Análises

Golden Axe II

Qualquer gamer que se preze já jogou “Golden Axe“, um dos maiores clássicos da história dos videogames. E como todo bom clássico, não demorou muito para que ganhasse uma continuação (na verdade duas). Em dezembro de 1991 saía “Golden Axe II” para o Mega Drive – também teve uma versão para arcade, que saiu depois chamada Golden Axe: The Revenge of Death Adder – bem diferente da versão caseira.

The Revenge of Death Adder

A versão original para arcade, lançada em 1989, foi um lançamento espetacular – um game que tinha como tema o melhor da fantasia medieval, no melhor estilo Conan ou ainda de filmes como “O Senhor dos Anéis”, com gráficos e sons geniais e uma jogabilidade para dois jogadores poderem se divertir ao mesmo tempo. A versão do Mega Drive teve alguns cortes, mas o essencial do game estava lá.

Uma grande expectativa dos fãs quando Golden Axe II foi anunciado. Infelizmente para aqueles que esperavam um jogo tão inovador quanto o primeiro ficaram desapontados, pois o segundo jogo não atendeu às expectativas.

Apesar de gráficos melhores e mais detalhados, e de um novo sistema de magia, o game no geral era apenas um “mais do mesmo”. O mesmo estilo visual, os mesmos três personagens, mesma jogabilidade, e assim por diante. Golden Axe II não inovava e também não surpreendia em nada, mas pelo menos mantinha todas as boas qualidades que existiam no primeiro game.

“Olhem… Kanji! Eu…. eu.. eu… eu não sei ler!!!”

De volta ao mundo de Yuria

Death Adder foi derrotado, o machado mágico e símbolo de grande poder, Golden Axe (Machado Dourado), foi recuperado, e os três bravos guerreiros – o feroz bárbaro Ax Battler, a amazona gostosona Tyris Flare e o destemido anão Gilius Thunderhead – viraram símbolo de bravura e coragem por toda a terra mágica de Yuria. Durante séculos, os reis desse lugar possuíram o machado, e o povo teve paz e prosperidade.

Alguns anos se passaram e uma nova força maligna ameaça a paz de Yuria. Um novo lorde da escuridão reaparece, após estar aprisionado por vários séculos desde a sua última batalha: Dark Guld. Ele voltou e quer vingança. Roubou o Golden Axe, que lhe concedeu grandes poderes, e destruiu várias terras e vidas inocentes, espalhando o caos e terror por toda Yuria novamente.

Mais uma vez, cabe aos três guerreiros – que agora são lendas vivas – acabarem com o terrível Dark Guld, recuperar o legendário Golden Axe e restaurar a paz em Yuria.

Como podem perceber, é basicamente a mesma história do jogo anterior, apenas trocando o Death Adder pelo Dark Guld. O pessoal da Sega poderia ter pelo menos pensado numa história mais original, ou então ter colocados uns dois personagens novos, mas optaram por “não mexer em time que está ganhando”, o que não é ruim, mas também não é excelente.

huuuuummmmmmm….. mais bela do que nunca

Gráficos

Graficamente Golden Axe II não faz feio. Ele é mais colorido e bem mais detalhado que o game anterior, mas os dois jogos são bastante similares, com aquele feeling de fantasia medieval bem esperto, com florestas, pântanos, cavernas, castelos, pontes entre outros cenários.

Porém o game anterior, apesar de gráficos inferiores, tinha fases mais inspiradas, como a Turtle e Eagle Island (em que você andava numa ilha em forma de tartaruga e águia). Sim, os gráficos são bonitos em Golden Axe II, mas faltou aquela pitada de inspiração. A última fase, o castelo de Dark Guld é bacana, pois há diversos esqueletos espalhados pelo chão, dando a impressão de ser os restos de uma grande batalha. Algo que fez falta aqui e que havia no primeiro game era o entardecer/anoitecer durante uma fase. Um pequeno detalhe que faz falta no game em geral.

Os inimigos continuam bacanas, com sprites grandes e detalhados. Infelizmente a variedade deles é restrita, usando aquele velho esquema de mudar as cores da roupa quando ficam mais fortes. Dark Guld tem um exército bem interessante, como uns trogloditas que usam um porrete, outros a lá wolverine com garras nas mãos, os esqueletos estão de volta, mas ao invés de portarem espadas agora usam foices, homens lagartos que sempre andam em bando e os chefes de fase, que são bem desinteressantes, que se resumem num “chacalzão” e em cavalheiros sem cabeças.

Os três heróis também tiveram algumas mudanças significativas. Gilius, por exemplo, está com a barba mais branca, que demonstra sinais do tempo que passou. Por outro lado Tyris ganhou um pelo par de silicones, uma bandana e está mais gostosa do que nunca. Já o Ax “Conan” Battler continua o mesmo, agora sem a sunguinha e com um shortinho azul.

Entre as fases aparece um mapa do caminho que você está fazendo e uma pequena história, dizendo onde e o motivo de estar fazendo aquele trajeto. Muito bom para enriquecer a história do jogo.

Destaque para as animações das magias, que estão muito bonitas, especialmente as da Tyris Flare, que são baseadas no fogo.

pau nos “chacalzão”!

Confira as fases abaixo:

Floresta/ Aldeia – O bando de Dark Guld está destruindo aldeias e matando os pobres vileiros. Vá até lá e mostre quem manda naquelas bandas.

que malvadões, batendo num velhinho… acabe com essa corja covarde! O chacalzão ali é o chefão

Ruínas – Continue o trajeto nestas antigas ruínas que o inimigo está usando como base de operações.

desça a espada nos esqueletos malditos. O cavaleiro degolado é o chefão

Base Inimiga – Agora que você acabou com o exército nas ruínas, vá para a base inimiga e retalhe todo mundo por lá com a sua espada.

vai abrindo caminho pela ponte. Os lagartos te esperam no final… quatro contra uma…. lagartixas covardes!

Caverna – O castelo de Dark Guld está protegido por grandes montanhas. Para chegar até lá você terá que passar por uma caverna infestada de lava e fogo, com o singelo nome de “Garganta do Dragão”.

o cenário ao fundo é muito bonito, cuidado para não se distrair. Pegue o bichão e meta fogo no lagartão

Portões do Castelo – Finalmente você chegou aos portões do castelo do Dark Guld. Bata na porta e veja se alguém te recepciona.

um combate feroz com os dinos se aproxima. No final, dois degolados te esperam

Castelo de Dark Guld – Vá  matando todo mundo dentro do castelo até chegar aos aposentos do Dark Guld.

jogue os trouxas nos precipicios. Olha aí o Guld com o Machado Dourado… acabe com a raça dele!

Músicas

As músicas continuam muito boas, com temas mitológicos e medievais que se encaixam perfeitamente com os cenários e personagens do game. Mas novamente tem aquela sensação de algo já feito, não tendo uma composição memorável que fique gravada na cabeça como as músicas do primeiro game. Mas não entendam mal, a trilha sonora de Golden Axe II é muito bem feita e com certeza irá agradar a maioria, só faltou aquele “toque especial”.

Alguns temas são bem dramáticos, apenas com batidas fortes, como é o caso da fase dentro do vulcão (uma das melhores do game, escute abaixo) ou ainda a música da primeira fase, que tem uma batidinha esperta com aquele tom dramático na medida pra te deixar no clima certo para o game. Tecnicamente as músicas são excelentes, usando bem o potencial do Mega Drive resultando em uma boa trilha sonora, que não chega a ser tão criativa quanto a do game original, mas que segura a onda legal.

Quantos aos efeitos sonoros são aqueles já manjados, sons de espadas, machados, bordoadas, magias barulhentas, gritos de gente morrendo e por aí vai. Um puxão de orelha por terem mudado os gritos de morte por um simples “blah” sem graça. Os efeitos sonoros não fazem feio e cumprem bem o seu papel.

aqui vale tudo, até chute nas bolas

Jogabilidade

A jogabilidade continua a mesma, ou seja, muito boa. Pouca coisa mudou em relação aos movimentos dos seus personagens, podendo você pular, atacar, correr ou usar magia. Por um lado é bom saber que a jogabilidade continua boa como no original, mas por outro é ruim pois ela não inova em nada, basicamente com os mesmos golpes e magias.

Falando em magias, elas também estão de volta com algumas mudanças. Desta vez ao usá-las, você pode escolher o nível de magia que deseja para atacar, apenas segurando o botão até o nível desejado. No jogo anterior ao usar a magia, você gastava todo o seu estoque, agora pode sobrar alguns frascos. Se preferir, você pode mudar no menu de opções o estilo de magia, deixando no “normal”, que irá usar todos os frascos quando você usar a magia, como no jogo original.

use a abuse das magias

Tyris possui as magias mais fortes, baseadas no elemental fogo, e é a que precisa de mais livros para completar toda a sua magia. Gilius tem as magias mais fracas, baseadas no elemental terra (no jogo anterior era thunder) e Ax no elemental vento.

Os anões que roubavam magias do primeiro game foram substituídos por maguinhos, que agora podem te atacar com magias também.

Os “dinos” também estão de volta. Os Bizarrians, bichos que você pode montar para atacar os inimigos (ou ser atacado por eles) estão diferentes. Você pode usá-los para atacar com a cauda (dando rabadas), patadas ou cuspindo fogo. Cuidado ao montá-los, pois parece que assim você atrai mais a atenção dos inimigos do que sem eles.

pegue os Bizarrians e faça a festa

O jogo possui seis fases e é relativamente fácil  e curto. Um pouco mais difícil do que o primeiro, mas nada que não dê para terminar em menos de meia hora (ou até menos se jogar com um amigo).

Além do jogo normal, você também pode escolher o divertido modo The Duel, em que você tem uma barra de energia e vai lutando em duelos contra a corja de Dark Guld. A cada batalha os inimigos vão ficando mais fortes. Você pode jogar contra um amigo, mas não tem muita graça. Já no modo normal jogar de dois vai aumentar a diversão, então chame os camaradas e aproveite.

no modo duel sua missão é sobreviver a todos os duelos

Death, destruction and magic

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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