Final do CBLOL, um dia para se recordar

League of Legends - CBLOL - paiN Campeã

Eu já estava chateado pelo fato dos ingressos para a final do Circuito Brasileiro de League of Legends (CBLOL) ter esgotado tão rápido. Eu havia tentado comprar, mas não consegui. Aquela tela com a mensagem de que não tinham mais, era muito triste. Eis que uma luz surgiu ao longo da jornada e consegui adquirir uma entrada para a tão aguardada final.

Eu jogo League of Legends, e vejo alguns jogos dos campeonatos, tanto nacionais quanto internacionais. Porém, não acompanho exatamente os times e seus jogadores. Mas ai você me pergunta “ué, e por que toda essa ansiedade para a final?”. Bom, League of Legends é um jogo que está ajudando a impulsionar o cenário de e-sports no país, e todos os gamers deviam compreender essa potência proveniente da Riot Games.

Eu comecei a jogar esse MOBA (Multiplayer Online Battle Arena), depois de ver uma foto da final de um campeonato mundial, que foi realizado em um estádio de futebol, em algum canto do planeta Terra. Era um enorme estádio, com muitos espectadores, metade da multidão estava coberta por uma luz vermelha a outra por uma luz azul. Um enorme telão e os computadores para os cyberateltas estavam cenograficamente montados em um palco. Eu pensei “Nossa, que isso!?”, “Mas que coisa impressionante!”. Comecei a jogar videogames na época em que eles eram incompreendidos, e ver tamanha grandeza desse universo me deixou espantadamente curioso. Na verdade, eu já tinha ouvido falar a respeito desse game, o tal de League of Legends, LoL, Lolzinho.  Eu nunca imaginei que fosse acabar jogando, tinha até certo preconceito antes, confesso, quando falavam que era um derivado de DotA (Defense of the Ancients). Aquela imagem foi bastou para eu me ingressar nos campos da justiça.

E no sábado passado (08/08) foi a minha vez de comparecer pela primeira vez em uma disputa profissional de League of Legendsa final do CBLOL, que foi realizada (adivinhem?) no Allianz Parque, ou o estádio de futebol do Palmeiras assim como na foto que me fisgou para o game. Ao me aproximar, já via uma movimentação de pessoas com chapéus de Teemo, camisetas dos times que iriam disputar uma chance de irem para o mundial. O dia estava bonito, ensolarado com o céu azul.

League of Legends - CBLOL - Allianz Parque - São Paulo

A caminho das catracas, havia uma torre de defesa em tamanho real, que já deixavam todos ainda mais no clima. Após verificarem meu ingresso, eu avancei pela catraca, e staffs entregavam sacolas personalizadas com alguns brindezinhos, como adesivos do jogo, pulseiras de cores diferentes, por exemplo, uma azul, escrito “#CBLOL” e “Meio”, outra amarela só que ao invés de “Meio” estava “Topo” (meio e topo, fazem referência às posições de jogo, respectivamente mid e top). Tinha uma fita de tecido também, uma espécie de porta crachás. E por fim um par de bastões infláveis, item com forte presença durante todo o evento, feitos para fazer barulho, uma espécie aplauso atômico.

O evento estava lotado, e com a sacola de brindes em mãos, eu subi as escadas que dariam acesso a minha cadeira numerada, no meu respectivo setor. Ao sair na parte da arquibancada, alguns segundos que determinavam um momento único de apreciação, que mais pareciam extensos minutos dentro da minha cabeça, ao olhar a imensidão do palco, arena, telões, luzes e todas aquelas pessoas.

“Posso lhe ajudar?”, um staff diz apontando o dedo para o meu ingresso, e então eu já estava de volta em consciência. Direcionado pela moça, eu fui até o meu assento. Antes de iniciarem o evento, nos telões os apresentadores já interagiam com a plateia, notificando sobre algumas informações, tal como um link direto para ver como estava uma das salas de cinema ao qual seria exibido em tempo real a final. E em um momento a tela ficou escura e muitos ruídos e barulhos encerraram. Uma contagem regressiva, auditivamente e visualmente impactante surge na tela. Ao término, um vídeo começou a ser mostrado junto com um pequeno grupo de orquestra ao vivo. Em seguida apresentação dos temas de Amumu, Gnar, Draven e Karthus, todas muito bem feitas e empolgantes.

Eis que chega a vez do evento principal, a disputa entre as equipes finalistas, PaiNGaming e INTZ. Ao subirem no palco, ambas são muito aplaudidas e logo os jogadores tomam seus postos. Com o início da partida, a plateia está em praticamente muda, uma grande movimentação inicia quando um possível “firstblood” está perto. E quando definitivamente ocorre, ou seja, quando o primeiro campeão é abatido, gritos e barulhos ecoam pelo Parque Alianz. A partida segue assim, com a plateia calma, ao qual se exalta em momentos como TFs (Team Fight, quando os campeões de ambas as equipes se encontram para lutar em grupo), tentativas de derrotar o Dragão ou Barão Nashor (são NPCs que quando eliminados oferecem vantagens passivas para os campeões), destruição de inibidores e os tão aguardados “GGs”. GG é uma gíria gamer,que significa bom jogo, “Good Game”, e em League of Legends retrata a destruição do Nexus ou o término da partida.

A disputa tinha um formato de melhor de cinco, ou seja, quem ganhasse três partidas seria a vencedora. Na primeira, estava bem disputado, mas aos 30 minutos do jogo era um pouco previsível já que a PaiN ganharia. A segunda foi a mais tensa, cheia de reviravoltas e totalmente imprevisível, mas novamente a INTZ teve o seu Nexus destruído.

CBLOL 2015 - Placar Parcial - Foto

A terceira e última partida foi a mais previsível, a INTZ não teve um bom desempenho logo de início, e a PaiN continuou em ótima sincronia, garantindo a sua vaga para tentar uma vaga no campeonato mundial de League of Legends.

O que eu consegui analisar durante as três partidas, é que a meu ver a INTZ tinha uma fórmula de jogo baseada no ganho de território. Eles sempre tinham um foco em destruir as torres e avançar, conquistavam as rotas muito bem. Porém a PaiN, por sua vez, tinha uma ótima TF, e mesmo que na maioria das vezes estivesse com um número menor de Torres destruídas, as mortes garantidas nas brigas em grupo reforçavam seus campeões, garantindo posteriormente o domínio da partida. A PaiN agia agressivamente para garantir mortes para a equipe, realizavam jogadas arriscadas como os “dives”, ao qual se avança mesmo com a presença de uma torre defensiva. Amas jogaram bem, mas a PaiN conseguiu se sobressair e conquistar o troféu brasileiro de League of Legends.

O evento foi muito legal, e isso reflete o crescimento do e-sports no Brasil. A final chamou atenção de emissoras que noticiaram o acontecimento, como no Jornal Hoje e Fantástico da Rede Globo. Parabéns e obrigado à todos os envolvidos, foi emocionante!

Bruno Pequeno

"Fã de games desde a época em que eles eram incompreendidos. Me explodo em alegria quando vejo antigos preconceituosos de games atualmente degustando, elogiando e se encantando com esse universo fantástico. Classic trained real gamer, ou, aquela pedra no seu sapato do modo VS.

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