Análises

Killzone: Liberation

Killzone é uma daquelas franquias que, apesar de oferecer bons títulos, acabou conhecida mais por gerar expectativas do que por cumpri-las. Afinal, quem não se lembra da promessa que o primeiro jogo seria capaz de superar o primeiro Halo? Como a história provou, essa história era puro marketing, e o título não possuía o mesmo nível de qualidade da produção da Bungie.

Infelizmente, a mesma história aconteceu com o sucessor Killzone 2, que nos trailers de divulgação mostrou cenas pré-renderizadas como se fossem da ação do jogo em tempo real. Só com Killzone 3 a produtora parece ter aprendido a lição e espera-se que nenhuma situação enganosa do tipo volte a acontecer.

Toda essa introdução serve para explicar o porquê de Killzone: Liberation ser um título que surpreende. Lançado para o PSP em 2006, o jogo sofreu os duros efeitos da decepção que foi o título original e passou em branco para muitos donos do portátil da Sony. Afinal, se o título para o poderoso Playstation 2 não apresentava muitos qualidades, como confiar no material lançado para um portátil que na época estava quase restrito a receber ports de seu irmão mais velho?

Feito especialmente para o PSP

Ao contrário do esperado, Killzone: Liberation em nada lembra a série principal no que diz respeito à jogabilidade. Claro, você ainda controla um soldado de elite em meio a uma Europa futurista destruída por soldados que lembram nazistas e utiliza armamentos pesados para fazer o trabalho sujo. Mas em vez de oferecer uma visão em primeira pessoa, o jogo utiliza uma câmera aérea que permite ao jogador observar atentamente todos os detalhes da ação.

Com isso, o título se transforma em uma experência bem diferente do que se poderia esperar. Em vez de simplesmente sair atirando em tudo que vê pela frente, é preciso utilizar a inteligência e paciência para se esgueirar entre as diversas barreiras espalhadas pelo cenário, atirando somente quando é seguro. Táticas do estilo Rambo até funcionam em alguns momentos, mas em geral significam mortes rápidas e diversos continues.

Para ajudar na aventura, em intervalos regulares o jogador é brindado com alguns containers nos quais pode recarregar energia e adquirir novas armas. Além disso, diversas pastas com dinheiro estão escondidas em caixas espalhadas pela fase, e coletá-las rende recursos que podem ser empregados em melhorias para os armamentos, o que torna os combates futuros uma tarefa mais fácil.

Dificuldade frustrante

Infelizmente, Killzone: Liberation é daqueles títulos que parecem ter seu potencial desperdiçado por preguiça dos desenvolvedores. Os dois primeiros capítulos da história são muito bem executados, introduzindo aos poucos novas mecânicas de jogo e um sistema tático para controlar as diversas unidades auxiliares que surgem pelo caminho. Até mesmo a história, que não é nenhuma maravilha, mantém um padrão aceitável e incita o jogador a descobrir o que vem pela frente.

A partir de certo ponto, entretanto, o jogador se transforma em uma verdadeira repetição de tarefas. A impressão que fica é de que os desenvolvedores utilizaram todas as ideias boas que tiveram nos primeiros estágios e, quando viram que ainda tinha mais 70% pela frente, decidiram simplesmente jogar os elementos que tinham de uma forma qualquer.

O que mais incomoda não é a repetição em si, mas sim o salto imenso de dificuldade que ocorre a partir do meio do jogo. Como já se tornou tradicional em qualquer tipo de jogo, a inteligência artificial dos companheiros controlados pelo computador não é das melhores. Somado aos incontáveis foguetes teleguiados que surgem de todas as direções e quase sempre acertam um companheiro que deve permanecer vivo até o fim da fase.

Dessa forma, o título se transforma em uma sucessão de frustrações não por apresentar desafios inteligentes, mas sim por explorar seus próprios defeitos. Tanto que há fases que se tornam praticamente impossíveis de completar a não ser que o jogador tenha decorado todos os pontos de combate. Somado a uma história que praticamente deixa de existir a partir de certo ponto, a sensação que fica é de frustração e potencial desperdiçado.

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