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I am Setsuna – uma volta ao passado dos JRPGs

I Am Setsuna“, lançado recentemente para PC (Steam), PlayStation 4 e PS Vita é acima de qualquer coisa é uma bela homenagem aos RPGs japoneses da velha guarda, especialmente os antigos “Final Fantasy” e “Chrono Trigger”.

Produzido pela Tokyo RPG Factory, companhia criada pela Square Enix, o jogo é situado num universo de fantasia medieval e conta a história de um mercenário contratado para matar Setsuna, uma jovem que vive em uma vila numa ilha coberta de neve. Porém, ao chegar lá, ele descobre que a garota escolheu dar sua vida em sacrifício em um antigo ritual para apaziguar os monstros, para que assim eles não destruam o mundo.

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Mas para isso acontecer, a jovem deve seguir em uma penosa jornada para o lugar onde o sacrífico será feito e ironicamente, escolhe o mercenário para acompanha-la como guardião, junto com outros dois aventureiros, prometendo que no fim da viagem sua vida será tirada, e ambos terão seus objetivos cumpridos.

A história lembra bastante a narrativa de “Final Fantasy X“, e assim como aconteceu com a aventura de Yuna e cia, aqui o jogador vai passar por diversas situações, vai descobrir segredos e encontrar vários outros personagens pelo caminho com seus próprios interesses e história de fundo, seguindo o bom e velho esteriótipo dos JRPGS. Vale citar que “Setsuna” em japonês significa “tristeza”, sendo este um dos temas principais da narrativa.

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O sistema de batalha é bem simples, sem esquemas mirabolantes de evolução do personagem, habilidades ou magias. A clássica barra de turnos ATB (Active Time Battle) está de volta, usada com um grupo composto por até três personagens, que contam com medidores de vida e magia. Além dos ataques básicos, temos o uso de habilidades especiais, magia e combinações entre os personagens para novos e devastadores golpes. Há também um sistema chamado “Momentum”, que adiciona vários efeitos de bônus aos golpes e técnicas de um dos heróis.

Os gráficos e visuais estão longe de usar todo o potencial do PC ou PS4 e de surpreender o jogador, mas o design artístico é muito bonito e de bom gosto, tanto dos personagens como dos cenários, e certamente vai agradar aos saudosistas. Infelizmente há um abuso no uso da neve ou gelo nos ambientes, o que acaba cansando um pouco pela falta de uma maior variedade de biomas.

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O mesmo acontece com a trilha sonora, composta por Tomoki Miyoshi (Soul Calibur V), que possui 70 faixas e utilizam apenas o piano. Apesar de belas melodias e de combinarem com a proposta do game, depois de um tempo acabam cansado, especialmente por causa das performances melancólicas e de não oferecer temas mais agitados, exceto durante as batalhas. Mas se você gosta de piano ou quer apenas ouvir uma música para relaxar, tem um prato cheio aqui.

Por fim, a aventura não é muito longa, com cerca de 20 horas de duração, com um ritmo bem linear, sem enfoque na exploração de mapas e uma dificuldade abaixo da média – chega a um ponto que seus personagens estarão tão poderosos que a maior parte das batalhas perde a graça. Mas se você já não tem tempo para gastar 60/80 horas numa jornada épica e enfrentar chefões cabulosos, esta aventura “enxuta” pode ser uma volta para o passado ideal para o seu tempo disponível.

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Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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