Análises

InFamous: Second Son

Exclusivo do PlayStation 4, “inFamous: Second Son” é o terceiro jogo da série de ação produzido pela Sucker Punch, apresentando uma nova aventura com um novo protagonista com super poderes. Para ser bem sincero, eu nunca gostei muito dos dois primeiros “InFamous“, mas este aqui me surpreendeu de forma bem positiva, apesar de não ser um jogo perfeito. Confira abaixo a nossa análise e veja do que gostamos, e não, de “Second Son“.

Personagem novo, mecânica antiga

A narrativa não é um dos pontos fortes do game, sendo ela bem genérica, mas funcionando bem ao que o game se propõe. Ela ocorre sete anos depois de “InFamous 2” e o jogador assume o comando de Delsin Rowe, um grafiteiro delinquente de 24 anos, cujas diversões são infernizar a vida do irmão policial Reggie e protestar contra o governo, que ele detesta. Durante um acidente de carros, ele entra em contato com um Condutor (pessoas com habilidade de canalizar poderes), fazendo com que as suas próprias habilidades condutoras “acordem“.

A partir de então a vida “tranquila” de Delsin sofre uma reviravolta, agora rotulado como ameaça para a sociedade, ele vai ter que lutar contra a DUP, uma organização do estado que caça condutores, e se relacionar com outros Condutores fugitivos durante a sua turbulenta jornada. Os personagens que aparecem durante o jogo não têm lá uma personalidade mais aprofundada, mas o protagonista possui um certo carisma que o torna real e simpático para o jogador.

Em termos de mecânicas de jogabilidade, “Second Son” pouco se difere dos títulos anteriores, seguindo a fórmula da exploração em mundo aberto, com uma  movimentação em terceira pessoa e uso dos poderes bem variados. Delsin usa uma corrente ao redor do braço como arma em lutas corpo-a-corpo (ao melhor estilo Kratos), que também pode ser usada com outros poderes. O uso do Parkour continua sendo um dos principais elementos, com muitos saltos em plataformas, escaladas em arranha-céus, segurar-se em beiradas ou planar com ajuda dos seus poderes.

Seu poder incial é um tipo de fumaça, permitindo entrar em tubos de ventilação, por exemplo. Durante o jogo é possível obter mais poderes derrotando outros Condutores, o que vai permitir ao jogador novos movimentos para interagir nos cenários ou ainda garantir novas e poderosas formas de ataques, que podem ser evoluídas com pontos de experiência. De uma forma geral, a jogabilidade e o sistema de combate é fluído, sólido e divertido, garantindo uma experiência bastante satisfatória ao jogador. Além da história principal, que se passa na cidade de Seattle, há várias missões secundárias e desafios, que apesar de se repetirem um bocado, ajudam a diversificar a ação na busca de evolução do seu personagem.

Assim como nos antecessores, as escolhas de moral “boa” ou “” possuem um papel importante na história, mudando inclusive suas habilidades de combate. Ao escolher ser um herói ou um vilão, as reações dos outros personagens a nossa volta mudam imediatamente, influenciando na aventura. Infelizmente a Sucker Punch não soube aproveitar melhor esse sistema de escolhas morais, oferecendo caminhos distintos bem óbvios. Teria sido mais interessante se tivessem decisões mais complexas, que realmente fizessem o jogador  pensar se “está fazendo a coisa certa ou não“. Mas enfim, os dois lados garantem no mínimo uma segunda jogada para experimentarmos tudo que o jogo tem a oferecer (com dois finais diferentes), aumentando sua longevidade de forma bem agradável.

Se na história e na jogabilidade o jogo não mostrou grandes inovações, no quesito visual podemos perceber um claro avanço técnico, graças ao poderoso processador do PS4, com uma qualidade gráfica que impressiona. O nível de detalhes, seja dos personagens ou dos cenários, é fantástico e deixa bem claro do que a nova geração é capaz de fazer. Os efeitos de luzes, sombras e cores também estão bem empregados, nos oferecendo um universo virtual vivo e convincente, um dos mais belos no console.

Outro fator digno de destaque é a trilha sonora, que mistura temas orquestrados com eletrônicos e umas pitadas de rock (tem até um cover de Heart Shaped Box do Nirvana), que combinam de forma perfeita com a ação do jogo. Além das músicas empolgantes, os efeitos sonoros dos ambientes e dos poderes estão muito bem aplicados, e a dublagem dos principais personagens está bem convincente, combinando com os personagens – com áudio e legendas disponíveis em português.

 O jogo apresenta alguns bugs típicos de jogos do gênero, como inimigos presos nos cenários, paredes que flutuam, colisões estranhas nas paredes, etc. Mas nada que comprometa a diversão ou que ofereça uma experiência traumática.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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