos em mídias de CD-Rom, como o PlayStation ou predecessor Saturn, o Dreamcast tinha seu próprio formato de mídia: o GD-Rom, que tem quase o dobro da capacidade do CD-Rom padrão. A nova mídia, como era de se esperar, não conseguiu impedir as práticas de pirataria, que foi um dos grandes problemas enfrentados pelo Dreamcast em sua conturbada carreira, já que o console não tinha nenhum bloqueio para jogos gravados em CD-R. Apesar de a fragilidade do GD-Rom ter gerado algumas críticas, existia um ponto muito positivo nesse tipo de mídia para aquela época: a ótima qualidade do áudio, o que tornava muito bom jogar num volume surround elevado, mais ainda quando se tinha um sistema stereo de qualidade.

Mas as capacidades on-line, não sem motivo, foram durante algum tempo a grande vedete do Dreamcast. No primeiro ano de vida do console, apesar de a Sega ter prometido uma network on-line que ofereceria suporte para muitos games, apenas Chu Chu Rocket, um joguinho de puzzle com ratinhos bem legal, foi produzido com suporte on-line. Contudo, o Dreamcast tinha conexão com a internet desde o lançamento, o que permitia o envio de e-mils, navegar na grande-rede a 56K, baixar mini-games para VMU etc. Em setembro de 2000, finalmente, a Sega lançou sua network gratuita e oficial: o Sega.net. A partir de então, vinte títulos do DC passaram fazer uso dos serviços do Sega.net., como Quake 3: Arena, Unreal Tournament etc. O jogo on-line mais popular do Dreamcast era, como bem se pode imaginar, o aclamado Phantasy Star Online, que tinha um número imenso de usuários. Posteriormente, a Sega chegou até mesmo a lançar uma versão 2.0 para o game.

Um dos elementos do Dreamcast que recebeu maiores críticas foi o design do controle, bem diferente, até um pouco bonito (pra quem sabe apreciar =P), mas que pode realmente se mostrar um pouco desconfortável em certos tipos de jogo. O controle é polêmico, há também os que o apreciam bastante, dizem até que é perfeito, exato, design bem acabado, coisa de videogame que tem muitos fãs. O controle possui quatro botões de ação principais, além dos dois gatilhos na parte de trás, R e L, lembra até o layout do Super Nintendo. Além do direcional “control pad” padrão, há também um “analog stick” para movimentação 3D. O curioso desse design é a presença de dois locais de encaixe (o que deixa o controle com um formato meio atarracado), um para o Visual Memory Unit (VMU) e o outro para o Jump Pack, acessório de vibração para intensificar as impressões e efeitos do game.

Um dos acessórios únicos e mais marcantes do Dreamcast era o VMU, que era, convenhamos, um charme adicional. Além de apresentar as funções de um memory card padrão, o VMU também tinha uma telinha e alguns botões. O acessório tinha funções criativas em certos jogos, e também funcionava como mini-game.

Quanto a sua biblioteca de jogos, o Dreamcast é bem variado e balanceado, com alguns títulos muito criativos, outros bastante tradicionais. Apesar de seu curto período de vida, desde a insana data 9/9/99 até o final de produção em 2001, o Dreamcast teve cerca de 250 jogos lançados na América do Norte, com pelo menos um ou dois games decentes para cada gênero: ação (Outrigger, Sonic Adventure, GTA2, Rayman 2), horror e sobrevivência (Blue Stinger, Resident Evil Code: Veronica), fighting games pra dar e vender (Soul Calibur, Virtua Fighter 3TB, Dead or Alive 2, Marvel vs. Capcom 2, Garou), RPGs (Skies of Arcadia, Grandia 2, Shenmue 1 & 2, PSO), shooters em primeira pessoa (Quake III: Arena, Unreal Tournament), simuladores de corrida (Sega GT, Tokyo Xtreme Racer), além de títulos únicos de tão novos, como Samba de Amigo e Jet Grind Radio. Abaixo, nossas recomendações de jogos para quem, apesar de tudo, ainda pretende adquirir um bom console: Dreamcast, o saudoso, o inoxidável, o imortal, o hoje e sempre amado, antes e depois do fim, o pioneiro dos 128-bits… o último console da Sega…

Ikaruga
A pedida perfeita para todo e qualquer fã de Shoot-‘Em-Up. Aliás, a biblioteca de jogos do DC é muito generosa para os entusiastas desse gênero. Sem meias palavras, Ikaruga é um shooter perfeito, com um nível de desafio estimulante.
Sonic Adventure
Sonic Adventure, apesar de alguns bugs e problemas com a câmera, ainda era uma aventura digna do célebre ouriço da Sega. Além da típica velocidade do personagem, a criação de Chao e os minigames ofereciam, além do término da história, uma opção bem legal para os fãs do personagem.
Soul Calibur
Era um pedaço de arte no seu Dreamcast. Se a versão arcade já era legal, Soul Calibur recebeu um “port” no DC com aperfeiçoamentos gráficos e outras vantagens. Pra quem tinha o console, era obrigatório.
Skies of Arcadia
Skies of Arcadia era uma das potências do Dreamcast no gênero RPG, desenvolvido pela divisão Overworks da Sega. Aclamado pela crítica, SoA se destacava por seus gráficos cheios de estilo e por ter uma ambientação mais leve. Por se tratar de um conto de piratas, o jogo oferecia uma opção de jogo menos carregada, mais leve, ideal para quem queria se livrar um pouco das ambientações “cyberpunk” ou “dark fantasy”, todas influenciadas pelo fenômeno Final Fantasy VII. É um RPG tradicional que, ao mesmo tempo, consegue quebrar alguns moldes. Legal de jogar.
Phantasy Star Online
Phantasy Star Online foi um verdadeiro marco na história da Sega. Além de conferir ao designer Yuji Naka prêmios como “Game Developers Choice Awards”, o jogo foi muito bem-conceituado por crítica e público, e levou os donos de Dreamcast à Internet.
Shenmue 1 e 2
Tudo começou com a idéia de um jogo chamado “Virtua Fighter RPG”, na época do Saturn. Depois o projeto evoluiu, e passou a se chamar Shenmue — mas ainda era para ser lançado no Saturn. Tempos depois, com o insucesso desse console, o projeto acabou migrando para o Dreamcast. Criado pelo grande mestre Yu Suzuki da divisão Sega-AM2, Shenmue pode ser enquadrado em três gêneros diferentes: Modern Action Adventure, RPG e FREE (Full Reactive Eyes Entertainment). O game era realmente revolucionário. Suzuki acabou criando um novo gênero para o jogo, FREE, que oferecia ao jogador um nível de interatividade e liberdade inigualável naquela época. O segundo game da franquia é uma outra obra-prima que serve tanto para ostentar a capacidade do Dreamcast quanto como sinal representativo da evolução do gênero RPG. Apesar de o segundo capítulo não ter saído do Japão para os Dreamcast’s americanos — somente no Japão e Europa –, os fãs precisam encontrar um meio de jogar! É imperdível.
Crazy Taxi 1 e 2

“Portado” dos arcades para o Dreamcast em 2000, esse é um jogo em que você controla um táxi cujo objetivo principal é pegar fregueses e levá-los ao seu destino no menor tempo possível. O objetivo é simplesmente ganhar dinheiro executando manobras e feitos escandalosos com o carro, agradando aos fregueses. O game é primariamente um jogo no estilo “score attack”, em que o único objetivo é acumular dinheiro. O segundo jogo, ainda no DC, trazia algumas mudanças, mas os jogadores da primeira versão ainda podiam “sentir-se em casa” em relação ao gameplay.

Capcom vs. SNK 2
Ótimo Fightng Game 2D. Trazia algumas renovações e mudanças legais na série. Parece desnecessário dizer que os fãs de Fighting Games 2D podiam ficar mais do que saciados com o Dreamcast.
Sonic Adventure 2
O sistema de gamplay rápido marcava o jogo Sonic Adventure 2, transformando-o numa das experiências de jogo mais marcantes de seu tempo. As fases de Sonic e Shadow eram unanimemente as melhores. As de Dr. Eggman e Miles, até dava pra curtir… Mas parece que todo mundo queria pular as fases com Knuckles e Rouge.
Street Fighter III: Third Strike
Não desapontava nenhum fã da série. Um bom e refinado fighting game 2D.
Resident Evil Code: Veronica
Quarto game da famosa franquia de horror e sobrevivência da Capcom. Foi o primeiro game da série a ser originalmente desenvolvido para um sistema 128 bit. É um dos primeiros jogos da série, antes de Resident Evil 4, a apresentar ambientes poligonais em lugar dos backgrounds estáticos e “pré-renderizados” que caracterizavam a série. Apesar disso, o jogo não explorava as possibilidades cinematográficas desse tipo de recurso, já que os ângulos de câmera permaneciam estáticos — o que não introduzia muitas diferenças em relação a games anteriores da série, mas também não fazia de “Code: Verônica” um jogo pior. No geral, era um belo game.
Dead or Alive 2
Lançado no primeiro semestre do ano 2000, Dead or Alive 2 apresentava uma tecnologia mais apurada que a de seu predecessor, com gráficos e jogabilidade aprimorados.
Jet Grind Radio
Uma das adições mais legais à biblioteca de jogos do Dreamcast. Anunciado no evento Tokyo Game Show de 1999, Jet Grind Radio gerou bastante atenção e curiosidade pela crítica e público. Afinal, o jogo faria uso da técnica “cel-shading” — que, nunca é demais explicar, dá aos gráficos o aspecto de um desenho animado –, muito incomum naquela época.
Grandia II
Outro dos principais RPGs do Dreamcast. Desenvolvido pela famosa Game Arts, Grandia 2 é um anime/RPG no típico estilo japonês, com gráficos 3D de alta qualidade para a época, além de boas vozes e músicas. Além da história e do sistema de batalha, Grandia 2 chamava atenção por causa da trilha sonora, com partituras compostas pelo aclamado compositor Noriyuki Iwadare.
Power Stone 1 e 2
Power-Stone é um jogo de luta da Capcom que fez bastante sucesso no Dreamcast. Por ser um game para até quatro pessoas, tinha um gameplay louco, selvagem, desordenado, muito bom para jogar com pessoas embriagadas… =D
King of Fighters Dream Match 1999
A série KoF não fazia feio no Dreamcast. E esse era um jogo muito bom para fãs de fighting-games 2D.
Record of Lodoss War
Outra opção para quem buscava uma variedade de RPG mais distinta da velha cartilha de produção japonesa. Era divertido, especialmente para fãs de Lodoss. Obviamente, comparações com o Diablo da Blizzard são inevitáveis…

Comercial do Dreamcast:

Kazin Mage

Amante de RPGs japoneses.

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