Ele também acredita que o PS Vita foi lançado muito tarde.
Um dos mais icônicos executivos que passou pela indústria de games, Jack Tretton, que deixou a Sony em 2014 após 19 anos na empresa, concedeu uma entrevista ao site IGN onde revelou alguns pontos muito interessantes.
Ele comentou sobre o fato de ter recebido o cargo de CEO logo antes do lançamento do PS3, dizendo que “foi como ter sido nomeado capitão do Titanic antes de atingir o iceberg,” revelando que teria sido fácil fazer um PS2.5 após o sucesso do PS2, mas a Sony queria ir mais além, o que a fez aumentar os custos que impulsionaram o preço do PS3 para cima, algo que prejudicou o console em seu lançamento.
“Aquele período do PS2 para PS3 foi o mais intenso da minha carreira, pelo menos na Sony,” disse Jack. “Sucesso tremendo com o PS2, eu acho que tínhamos 60, 70% ou mais do mercado mundialmente. Simplesmente a mais bem sucedida plataforma na história, e como você dá prosseguimento a isso?”
A tecnologia embutida no PS3 foi muito bem recebida pela indústria, porém devido ao seu salgado preço de US$ 600, ele não vendeu muito no lançamento, e mesmo custando esse valor, a Sony perdia dinheiro com cada unidade vendida.
“A coisa fácil a se fazer [depois do PS2], seria ter feito um PS2.5; algo que é melhor mas que se mantém no mesmo caminho,” disse Jack. “O PS3 estava realmente pisando fora da caixa. Eu acho que no final das contas ele entregou um monte de ótimas tecnologias que são apreciadas hoje. Mas naquela época, por causa do processador Cell e todas as tecnologias proprietárias, era difícil desenvolver para ele e fabricá-lo; era incrivelmente caro fabricá-lo. Então pelo preço que custava quando saiu, todos sabiam que não era um preço que agradaria o consumidor. Incrivelmente, mesmo com aquele preço a Sony estava perdendo muito dinheiro.”
Sobre o PS Vita, Jack acredita que o portátil é excelente, mas que chegou ao mercado tarde demais.
“Agora que já não trabalho mais lá, eu acho que internamente era: ‘Isto é uma grande máquina, que chegou simplesmente muito tarde.’ O mundo mudou para dispositivos portáteis que não são máquinas dedicadas a jogos.”
Jack também citou o sucesso do PSP, explicando que o portátil foi bem sucedido não apenas em trazer experiências de console para um dispositivo móvel, mas também atraiu jogadores das antigas.
No entanto, o PSP foi lançado em uma época completamente diferente da do Vita, que chegou em um momento onde as pessoas preferiam jogar em smartphones e tablets. Tretton então olhar para o Vita e o considera “uma boa máquina” que saiu “em um momento onde poucas pessoas precisavam de um aparelho portátil dedicado para jogos.”
