Análises

Ice Climber

Ice Climber é um jogo de plataforma com progressão vertical, lançado em 1985 para o Nes. Assim como muitos games antigos, a proposta é bem simples, basta chegar ao topo de cada montanha para completar o estágio. Tarefa simples, mas que consegue agradar e entreter por um bom tempo graças ao visual agradável e competente além do nível de dificuldade crescente, trazendo sempre um desafio mais cabeludo que o outro.

Recupere os vegetais!

No game você controla Popo e Nana (caso jogue no multiplayer) e juntos (ou sozinho) precisam recuperar os vegetais do Condor; Condor é o nome dado a duas espécies de aves e estão presentes na mesma família dos falcões e águias, apesar de serem mais similares aos abutres. Para isso, Popo deve escalar as 32 montanhas presentes no game, superando várias plataformas cheias de desafios e monstrinhos que irão impedi-lo de chegar ao topo.

Cada montanha possui nove camadas, enumeradas de 1 a 8, sendo que a nona camada é um estágio bônus presente em todas as 32 montanhas. Você precisa escalar todas as oito camadas e para isso é necessário quebrar os bloquinhos da camada superior, fazendo assim uma passagem para que possa saltar para próxima camada e assim por diante. Seu personagem conta com movimentos simples, além de andar para os lados, você pode usar seu martelo para atordoar os monstrinhos e quando saltar Popo usará o martelo para quebrar os blocos da camada superior. É uma mecânica de jogo de fácil e rápido aprendizado, mesmo uma criança consegue pegar o jeito em pouco tempo, porém isso não quer dizer que o game seja fácil ou tenha pouco desafios, pelo contrário, zerar o game é uma tarefa bem difícil.

Conforme for avançando no game as montanhas vão ficando mais difíceis, com camadas que possuem poucos blocos para que possa saltar. Em alguns casos, será preciso saltar em nuvens que se movem na horizontal em velocidade distintas uma das outras para subir duas ou mais camadas, tendo ainda que quebrar um bloco de uma camada acima enquanto ainda está na nuvem, o que é bem complicado e requer agilidade e domínio dos controles. Conforme for subindo pela montanha, a câmera já não mostra as camadas inferiores, por exemplo, se tiver na camada de número 6 não terá visão das camadas muito mais abaixo, como as 1 e 2, e se cair por um dos buracos por onde veio, uma vida será perdida.

Além do desafio de ter de subir as montanhas com uma pequena margem para erros, há outros obstáculos, como plataformas de gelo onde seu personagem escorrega e outras que fazem seu personagem escorregar em único sentido, dificultando ainda mais o controle de Popo. Há também paredes e plataformas que não podem ser quebradas com o martelo de seu personagem, obrigando o jogador a contorna-los e fique ligado a outros perigos, como estacas de gelo que se formam em plataformas superiores e em nuvens, caindo em poucos segundos, além dos monstrinhos, que basicamente são dois, uma pequena ave de cor rosa e outro que mais parece uma versão miniatura do monstro da caverna; mas na verdade são ursos polares.

Dito tudo isso, cada montanha apresentará um desafio distinto, com camadas e plataformas cada vez mais complicadas de serem batidas e, em dados momentos, é preciso ter uma atitude mais cuidadosa e calma para poder avançar, como em camadas em que é preciso esperar os ursos completarem as plataformas com novos blocos para poder “ter em que saltar”. Ao ultrapassar as 8 camadas da montanha, você entrará no estágio bônus, onde haverá vários legumes que rendem pontos extras e no topo desse estágio estará a ave Condor que roubou seus vegetais; saltar e agarrar em suas pernas rendem mais pontos, porém cuidado,  os estágios bônus são bem complicados e possuem tempo para chegar ao topo, em contra partida, caso você caia para fora das plataformas no estágio bônus, não perderá vida.

O jogo ainda conta com modo multiplayer, onde um jogador encarna Popo e o outro a Nana. A mecânica continua a mesma, porém a dificuldade aumenta bastante, já que ambos irão escalar as montanhas ao mesmo tempo. Logo, trabalho em equipe é necessário além de exigir certa sincronia entre você e seu amigo, já que caso um jogador fique para traz e a câmera “suba”, quem ficou para traz morre. É uma modalidade bacana e aumenta a vida útil do game como também a dificuldade, já que em algumas montanhas qualquer erro é fatal.

Único problema presente no game que realmente vale a pena citar é que em dados momentos, principalmente nos estágios bônus, caso você pule muito na ponta da plataforma seu personagem pode simplesmente “atravessar” a plataforma, fazendo com que você caia e perca uma vida preciosa ou até mesmo desperdice uma fase bônus, o que é muito frustrante dada à alta dificuldade que é em avançar no game e morrer devido a um bug. Alguns também podem não gostar dos saltos de Popo e Nana, que apesar de saltarem bem alto na vertical não conseguem saltar na diagonal muito bem, fazendo com que seus saltos sejam curtos nessa direção (a distância lateral de seus saltos é pequena), mas não considero isso um erro e sim algo proposital, como parte da jogabilidade, obrigando a se calcular melhor os saltos antes de executa-los sem muito cuidado, o que torna o jogo ainda mais cerebral ao invés de simplesmente sair pulando sem pensar muito no que vai fazer.

Como era de se esperar da Nintendo, competente e bonito

O game possui gráficos muito bem feitos para o Nintendinho, com os personagens possuindo uma boa riqueza nos detalhes, tanto Popo e Nana quanto os inimigos, apesar de esses serem um pouco mais simples. O cenário também foi bem feito e cada plataforma possui uma retratação visual correspondente, ou seja, as plataformas que não podem ser quebradas são visualmente diferentes das demais e assim por diante, como as que fazem seu personagem escorregar em uma direção única tendo suas características visuais próprias; isso é importante para auxiliar o jogador durante a escalada, alertando-o dos perigos que cada camada apresenta.

A trilha sonora possui poucas faixas e basicamente se repete em duas músicas, uma tocada durante os 8 níveis da montanha com um ritmo calmo e bacana e outra mais agitada para as fases bônus. Os efeitos sonoros permeiam o game todo, pontuando as ações no game, desde saltos, quebra dos blocos e até quando personagem morre. Todos eles são bem feitos e não chegam a incomodar o jogador como acontece em outros games para Nes, MSX e outras plataformas antigas.

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