Análises

Knights of the Round

Relembrando mais uma vez a boa época dos Beat´n Up da Capcom, trazendo a vocês a análise do game Knights of the Round, um dos meus jogos preferidos da época em questão.

Excalibur!”

Como o próprio nome do game sugere, Knights of the Round é um game sobre o Rei Arthur e seus Cavaleiros, mais conhecidos como os Cavaleiros da Távola Redonda.

Knights of the Round não segue a história original. No game, assim que Arthur retira Excalibur da pedra, já adulto, Merlim dá a ele uma missão: encontrar o Cálice Sagrado para que o mesmo não caia em mãos erradas, uma vez que o Cálice é um artefato com poderes terríveis caso esteja em tais mãos.

Como o usual, já era tarde demais. O temível rei Garibaldi já o possuía. Cabe então a Arthur e seu dois companheiros escolhidos para essa missão, Lancelot e Perceval, derrotarem Garibaldi para resgatar o Cálice Sagrado e no processo salvar e unificar a Inglaterra.

Uma viajada legal na “histórica história”, mas nada ruim. Em especial pelo fato de este ser um game Beat´n Up de 1991, ou seja, quem se importa com a história?


A jogabilidade é o padrão de um game do seu gênero. Temos um botão para executar os ataques, que em sequência formam um combo que por fim derruba o inimigo, e um botão de pulo que pula (sério?!). Pressionando os dois botões ao mesmo tempo executamos o famoso especial, que acerta todos os inimigos ao redor do personagem que o executou, que tira um absurdo de energia vital dos oponentes, mas que tem como consequência a perda de vida do personagem que o executou. E nesse caso não é pouca não.

Como variação dos movimentos padrão, temos a defesa, executada pressionando o botão de ataque e direcionando o personagem para trás. Um movimento com somente uma utilização verdadeiramente prática no game, contra o chefe Massaramune. Chefe esse aliás, completamente deslocado do contexto do game, afinal de contas o que um samurai está fazendo na Inglaterra Medieval?

Outras duas variações são a voadora, pressionando ataque + “para cima”, e um golpe que faz o inimigo cair de uma vez só. Esse último é além de ser muito poderoso, sendo executado pressionando ataque + “para frente”. Esse último movimento bem útil durante o game, mas não indefensável, assim sendo, se o inimigo defender o golpe não haverá tempo de se esquivar do contra ataque.


Os comandos em Knights of the Round, como em praticamente todos os games da Capcom neste estilo, respondem precisamente, sem engasgar e sem atrasos, tudo muito fluente. O único aspeto considerado desequilibrado aqui é a desproporção de forças entre seu personagem e os inimigos. Os golpes de nossos personagens são normalmente bem fracos, não tirando muita vida dos inimigos, em contrapartida, qualquer inimigo “zé ruela” que ataque tira uma quantidade de energia vital do jogador enorme.

E daí?
Você me pergunta.

Ora, não serão poucas as vezes que você estará rodeado de inimigos e em Knights of the Round não é possível arremessá-los para realizar o “efeito dominó” e derrubar mais um monte de outros inimigos próximo de você. Assim sendo, tudo terá de ser na pancada mesmo. Como não é possível atacar em todas as direções a tempo hábil, será necessário usar o especial. Usando o especial, será perdida uma boa quantidade de vida. Se não usar, vai levar pipoco e perder um monte de vida. Como o especial raramente mata os inimigos de primeira, poderá ter de usá-lo novamente, perdendo mais vida no processo.


Resumo da ópera: você vai perder um monte de energia vital de qualquer jeito. Com os chefes então isso fica mais evidente. Assim sendo, Knights of the Round é um game recheado de momentos “papa ficha”. Jogadores “macacos velhos” de fliperama sabem o que quero dizer.

Para a seleção de personagens, como já dito, temos três opções. Lancelot é o mais ágil dentre todos, mas é o mais fraco; Perceval é o mastodonte da turma, excesso de força mas muito lento. Por fim temos Arthur que é o que equilibra melhor força e velocidade.

Assim como em The King of Dragons, Knights of the Round possui um sistema de Level-up, baseado na pontuação alcançada no decorrer do game. Em Knights of the Round a cada level que se alcança o personagem selecionado vai ganhar upgrades na arma, além de ganhar uma armadura toda estilosa, que com o tempo vai passando de prata para ouro (Saint Seiya!). Lancelot, sabe-se lá por que cargas d´água, volta para uma armadura de prata, apesar de maior.

Para concluir a área jogabilidade, vale dizer que a diversão com os amigos em Knights of the Round é garantida, pois a máquina permite que três amigos joguem simultaneamente.

O visual de Knights of the Round é muito bom.


Cenários muito bem detalhados e com ótima variação ao longo do game, assim como os personagens principais e inimigos, por mais que esses últimos se repitam bastante no decorrer do game. As armaduras que o jogador ganha com o decorrer do tempo são inspiradas, dignas de Cavaleiros do Rei Arthur.

Os personagens são apresentados na tela em um bom tamanho, o que permite com o que jogador deleite-se mais facilmente com o esmero visual do game. Os chefes de fase, em sua grande maioria, são bastante criativos e impactantes visualmente. A animação de personagens principais e inimigos é fantástica, o que somente ajuda a dar vida ao que vemos na tela. A direção de arte do time de produção do game está de parabéns.

A trilha sonora é outro ponto a se elogiar, com uma variada seleção de músicas, todas de muito bom gosto e que cativam o jogador a seguir em frente.


Os efeitos sonoros são bons, mas nada de muito especial aqui. As vozes dos personagens, por mais que pouco as ouçamos, não são abafadas, mas não são tão bem trabalhadas com em um Teenage Mutant Ninja Tutles: The Arcade Game. Esse fator sequer deve ser relevado em uma análise justa, pois não estraga a experiência que Knights of the Round proporciona ao jogador.

Por fim vale destacar que o game, como o usual para um jogo Beat´n Up da época, é realmente curto, possuindo somente sete fases para alcançarmos seu fim.

Como era de se esperar, a Capcom em Knights of the Round seguiu a cartilha de como se fazer com Beat´n Up que a própria empresa criou anos atrás com Final Fight. Uma cartilha que, quando bem seguida, proporcionou e sempre proporcionará games do gênero com qualidade elevada.

Três anos depois do lançamento do game para arcades (1991), a Capcom lançou Knights of the Round para o Super Nintendo. Ao contrário da questionável conversão de The King of Dragons para o console de 16 bits da Nintendo, Knights of the Round para SNES é um game extremamente competente, com poucas e não significativas perdas.

Eduardo Farnezi

De volta como contribuidor freelancer do site GameHall, um dos fundadores do não mais existente blog Canto Gamer, fundador do blog Gamerniaco e ainda atuante nos projetos do grupo Game Champz e Agência Joystick. Gamer por paixão, cinéfilo por vocação, leitor de mangás e HQs por criação e nerd pela somatória dos fatores. Acredita que os únicos possíveis cenários de apocalipse são Zumbis e Skynet e não sai para noitadas por medo do que Segata Sanshiro pode fazer se encontrá-lo.

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