Análises

Gargoyle’s Quest II

Gárgula demônio entra em ação.

Durante o fim da década de 80 uma empresa chamada Capcom fazia muito dinheiro com joguinhos de ação para a plataforma com maior sucesso da época, o Nintendo 8-bits, da empresa homônima chamada Nintendo. A partir do começo da década de 90 ela começa a trabalhar mais nos ideais de seus jogos e desenvolve Gargoyles’s Quest para Game Boy. O jogo narra as aventuras de um Gárgula que em seu mundo deve cumprir certos objetivos para poder livrar-se do “grande” mal. A partir de um enredo bobinho de certo aspecto, porém diferente dos outros começa uma grande saga que simplemente usou como alça o enfoque de uma outra série da Capcom, o Ghouls’n’Ghosts, aonde o cavaleiro Arthur deve salvar sua amada princesa das garras de um demônio. A jogabilidade é realmente muito semelhante.

Caramba, é até chato explicar isso, pois todo gamer deve ter essa “não-ignorância” ao olhar um game de Nintendo. Sim, o game é limitado, mas isso não quer dizer que ele é ruim! Se imagine vivendo em uma ou duas décadas no passado, ou relembre aquela sua linda infância aonde o Brasil nunca antes teve uma economia tão louca com inflações, preços e filas de desempregados tão grande! Pronto, creio que com isso você conseguirá se localizar e tentar, pelo menos (damn, i beg you, try so much as you can!), conseguirá jogar o game numa felicidade e vontade de fechá-lo que até mesmos seus parentes, sim a resguardada Vovó também com seus valores antigos, se assustariam. Por fim você estará no Mirc com um nick parecido com RetroBoy, RetroGirl, RetroGay, RetroDog, RetroCat, RetroTable, RetroClock… Sorry, me empolguei.

A história de Gargoyle’s Quest pega uma alça na história de seu prodecessor, e desta vez o jogo lhe trata como um leitor de gibizinho que já conhece o passado do herói e, portanto, não gasta mais folhas da revista explicando o que ocorreu, o que deixou de ocorrer e como, quando e se com ou sem camisinha o Peter Parker transava com a Mary Jane! Apesar disso vou-lhe colocar por dentro da história do game (assim com um pouco de detalhes somente revelados em Demon’s Crest, sequência direta deste game para Super Nintendo e Gargoyle’s Quest de Game Boy).

Em uma realidade gamística (sim, existem diversos mundos, pense que como cada cartucho fosse um sistema solar, com vida no terceiro planeta e com a maldita dúvida se o Harr… er.. os alienígenas existem ou não!) diz-se que o universo é dividido em duas dimensões, o Human World, mundo dos humanos (não, não existem mundo dos elfos, nem dos anões e nem dos hobbits… CALMA, SÓ NESSE GAME!) e o Demon World, mundo dos demônios. Acredite, existem em ambos os mundos habitantes bons e habitantes ruins. Tendo essa visão como contexto de nossa aventura existe um demônio no Demon World, chamado King Breager, que cobiça pela conquista das duas realidades, porém, existe alguém que quer ver seus planos arruinados e viver em Paz neste mundo demoníaco. SIM! Não é o vizinho, e sim você, o demônio Firebrand que deve caminhar de sua cidade natal até o palácio de Breager e destruí-lo. Porém a caminhada até lá é longa, o Demon World exibe planícies enormes, diversas locações a se visitar e muitos demônios, que Breager está conseguindo controlar, a se enfrentar!

Falando graficamente o jogo exibe gráficos muito bonitos e trabalhados. Primeiramente falando quanto aos cenários, que nunca até então foram tão variados, você pode ver isso claro no mapa, que exibe muitas variações, de penhascos tão profundos que são preenchidos por um fundo negro e assustador. Destaque para as fases, que apesar de serem poucas e repetirem algumas vezes os ambientes, principalmente aquelas pontos de travessia de uma região a outra, conseguem ter uma variedade impressionante, passando de cavernas e palácios, a florestas e catacumbas. Quanto as cidades também é bom comentar, estas exibem grande quantidade de detalhes, pena que em sua maioria são extremamente pequenas e as coisas que nelas oferecem são poucos, se limitam a uma certa quantidade de demônios a se conversar, um demônio que troca Vials por um Malstrom, geralmente um Rei, e casinhas e mais casinhas todas iguais.

Os personagens são únicos e muito bem-feitos, Firebrand é muito engraçado se souber olhar ele direito, o sorriso dele ao mesmo tempo diabólico tem ar de zuação! Durante sua jornada você encontrará poucos personagens especiais, e é possível contá-los nos dedos, o Dark King que possui o rei de uma certa cidade, o Rei e a Rainha de uma outra cidade que lhe concedem seus poderes, a bruxa que consegue mixar dois itens em um para que você possa prosseguir em sua aventura, você, o Rei Breager e só! As animações do jogo são bem legais, Firebrand conta com diversas possíveis posições (frames… lembre-se de Dragon Quest… personagens com 2 frames… GAAAAHHHH!!!), é capaz de voar, grudar na parede, soltar magia, e cada uma das cinco exibe uma animação única!

Os inimigos apesar de se repetirem algumas vezes, são bem variados, tanto em estilo quanto em cor, afinal na época memória era algo que contava, então para gastar menos eles simplesmente mudavam a cor do inimigo e o nome. Existem aqueles aéreos, como fantasmas e morcegos, alguns terrestres como Zumbis, Múmias e guerreiros e também alguns áquaticos. Sim, durante o game você enfrentará água, porém não tão profunda quanto em Demon’s Crest que era capaz de lhe afogar, nesses ambientes você encontra alguns peixes, e por fim alguns que fazem parte do cenário, como obstáculos, algumas lanças que saem e entram na parede, em um muro bem vertical aonde você deve escalar e escalar e escalar.

Quanto aos chefes podemos dizer que são muito singulares, possuem características, fraquezas e poderes especiais próprios, e cada um requer uma forma diferente para se derrotar. Por exemplo o Mago que usa a imagem de Firebrand contra ele, você deve esperar ele ficar na forma de Mago para atacar, pois na forma de demônio você sofrerá o dano! Já contra Breager você terá de atacar somente a cabeça, e desviar de seus tantos projéteis e ataques que ele possui.

Durante sua jornada você terá dois aspectos do game: 1. exploração; 2. ação! A exploração se dá por meio do mapa do Demon World, das cidades, cavernas, palácios e as mais variadas locações. Já a ação ocorre nas fases, que muitas vezes são pontos especiais que determinam o seu avanço no game, ou seja, você está lá para completar alguma missão.

Quanto a exploração posso dizer que ela é bem ampla. Primeiramente consideremos o mundo até interativo, devido a quantidade de possibilidades que você pode fazer nele. Durante a sua jornada você encontrará diversas cidades, e nestas existem casas e palácios, com habitantes, geralmente um Rei e um demônio que lhe dará uma Maelstrom (a sua vida extra no game, crédito, rest, life, chance…) em troca de 15 a 20 Vials com uma cara de abóbora de Halloween! Para encontrar estas aqui basta vasculhar o mapa mesmo ou durante as fases você as encontrará. O problema é a limitação do número de Maelstrons à 9.

Os quests do game não primam em complexidade, mas exigem um pouco de raciocínio, nada o que um garoto alfabetizado não faça (considerando a língua inglesa). Por exemplo, o Rei precisa do item x que está em tal lugar com fulano, e do item y que está em outro lugar com beltrano, para assim lhe dar certo o item que liberará a passagem para o próximo estágio.

Examine bem e veja como o game é simples, porém bem planejado: para um quest eles envolveram quatro locações! Bem, agora falando quanto a ação podemos dizer que ela é bem quente, afinal Firebrand terá de usar suas cinco magias e todas as suas habilidades nas mais diversas fases. Suas magias são específicas para certas ocasiões e determinarão muitas vezes seu avanço no game. Por exemplo a magia normal, que tem poder baixo sobre os inimigos porém não lhe proporcionará nenhuma vantagem, já outras como a magia-plataforma, lhe proporcionará a oportunidade de se manter sobre ela alguns instantes, e nela você poderá atingir lugares mais altos, e outra é a Buster, que dará a você a chance de detonar rochas pela fase, liberando novas passagens.

Sua interação com a ação do jogo é básica, afinal o game é bem limitado, porém é até vasta, aonde Firebrand é capaz de pular, voar por alguns instantes, atacar, grudar na parede e andar, e só! Um dos aspectos que mais lembra um RPG neste game são seus atributos que se resumem ao life, que são os corações (numa somatória de 8 em total), a asa que lhe permitirá voar por mais tempo e o pulo que permitirá a você voar mais tempo, num total de 5 níveis. Para conseguir estes níveis não pense que matando os inimigos ganhará experiência para atingir outro nível não, basta completar os quests que os personagens da trama lhe concederão estas tão procuradas habilidades. Ah! Antes que eu me esqueça o game também possui equipamentos como a garra e a armadura e da mesma forma que as habilidades, são conquistados através da trama, ou vencendo aqueles monstrinhos que ficam dando sopa no mapa!

Spider

RPGs do Super NES são os melhores, ponto final.

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