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God of War: Ghost of Sparta

A maior surpresa envolvendo a produção de God of War: Ghost of Sparta, é justamente o envolvimento da produtora Ready at Dawn no projeto. Isso porque, após o sucesso que foi Chain of Olympus, a equipe responsável pelo jogo havia anunciado que estava se afastando do desenvolvimento para portáteis e ia focar esforços no Playstation 3. Felizmente essa decisão foi revista, resultando naquele que possivelmente é o melhor título do PSP.

Em God of War: Ghost of Sparta, novamente o jogador assume o controle do guerreiro espartano Kratos. A história se passa em um momento entre os dois jogos da série para o Playstation 2, e apresenta um pouco melhor os motivos que iniciaram a rebelião do herói contra os deuses do Olimpo. Claro, tudo isso em um jogo recheado de muita ação e com muitos litros do sangue de criaturas mitológicas jorrando pela tela.

O guerreiro das profecias

Mesmo após derrotar Ares e se transformar no novo Deus da Guerra, Kratos permanece insatisfetio. Apesar das promessas de Atena, o herói ainda tem que conviver com pesadelos constantes que não o deixam esquecer das barbáries que teve que fazer em nome dos deuses.

Para tentar aplacar um pouco as memórias, Kratos parte para a cidade de Atlantis em busca de sua mãe. Ao encontrá-la, o guerreiro é confrontado com a revelação de que seu irmão Deimos ainda vive, escondido em algum lugar nos domínios de Thanatos, Deus da Morte. Antes de morrer, sua mãe também revela a identidade do verdadeiro pai do herói, algo que só aumenta sua determinação de acabar com os desmandos do Olimpo.

A partir das informações obtidas, cabe a você guiar o herói por uma aventura que irá explorar as cidades de Atlantis e Esparta, até finalmente chegar nos domínios da morte. Tudo isso para tentar resgatar Deimos, na tentativa de trazer um pouco de paz para a vida do herói.

Claro, isso não será uma tarefa exatamente fácil. Mesmo que Kratos seja o novo Deus da Guerra, os demais deuses não aprovam suas ações e vão enviar um verdadeiro exército de criaturas mitológicas para barrar seus avanços. Além disso, também terá de lidar com ameaças do ambiente, como rios de lava instransponíveis e alturas que poucos ousam desafiar.

O melhor do que o PSP tem a oferecer

Embora utilize a mesma engine de seu predecessor, Ghost of Sparta consegue a difícil tarefa de aprimorar o jogo anterior em praticamente todos os quesitos. Os gráficos estão ainda melhores, e mesmo em ambientes lotados de inimigos e magias, é difícil ocorrer qualquer tipo de lentidão.

A jogabilidade permanece a mesma de Chain of Olympus, com a inclusão de novos movimentos e a retirada de alguns que se mostravam pouco eficientes. A melhor inclusão sem dúvida é o movimento de corrida de Kratos que derruba um inimigo no chão e permite jogá-lo nos demais adversários, abrindo novas opções de estratégias que serão muito úteis nas lutas mais difíceis do jogo.

Além das novas habilidades, a seleção de armas e magias de Kratos também foi aprimorada, oferecendo opções nunca vistas antes na série. A novidade que mais se destaca é um conjunto de lança e escudo, arma típica dos guerreiros espartanos. Porém, embora tenha um visual interessante, ao final do jogo permanece a sensação de que o armamento é subaproveitado, já que muitos jogadores vão utilizá-lo somente em um ou outro ponto da aventura.

As demais novidades ficam pela inclusão de alguns elementos que ainda não tinham dado a cara na série, como ambientes que vão desmoronando confome se anda por eles e sequências interativas em que é preciso atenção para apertar os botões que surgem na tela na ordem correta. Embora não sejam novidades para quem está acostumado com as versões de console de mesa, essas situações se tornam um pouco frustrantes, especialmente quando significam mortes gratuitas para o jogador.

Em relação ao sistema de evolução, tudo permanece exatamente da mesma forma que já foi consagrada em outros títulos. Ou seja, prepara-se para coletar muitas esferas vermelhas que serão gastas para aprimorar as habilidades adquiridas. Além disso, também é preciso coletar uma série de itens que aumentam a capacidade de energia e magia do personagem.

A novidade nesse sentido fica por conta da inclusão dos chifres de minotauro, responsáveis por aumentar um medidor que adiciona poderes de fogo às armas de Kratos. Além de servir como algo essencial para a resolução de alguns quebra-cabeças, essa novidade adiciona novos elementos estratégicos às batalhas, já que muitos inimigos utilizam armaduras que só podem ser quebradas utilizando a nova habilidade.

Experiência envolvente

Embora seja essencialmente um título de ação, God of War: Ghost of Sparta dosa bem entre os momentos de luta e outros em que é preciso pensar um pouco para resolver os quebra-cabeças que surgem pelo caminho. Felizmente, isso não acontece da mesma forma que os demais jogos da série, que obrigavam o jogador a empurrar uma série de caixas em um processo que rapidamente se tornava cansativo e tedioso.

Em geral, a resolução dos quebra-cabeças envolve enfrentar algum tipo especial de inimigo ou destruir determinados elementos do ambiente. Provavelmente, o ponto mais interessante nesse sentido é a parte do jogo que envolve a aparição do Rei Minos, conhecido na mitologia por conseguir transformar qualquer coisa que toque em ouro.

O que decepciona no título é somente sua pouca duração – na dificuldade normal, é possível terminar a aventura em pouco mais de seis horas. Isso se você quiser explorar ao máximo todos os ambientes em busca de melhorias para o personagem. Caso contrário, gasta-se ainda menos tempo na aventura.

Ao terminar o jogo, além de novas roupas com habilidades especiais, o jogador ganha acesso à diversas arenas especiais que vão testar seu domínio sobre Kratos. Além de prolongar um pouco a experiência, esses desafios fazem com que seja necessário uma dose maior de inteligência na hora de derrotar os inimigos, obrigando o jogador a utilizar táticas que não utilizaria normalmente. Porém, o tempo total que adiciona ao jogo não é muito grande, o que decepciona um pouco quem procura uma aventura mais duradoura.

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