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Estúdio brasileiro Revolver fala mais sobre seu jogo Valgard em entrevista exclusiva

Valgard and The Armor of Achilles é um jogo brasileiro que está sendo desenvolvido para PS4, Xbox One e PC por uma pequena, porém competente desenvolvedora situada em Porto Alegre, chamada Revolver Game Studio.

O jogo chamou nossa atenção por se parecer muito com clássicos como Knightmare do MSX e Elemental Master do Mega Drive. No game, você é o guerreiro Valgard numa missão para Odin, na qual precisará desbravar as terras da Grécia Antiga para encontrar e recuperar a lendária Armadura de Aquiles, que é guardada pelo Deus Hephaestus.

Procurando saber mais a respeito do jogo, conversamos com Gabriel Dagostin, responsável pela parte técnica artística do game. A entrevista, muito interessante não apenas para você que quer saber mais sobre esse título nacional e a Revolver, mas também para quem busca trabalhar desenvolvendo jogos, pode ser lida abaixo.

GameHall: Primeiramente, eu li no site de vocês que a Revolver no começo fazia apenas divulgação de games. Como ocorreu a mudança para tornar-se uma desenvolvedora?

Gabriel Dagostin: Na verdade o termo descrito no site, “Advertising Games”, é usado para jogos feitos para propaganda. Nós sempre fomos desenvolvedores, mas, no início, fazíamos jogos para empresas (entre elas, Coca-Cola e Fiat) divulgarem seus produtos. Desde o princípio havia o desejo de desenvolvermos o primeiro jogo próprio, o Valgard, mas era preciso arrecadar o dinheiro necessário para manter a empresa antes.

GH: Conte mais a respeito de seu jogo Valgard and The Armor of Achilles. De onde surgiu a ideia para criá-lo?

GD: Primeiro veio a ideia de criar um jogo com gráficos e gameplay modernos, mas que trouxesse um sentimento de nostalgia aos jogadores que curtiam jogos Shoot’em Up, gênero que estourou nas décadas de 80/90 e começou a sumir com o tempo. O tema de um Viking enfrentando espartanos e criaturas místicas veio da paixão que temos, como time, pela história e mitologias Nórdica e Grega.

GH: Qual está sendo o maior desafio no desenvolvimento desse game?

GD: A falta de recursos. Mesmo sendo uma equipe pequena, constantemente temos que lidar com a falta de dinheiro para contratar serviços terceirizados, equipamentos, passes para eventos, etc.

GH: Quais características são necessárias para se desenvolver um jogo de qualidade?

GD: Acima de tudo, compromisso e vontade. Todos os dias encontramos novos obstáculos na produção do jogo, sejam financeiros ou técnicos (afinal, 80% da nossa equipe tem pouca experiência na área) mas, com estas duas características, qualquer um desses problemas pode ser vencido.

GH: Que tecnologias estão sendo empregadas na produção do game?

GD: O jogo está sendo desenvolvido na Unreal Engine 4. Ela oferece uma quantidade imensa de recursos que facilitam e ajudam o desenvolvedor na hora de criar um jogo, praticamente todos os recursos vistos em jogos AAA atualmente. Alguns outros programas que são essenciais no nosso dia-a-dia são Photoshop, 3ds Max, Substance Painter, entre outros.

GH: Além de Knightmare do MSX e Elemental Master do Mega Drive, há outros títulos clássicos nos quais vocês buscaram inspiração?

GD: Os dois jogos citados foram as principais inspirações, mas também buscamos alguma referência de gameplay no jogo Sonic Wings, para SNES.

GH: Vocês informaram que Valgard sairá para PS4, Xbox One e PC. Existe a possibilidade dele ser lançado em outras plataformas, como por exemplo o Switch?

GD: Sim, na verdade estamos tentando fechar contrato com a Nintendo para lançar o jogo também para Switch. Pelo menos atualmente, o processo deles é mais lento que com a Sony ou Microsoft, mas se recebermos o sinal verde, o port é certo.

GH: Vocês estão trabalhando para lançar o game em que data, aproximadamente?

GD: Ainda não temos uma data certa, mas estamos trabalhando para lançar o jogo na metade do ano, aproximadamente.

GH: Haverá uma demonstração jogável disponível para o público antes do jogo sair?

GD: Talvez sim, mas seria apenas nos consoles. Para PC, por causa do nosso contrato com a publisher, o jogo será lançado completo, de uma vez. É possível jogar o Valgard, porém, nos eventos que participamos. Em outubro do ano passado estivemos na BGS, onde pudemos mostrar o jogo para vários jogadores que o receberam de forma incrível, e em março deste ano, vamos estar na GDC, em San Francisco, também para divulgar o game.

GH: Que dicas você dá para quem é iniciante e está pensando em entrar no mercado de desenvolvimento de jogos?

GD: Um bom pensamento para quem está começando é procurar saber que tipo de desenvolvedor você quer ser. Empresas grandes que produzem jogos AAA possuem centenas de funcionários, cada um assimilado à tarefas bem específicas. Já empresas menores (a Revolver, por exemplo) que contam com um numero pequeno de funcionários, precisam que os mesmos exerçam uma quantidade mais diversa de tarefas. Para ambas opções é preciso estudar muito, mas, no caso da primeira, o ideal é focar em uma área específica, enquanto na outra, em áreas diferentes. Outra dica muito importante: não fique apenas nos cursos – FAÇA jogos! Participe de Jams, reserve um tempo para projetos próprios, sua experiência vai crescer muito e seu portfólio também!

GH: Há algumas considerações finais que você gostaria de compartilhar com os jogadores?

GD: Tem sido um longo caminho desde que iniciamos a produção de Valgard and the Armor of Achilles. Artes foram feitas e refeitas, níveis foram feitos e refeitos, códigos foram feitos e refeitos. Participamos de incontáveis eventos nos quais pudemos recolher as opiniões e feedbacks de jogadores e outros desenvolvedores. Cuidamos calmamente de cada detalhe para que o produto final carregue aos jogadores tudo o que sentimos sobre o game. Nós esperamos que o público encontre em Valgard um novo meio de diversão e que possam compartilhar estes momentos com amigos e familiares.

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