Análises

Golden Axe: The Revenge of Death Adder

Death Adder retorna sedento por vingança neste clássico dos arcades

Mais um clássico direto do túnel do tempo para vocês leitores do Gamehall, e o escolhido é Golden Axe: The Revenge of Death Adder. Não conhece ou nunca ouviu falar? Pois é, foi uma pérola da Sega que saiu exclusivamente (até os dias de hoje) para os fliperamas, e considerado por muitos como a verdadeira sequência do Golden Axe original, de 1989.

O primeiro jogo foi um marco na história dos videogames, a Sega simplesmente fez a cartilha de como fazer um hack’n slash medieval, totalmente chupadaço das histórias de Conan – O Bárbaro, com personagens inesquecíveis (Tyris Flare, Axe Battler e Gilius Thunderhead) na caça do malvadão Death Adder, que se apoderou do lendário e poderoso Machado de Ouro e espalhou o caos e o terror na terra selvagem de Yuria.

olha o bichão aí, até 4 jogadores podiam curtir

Com o sucesso estrondoso do original, em 1991 a Sega lançou Golden Axe II para o Mega Drive, que era um jogo bacaninha, mas que não tinha o mesmo feeling de fantasia que o primeiro, como andar em cima de uma tartaruga e águia gigantes. Em 1992 a Sega lançou Revenge of Death Adder nos fliperamas, usando a sua placa de 32 Bits, com gráficos espetaculares bem acima da média se comparado com outros jogos da época.

Os caras conseguiram pegar tudo que o jogo original tinha e deixaram ainda melhor. O game era tão bom que nem mesmo tentaram fazer uma conversão para o Mega Drive (que certamente não ficaria boa, já que o game roda em placa de 32 Bits, então fizeram bem…. talvez no Saturn… que seria lançado três anos depois…). A fantasia que faltou na segunda versão console, tinha de sobra na versão arcade, que era totalmente diferente em tudo.

O jogo não possui uma história muito detalhada. Tyris e Ax caíram fora e quatro novos personagens surgiram, dando um novo gás para a franquia. Dos antigos, só o anão Gilius, que aparece montado em um gigante e o próprio Death Adder, que voltou do mundo dos mortos louco por vingança, e novamente se apoderou do mítico Machado de Ouro, espalhando o caos e terror em toda parte.

o malvadão Death Adder

Quatro novos heróis surgem para resgatar o Machado Dourado, salvar as pessoas oprimidas e acabar com a raça de Death Adder. São eles:

Goah: Há teorias que muitos anos já se passaram desde o primeiro e o segundo jogo para Mega Drive. Ax e Tyris já teriam morrido e do grupo original só restou Gilius (como sendo da raça dos anões, tem um período de vida maior). Como ele já está mais velho e sem a força de antigamente, ele fica montado no grandalhão lento Goah, que possui ataques corpo-a-corpo muito fortes, mas é nulo na magia. É aí que entra Gilius, pois a magia que Goah usa é invocada por Gilius, e simplesmente é a magia mais forte de todo o jogo, custando 13 potes mágicos, que aparece uma caveira soltando uma névoa que transforma os inimigos em pedra, antes de se desintegrarem em pedacinhos. Simplesmente demais!

Dora: Temos então a única mulher do grupo, e minha personagem favorita do jogo. Uma mulher cavalo centauro, tem a magia mais fraca, baseada no elemental terra e usa como arma um cotonete gigante bastão. Apesar de não muito forte, ela é bastante ágil, e seus golpes e combos são aplicados em grande velocidade. Curiosamente, quando ela monta nos bizarrians (os bichos que servem como ataque de apoio) ela se transforma numa humana, com uma belo par de pernocas.

 Sternblade: Um clone de Ax Battler, ou seja, o típico guerreiro fortão empunhando espada. Sua magia, baseada no elemental fogo é a segunda mais poderosa, queimando todos os inimigos, com uma animação bem bacana da cara de um soldado ardendo em chamas._____________________________________________________________________________________________________

Little Trix: E por último, um bostinha ninja elfo que usa como arma um tridente. Fracote, mas muito ágil e veloz. Sua magia permite a recuperação de energia para ele ou companheiros, o que pode ser útil quando jogado em grupo.

Clássico 2D de pancadaria

Jogadores que apreciam os clássicos de pancadaria 2D dos arcades não podem deixar de conferir TRODA, que conta com gráficos belíssimos, com um design artístico bastante inspirado e detalhado, com personagens bem grandões na tela. Cenários de fantasia como vilarejos, florestas de cogumelos gigantes, montanhas, cavernas, dentro de um navio, entre outros, compõe o universo do game. A animação é excelente, tanto dos personagens principais, como dos inimigos e dos cenários (como pessoas sendo espancadas ao fundo e belas cachoeiras), que também contam com diversos itens de interação, como barris, placas, estátuas que podem ser destruídos pelo caminho revelando itens (ou inimigos) escondidos.

E falando em cenários, uma das principais novidades na mecânica do jogo é a possibilidade de escolher trajetos diferentes durante o jogo (como em Golden Axe III), oferecendo assim atrativos para o jogador se aventurar diversas vezes até conhecer todos os cenários, até então desconhecidos. Já o sistema de ataque segue o padrão do original, com um botão de ataque, um para pulo e outro para magia, com a possibilidade de algumas combinações como correr e atacar, ataques giratórios ou até mesmo ataques combinados entre os personagens, tornando a experiência ainda mais agradável. Os bizaarians, criaturas que servem de montaria, também estão de volta em vários tipos diferentes, e que realmente ajudam bastante na hora de eliminar a horda de inimigos. São insetos, escorpiões gigantes, entre outros bichos “bizarros” que a Sega criativamente nos oferece. Outra novidade fica por conta do uso de armas balísticas, semelhantes a mini-catapultas, que lançam projéteis nos inimigos e podem ser usadas inclusive quando se está montado em um bizaarian.

As magias também retornam, só que ao invés de diferentes níveis, cada personagem tem uma magia poderosa que é liberada por um número pré-definido de poções. O jogador pode coletar várias poções (espalhadas pelas fases ou roubando dos clássicos duendes) e usar várias vezes seguidas. Como já dito, Goah (Gillius) e SternBlade possuem as magias mais poderosas. É possível ainda recuperar energia roubando um suculento pedaço de carne dos duendes verdes ou salvando aldeões que estão sendo espancados ou que estão presos ao fundo.

A trilha sonora, composta por Masanori Takeuchi (After Burner Climax) e Tmoyuki Kawamura (Sega Rally 2) traz novamente aquela inspiração medieval épica que marcou o primeiro jogo (que na minha opinião, continuam ainda insuperáveis). Mas não se preocupe, a aventura do seu guerreiro sanguinário será embalada por temas grandiosos e empolgantes, que se encaixam perfeitamente com a ação rolando na tela, isso tudo complementado por efeitos sonoros bem variados, como sons de golpes, espadas, pedras se movendo/quebrando, magias e gritos de dor quando se mata os inimigos. Clique aqui para ouvir o tema da primeira fase.

E já que falamos neles, os inimigos se apresentam de forma bem variada, vários tipos de brutamontes, gigantes, selvagens canibais, os impiedosos (e malditos) esqueletos e até árvores encantadas irão tentar impedir o seu avanço. Talvez o único defeitinho do jogo seja oferecer apenas um punhado de chefes que se repetem ao longo do jogo e que não oferecem grandes estratégias para derrotá-los, todos utilizando o mesmo esquema.

Possui uma dificuldade crescente, e sem dúvida tem seus momentos “papa-fichas”, em que a tela fica recheada de inimigos e fica praticamente impossível não perder uma ou duas vidas naquele momento e os chefes são bem “apelões”. O Death Adder, por exemplo voltou com fúria total e é pedreira pura derrotá-lo – três vezes! Mas ao menos, a batalha final é épica, ambientada em cima de um dragão voador e com um final trágico para um dos heróis. Para facilitar um pouco, pode ser jogado em até quatro pessoas (algumas máquinas eram apenas para dois jogadores).

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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