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Ex-empregado da Rockstar reclama de abusos e manipulação durante produção de Red Dead Redemption

Red Dead Redemption abocanhou o prêmio de melhor jogo do ano na premiação Video Game Awards, sem dúvida um reconhecimento merecido, já que o game é excelente em todos os seus níveis. Mas você faz alguma ideia de como foi difícil trabalhar em sua produção?

Um produtor, Zero Dean, que trabalhou na Rockstar durante o desenvolvimento do jogo, abriu a boca e contou os “podres” em seu blog pessoal (mas o post já foi retirado do blog), queixando-se de abusos e manipulação dos chefes.

Veja abaixo um relato dele sobre a produção de Red Dead Redemption:

“Não foi até ao meu primeiro ano na companhia que as pessoas começaram a se assustar com o tempo de produção do projeto, o quanto dinheiro tinha sido desperdiçado, e – esta é maior delas todas – datas de lançamento,” escreveu Zero Dean.

“E foi aí que o aumento no engano e manipulação pela administração começou – lentamente no princípio – e depois com o tempo ficou tudo completamente maluco (pelas minhas normas).”

“Se o que estava acontecendo no escritório fosse filmado, teria dado uma grande comédia na perspectiva do espectador. Lamentavelmente, era a vida real e um inferno para muitas pessoas – as pessoas falavam sobre querer sair, mas não podiam porque tinham filhos, ou uma hipoteca, ou a economia estava mal e ninguém estava contratando.”

Dean relata que as coisas foram piorando, e que ele teve de trabalhar 12 horas por dia durante seis dias por semana.

“A moral continuava a se deteriorar e as mentiras a aumentar. Todos estavam no limite. E falavam conosco nas reuniões como se fossemos uns incompetentes com 10 anos de idade,” queixou-se ele.

Em uma certa altura, Dean ficou responsável de criar a parte do México no jogo. As coisas pioraram ainda mais quando ele enviou um email para a sua equipe de três pessoas, dizendo que a data limite era irreal.

“Alguns minutos depois fui chamado para uma reunião e submetido a juramentos e gritos durante cerca de 10-15 minutos por um ‘Eu obviamente mando aqui’ que era, vamos dizer, não muito popular entre alguns – ou talvez a maioria – dos funcionários com quem contactava.”

“Senti que de alguma forma tinha sido transportado para o exército naquele momento.”

“Era normal mentirem e nos manipular no local de trabalho. Era normal a administração falar para nós como se fossemos crianças. Era normal se a administração gritasse e abusasse das pessoas enquanto os seus colegas olhavam (eu não era o único). Era normal que a vida real estivesse a fugir como um resultado de tudo isto.”

“Não foi até o meu patrão ficar com os créditos do meu trabalho – e argumentado educadamente acerca de quem o tinha criado (tinha os documentos originais no meu ambiente de trabalho) – que voltei para a minha sala e comecei a limpá-la – Depois percebi que não estava limpando, mas sim empacotando as coisas.”

Zero Dean terminou dizendo “Obrigado Rockstar. Ensinou-me exatamente como eu nunca quero gerir um negócio ou tratar os empregados (ou seres humanos)”.

As alegações podem até não ser verdadeiras (afinal, não ouvimos o outro lado da história), mas certamente ambientes de trabalho “escravo” e chefes malas é o que mais existe por aí… e você que achava que trabalhar com games era mamata… ou que o seu chefe é o único mala do mundo…

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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