Análises

Just Cause 2

– insanidade, explosões espetaculares e ações absurdas te aguardam neste game –

Depois de pintar e bordar na ilha sul-americana de Lost, digo, de San Esperito, o agente “Rambo” da CIA Rico Rodriguez, protagonista do primeiro game de 2006, volta para uma nova aventura em Just Cause 2.

Desenvolvido pela mesma equipe original da Avalanche Studios e Eidos Interactive,  o título chega para PC, PS3 e X360. O game foi lançado recentemente e tem recebido críticas boas ao redor do mundo.

Usa muitos elementos do primeiro jogo, como um mapa com mundo aberto (ao estilo GTA) que se passa em uma ilha tropical, com diversas instalações, com armas de todos os tipos, vários veículos, uma conspiração política e um herói “canastrão” que promete muita ação e adrenalina. Será Just Cause 2 uma experiência totalmente nova ou apenas uma continuação com alguns retoques? Continue com a gente e descubra.



História

Que fique claro que Just Cause 2 está  longe de brilhar pela sua história ou personagens, que mais parecem caricaturas de filmes trash de ação de “astros” como Jean-Claude Van Damme, Steven Seagal ou o eterno (e invencível) Chuck Norris. Rodriguez (que agora está menos Antonio Bandeiras do que o original, mas ainda com uma personalidade Macho Man), estava curtindo umas merecidas férias,  quando recebe uma ligação de sua antiga parceira, Maria Kane, com a missão de eliminar seu antigo mentor e amigo, Tom Sheldon, que agora é um agente renegado e se esconde na ilha de Panau, localizada no arquipélago da Malásia. São mais de 100Km quadrados a serem explorados, entre florestas tropicais, desertos escaldantes e montanhas cobertas de neve.

Ué, floresta tropical, neve e deserto no mesmo lugar? Pois é, uma ilha totalmente maluca, com direito a uma homenagem à ilha de Lost. Se fosse para dar uma nota “séria” nesta análise, o jogo nem seria digno de nota, mas como sua principal ideia é sair por aí explodindo tudo, ele acaba rendendo muita diversão. Sabe aqueles dias que você tá p*** da vida, brigou com a namorada, levou uma catracada do chefe ou algo do tipo, basta você pegar esse jogo e sair explodindo tudo, que você relaxa consideravelmente. E nisso Just Cause 2 é muito bom.




Como a narrativa do game é bem fraquinha, todo o resto é concentrado na ação, com um novo sistema de mira, onde é possível mirar em pontos específicos dos corpos dos inimigos (e que não serve para nada, já que independente disso os inimigos morrem com a mesma quantidade de tiros). Temos também novas armas, com um lança-granadas e uma metralhadora giratória. O gancho, presente no original, está de volta e pode ser usado a qualquer momento, podendo se agarrar a qualquer superfície e permitir impressionantes acrobacias para Rodriguez.

A jogabilidade de JC2 é muito versátil e variada, dando ao jogador um leque de opções para se locomover e matar seus inimigos. O gancho, por exemplo, serve não apenas para se locomover, mas também para puxar inimigos de lugares mais altos ou prendê-los a um veículo em movimento, enquanto você assiste o infeliz ser arrastado pelo chão. Ou ainda usá-lo em conjunto com um pára-quedas, para cobrir espaços aéreos verticais, entrar dentro de um helicóptero em pleno voo, saltar de carro em carro. E isso é apenas uma amostra do que se pode fazer. Alias, o pára-quedas é outro acessório que você irá usar muito durante o game, já que boa parte da aventura se passa nos céus (e não se preocupe, depois de usá-lo ele “se” guarda sozinho).


Você vai passar a maior parte do seu tempo destruindo todo o tipo de coisa, e espalhando o caos e destruição pela ilha, em cenas de ação absurdas e exageradas, mandando aos ares desde instalações e acampamentos, até árvores e veículos.  Apesar de Rodriguez não possuir um tipo de armadura para se proteger das dezenas de balas dos inimigos, dificilmente você irá se frustar com este game, pois é bem difícil de se morrer. Para se proteger dos ataques você deve se esconder atrás de paredes, procurar por estojos de medicamento para recuperar a vida, e voltar soltando chumbo grosso nos soldadinhos.

Você tem à sua disposição pistolas, espingardas, metralhadoras, granadas, bombas com controle remoto e deliciosas bazucas para espalhar o caos. Além das armas, espalhadas por toda a ilha, temos também vários veículos, que se concentram em carros, helicópteros e aviões do exército, todos devidamente acompanhados de metralhadoras e lança-mísseis para a sua diversão.



Tanto as armas como os veículos podem receber atualizações, ficando mais fortes e melhores, que podem ser compradas no “Black Market”. É também  no mercado negro que você pode conseguir a opção de transporte, que será muito útil diversas vezes, já que a ilha é enorme e pode levar muito tempo para ir de um ponto ao outro.

Um ponto que vai chamar a sua atenção logo que começar a jogar, são os gráficos, que apesar de não estarem no mesmo nível de God of War 3 ou Uncharted 2, são extremamente belos e chegam a impressionar na tela. Os cenários são lindos e retratam de forma fantástica o universo em que Rico Rodriguez está, com texturas muito bem feitas, especialmente das explosões, dos terrenos e das águas. Isso até me lembra que, quando eu estava jogando, minha namorada chegou aqui em casa e ficou espantada com o jogo, dizendo “nossa, que jogo realista”, enquanto via uma bela praia na tela. Mas isso durou até eu, em poucos minutos, pegar um helicóptero e em pleno voo roubar um jato supersônico e começar a destruir tudo. Ela foi embora dando gargalhadas.



Mas proezas surreais à parte, se os cenários e visuais são bem contruidos, o mesmo não se pode dizer das animações de Rico, que por vezes nem chega a abrir a boca para falar. Temos também algumas texturas falhadas, que demoram a carregar, veículos que poderiam ter um design melhor e mais detalhado, entre outros pontos técnicos que você nem vai notar na hora da destruição.

Porém, o que você vai com certeza notar, e se irritar, é com a dublagem e falas de TODOS os personagens. Possivelmente o jogo com a pior dublagem já feita, ninguém escapa, nem mesmo Rico, com diálogos curtos e desprovidos de emoção e interesse. Quer ficar com raiva antes de jogar? É só prestar atenção no irritante sotaque oriental da mulher que te passa as missões. Como não dá para você explodir a infeliz, desconte sua raiva nos pobres soldados inimigos. Felizmente os efeitos sonoros, em sua maioria explosões e armas, estão fenomenais e casam bem com a ação.

 

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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