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Journey

Certamente a essa altura do campeonato, todos já devem ter ouvido falar de “Journey“, mesmo que nunca tenham chegado perto de um sistema PlayStation. Desenvolvido pelo estúdio independente ThatGameCompany e lançado originalmente em 2012 para o PS3, ele foi um sucesso mundial de vendas e crítica, vencendo inúmeros prêmios e recebendo um remaster HD em julho de 2015 para o PS4.

E todo esse alvoroço não é por nada, já que ele foi descrito por muitos como uma “experiência emocional tocante“. Ele foi o último jogo de uma trilogia com produção combinada entre a ThatGameCompany e a Sony, composta por “Flow” (2006) e “Flower” (2009). Saiba mais desse jogo maravilhoso em nossa análise abaixo.

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Iniciando a jornada épica

O jogo levou três anos para ser desenvolvido e nele o jogador controla uma figura encapuzada a vagar por um vasto deserto, viajando rumo a uma grande montanha no horizonte. Nada é dito sobre a história ou personagens, tampouco há textos ou diálogos durante toda a sua jornada épica.

Você simplesmente começa controlando aquela enigmática figura de manto vermelho no meio do mar de areia dourada, que possui em seu cenário apenas algumas ruínas e restos de templos, e uma enorme montanha lá longe – e sem ter para onde ir, o negócio é ir até lá.

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O mapa do jogo é aberto e você pode ir para qualquer direção que desejar, sem indicações diretas para trajetos que devem ser seguidos. Pequenas dicas vão sendo jogadas para uma exploração, sendo que a jogabilidade é extremamente simples e acessível.

Algo de grande destaque no game, que o torna ainda mais magnífico, é a possibilidade de encontrar outro jogador durante a exploração dos cenários, e com ele formar uma parceria, e até mesmo criar uma ligação de auxílio mútuo, tudo sem comunicação via áudio ou texto ou sem qualquer informação a respeito do outro usuário. A única forma de contato é através de uma nota musical que o personagem é capaz de emitir, e é incrível como criamos um laço com essa pessoa completamente desconhecida, que nos acompanha durante nossa jornada.

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Esse som também interage com peças de tecido vermelho espalhados pelos cenários, afetando os ambientes e permitindo a progressão da história. Além disso, a figura encapuzada usa um cachecol que pode ser carregado quando aproximado dessas peças de tecido, ou pelo companheiro de jogo, dando a ela a capacidade de executar voos temporários.

Não se pode dizer que o jogo seja desafiante, já que a intenção dos criadores é criar uma atmosfera envolvente e uma resposta emocional, e por isso mesmo ele não apresenta distrações como medidor de vida, pontuação, danos, mortes, etc.

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Seu visual tem um design artístico belíssimo, onde cada momento é como uma obra de arte interativa, que é complementada pela trilha sonora tocante de tirar o fôlego, tanto que foi a primeira trilha de um jogo a ser nomeado para o Grammy Awards. Os temas musicais se amarram dinamicamenteàs ações e aos efeitos sonoros do personagem e do jogo, transmitindo grande parte da emoções de forma marcante e artística.

Infelizmente o jogo é bem curto e pode ser finalizado em menos de duas horas, e a sensação de “quero mais” nos momentos finais é inevitável. Mas uma coisa eu digo: chegar no topo daquela montanha e completa a jornada criará memórias marcantes que durarão por anos.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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