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Jogamos | Legacy of Evil: um indie brasileiro que mistura ação, estratégia e aquele jeitão retrô de MSX

Um shoot’em up nacional que lembra os tempos de Knightmare!

Jogo nacional parece Knight Leon e outros, mas com pitadas de RPG que dão sabor novo ao caos pixelado.

Se você cresceu jogando Knightmare no MSX ou passando raiva com Knight Leon, vai entender rápido o charme de Legacy of Evil. Criado pela Uruca Game Studio, o jogo resgata aquele espírito retrô de fases lineares, inimigos vindo de todos os lados e chefões que parecem saídos de um livro de mitologia barata, mas ao mesmo tempo adiciona uma camada de estratégia digna de RPG.

Aqui, não basta só atirar feito doido e rezar pra não levar hit. Você precisa montar um time de heróis, cada um com habilidades próprias, e ainda pensar no posicionamento deles em campo. É um mix de reflexo rápido e cabeça fria – quase como se o Knightmare tivesse bebido umas com Diablo e decidido ter um filho indie em 2025.

Uma Stygia cheia de dor de cabeça

A história é simples, como manda a cartilha dos clássicos: o vampiro Conde Dravlo Stradic amaldiçoou a província de Stygia e cabe a você e sua equipe dar cabo do sujeito. Não espere cutscenes dignas de Final Fantasy, mas sim diálogos curtos entre fases e aquele vilão que, mesmo sendo um clichê ambulante, prende sua atenção sempre que aparece.

Cada fase funciona como um estágio clássico: começa no cemitério, passa pelo bosque, até chegar no castelo do chefão. É progressão raiz, que vai ficando cada vez mais difícil, com direito a transições de cenário e a típica barra de progresso mostrando até onde você conseguiu chegar.

O que faz Legacy of Evil brilhar

  • Elenco variado de classes: mago, bárbaro, guerreiro, sacerdote, paladino e até bardo (porque até no inferno precisa de música).

  • Habilidades únicas: o guerreiro, por exemplo, invoca uma espada gigante que atravessa a tela; já o mago manda magias em área.

  • Posicionamento estratégico: não é só escolher o herói. Você precisa decidir se eles ficam colados no líder, lado a lado ou enfileirados. Um vacilo e perde todo mundo de uma vez.

  • Progresso justo: as moedas coletadas servem pra evoluir atributos e até dar mais corações ao time. É aquele ciclo de tentativa e erro que vai ficando menos cruel a cada run.

Dificuldade no ponto certo

Quem viveu a era do MSX sabe: morrer fazia parte do jogo. E aqui não é diferente. Um único acerto derruba o personagem, e perder todos significa começar a fase de novo. É punitivo, mas nunca injusto. O loop de jogar, morrer, gastar moedas em upgrades e tentar outra vez funciona bem.

Lembra muito a vibe de Knightmare, onde cada sessão era um treino pra próxima tentativa. A diferença é que agora você não só atira, mas também organiza uma micro-estratégia no calor do combate.

Jogabilidade na prática

No Steam Deck e a experiência foi lisa. O jogo não engasga mesmo quando a tela vira uma rave de inimigos e projéteis. O controle responde bem, e o mapeamento está redondinho. Pra completar, tem localização em português, o que ajuda demais a abrir portas pra quem não manja de inglês.

O veredito RumbleTech

Legacy of Evil é aquele tipo de indie que mostra como a simplicidade bem aplicada ainda rende jogões. Ele pega o DNA de clássicos como Knightmare e coloca uma camada de RPG que deixa cada partida mais tensa e estratégica. Não é perfeito, mas o charme retrô, a curva de dificuldade justa e o orgulho de ser um projeto brasileiro fazem dele uma experiência que vale seu tempo.

Recomendadíssimo, principalmente se você curte aquela mistura de nostalgia MSX com tempero moderno.

Zeca "RumbleTech" Rabelo

Zeca é o cara que joga tudo, reclama de quase tudo, mas só porque ama demais. Analisa jogos com um olho clínico de quem viveu a ascensão do 16-bits, sobreviveu aos gráficos do PS1 e agora exige 60 FPS até pra abrir o menu. Sarcástico, nostálgico e PC Master Race até a alma.
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