Análises

Jungle Strike

Welcome to the jungle baby! Prepare to diiiieeeeee!

Não vamos falar da famosa música do Guns n’ Roses, mas sim de outro clássico dos videogames: “Jungle Strike”. O jogo, que foi lançado em 1993 originalmente para o Mega Drive pela Eletronic Arts (depois lançado para outros sistemas), é sequência do popular Desert Strike: Return to the Gulf, lançado um ano antes e que fez imenso sucesso. Para a época, o título original era totalmente inovador e oferecia uma experiência única e inesquecível para os jogadores dos anos 90.

E como toda boa sequência que se preze, “Jungle Strike” manteve todas as ótimas qualidades do primeiro, que misturava ação e estratégia na medida certa, investindo agora num visual mais arrojado, um maior número de fases e uma opção maior de veículos para pilotar – não é a toa que é considerado por muitos o melhor de toda a série (são cinco games no total). E falando em veículos militares de guerra, se no game anterior o jogador pilotava um helicóptero Apache, desta vez estará no comando do poderoso RAH-66 Comanche, considerado pelo exército americano como uma das melhores máquinas de guerra, sendo ele rápido, leve e potente. Além disso, é silencioso, difícil de detectar visualmente e praticamente invisível para o radar inimigo.

Já viu que o bicho vai pegar neste game não é? Pois então ligue os motores do seu helicóptero e varra a existência dos soldados inimigos desta selva e cumpra sua missão!

Bem-Vindo à Selva!

Em “Desert Strike” o jogador passa por quatro fases para tirar do poder o ditador que estava no comando do Oriente Médio, o General Kilbaba, que planejava uma Terceira Guerra Mundial. Kilbaba foi mandando para o inferno dos ditadores megalomaníacos, mas seu filho, Ibn Kilbaba, assumiu o seu posto e claro, está sedento por sangue e vingança contra os “yankees”.

Mas ele não está sozinho e conta com a ajuda de Carlos Ortega, um “notório traficante da América do Sul”. Na bela abertura do game, os dois amiguinhos terroristas aparecem em um iate, observando a detonação de uma bomba nuclear em uma ilha, enquanto discutem um “troca-troca” de recursos nucleares e um ataque à Washington D.C.. Claro que uma detonação nuclear não passa desapercebida pelos EUA, que através de satélites faz o reconhecimento dos dois homens e da ameaça que representam.

Assim VOCÊ, que não é o Jack Bauer, um misterioso piloto das forças especiais, é convocado para assumir o controle do Comanche e como primeira missão, repelir os ataques terroristas em Washington, capturar prisioneiros e descobrir a localização de Ortega e Kilbaba. Assim começa a sua apoteótica aventura, que será mais desenvolvida entre uma fase e outra e inclusive durante as missões (com rápidas cutscenes e informações). O jogo é muito rico e detalhado no quesito enredo, e vale a pena ler tudo o que aparecer na tela, para ficar mais imerso na atmosfera da guerra virtual. Inclusive, as cutscenes do Mega Drive/SNES são melhores do que o live action da versão PC-CD, coisa que era moda na época (e que contava com atores terríveis, veja aqui a abertura do PC-CD).

“Jungle Strike” manteve a mecânica do seu predecessor, oferecendo uma visão isométrica dos cenários e dando liberdade do jogador ir a qualquer lugar que quiser. O elemento estratégico está de volta, e apesar da liberdade oferecida ao jogador, deve-se manter a ordem das missões (caso contrário os inimigos ficam bem mais poderosos e difíceis de se matar), e para isso você conta com um “radarzão esperto” que irá mostrar a localização das missões, de ALGUNS inimigos, combustível e armamentos. Acostume-se com ele, pois será o seu melhor amigo até o final do jogo.

Seu helicóptero conta com uma metranca, os mais fortes mísseis Hydras e o mais poderoso ainda, o míssel Hellfire. Todos eles são limitados (quanto mais forte, menor a quantidade) e o jogador deve escolher sabiamente a hora de usar cada um deles. Mas se de repente você ficar “chupando o dedo” e não tiver um misselzinho sequer, não se preocupe, há estoques de armamentos espalhados pelos cenários (alguns revelados no radar, outros escondidos em edificações, veículos inimigos e afins), e certamente uma hora ou outra você terá que largar a sua missão para ir atrás deles, ou de combustível (que se acabar, diga bye-bye para uma vida).

Quando sua energia estiver muito baixa, é mais sábio fazer uma retirada estratégica (fugir com o rabo no meio das pernas mesmo!) e procurar por peças para reparar o seu brinquedo e recuperar energia. Também é possível recuperar energia salvando reféns ou capturando prisioneiros, então, se ver um bonequinho agitando os braços no meio da selva, ou fugindo de você, vá em cima do fulano para baixar uma escada e pegá-lo (alguns deles pode até servir como seu copiloto – o que melhora a mira e alcance de suas armas).

Se o primeiro game contava com apenas quatro fases, “Jungle Strike” possui um pouco mais que o dobro, são no total nove cenários e dezenas de missões em cada um deles. Acredite, em cada cenário você vai perder uns 40 minutos ou mais para passar. A dificuldade do game é elevadíssima (naquele tempo não era essa moleza que você tem aí no seu PS3, X360 ou Wii) e com certeza irá assustar jogadores novatos, mas para quem gosta de desafios, este é o seu game.

Diversidade é o segundo nome do jogo, são milhares de missões que variam desde destruir armamentos e instalações inimigas a salvar prisioneiros (inclusive fazer escolta para o presidente americano, que na época era o Bill Clinton) ou capturar inimigos com informações valiosas.

Como eu já disse, uma das grandes novidades é a opção de usar outros veículos de guerra além do se Comanche. Agora temos um Hovercraft para fases mais “aguadas”, uma motocicleta e um F-117 Nighthawk (o famoso avião “invisível” – que no game é roubado do inimigo por sinal – confira uma imagem do brinquedo real aqui). Cada um deles tem as suas características, armamentos e limitações, oferecendo ao jogador uma diversão ainda maior e satisfatória.

pilotando o hovercraft e o F-117

E já que falamos de diversidade, a lista de inimigos também impressiona pela sua grande quantidade. São carros, caminhões, jipes, lanchas, soldados com bazucas, tanques, artilharia anti-aérea e todo o tipo de equipamento militar. A maioria dos cenários são na selva, mas temos alguns na água/ilhas, semi-deserto, no meio da neve e duas na cidade de Washington. Inclusive algumas fases são noturnas, com um efeito bacana de iluminação quando se atira ou explode coisas, o que deixa a jogatina ainda mais interessante.

Os gráficos e visuais seguem o estilo do seu predecessor, ou seja, uma visão isométrica pseudo 3D dos variados cenários. O designer gráfico de “Jungle Strike” merece os parabéns pelo o seu trabalho, que é bastante delhado e minucioso, desde a pequenas árvores e soldados, a grandes edificações e veículos. É tudo muito bem desenhado, com boas animações e coloração.

O jogo não possui uma trilha sonora, mas algumas músicas incidentais, curtos temas que servem apenas para dar ambiente à cena/cutscene. Mas o que falta em música, sobra nos excelentes efeitos sonoros, desde os “vupt vupt” do seu Comanche, ao som dos mísseis voando pelo ar, metralhadoras atingindo inimigos ou construções e diversas explosões bem realísticas. Há até quem prefira jogar sem músicas, apenas com os efeitos sonoros, que realmente acaba sendo bastante envolvente com o estilo do jogo. Mas para não dizer que não há nenhuma música, escute abaixo a fantástica música tema (versão Mega Drive, pois a do SNES é bem ruinzinha –  mas de resto as duas versões são completamente idênticas):

[pro-player width=’580′ height=’253′ type=’video’]http://www.youtube.com/watch?v=iDn9VzD0oOE[/pro-player]

florestas e neve são alguns do cenários que você irá passar

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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