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Life is Strange

Criado pelo estúdio francês Dontnod e publicado pela Square Enix, “Life is Strange” é um jogo quase indie que deu o que falar em 2015, em meio a blockbusters como “The Witcher 3” e “Metal Gear Solid V”, lançado para os sistemas PC, PlayStation 3, PlayStation 4, Xbox 360 e Xbox One.

O título foi lançado em cinco episódios, seguindo o exemplo de “The Walking Dead” da Telltale, e conquistou espaço ao apresentar uma aventura contemporânea e com uma narrativa muito semelhante a uma série de TV.

A história é centrada em Maxine Caulfield, uma estudante de fotografia que descobre possuir a habilidade de voltar no tempo a qualquer momento, fazendo com que cada escolha sua crie um efeito borboleta, tema já abordado em vários filmes e séries.

O problema é que Max tem uma visão de uma grande tempestade e um tufão que vai ocorrer daqui alguns dias, destruindo sua cidade, fazendo com que ela assuma a responsabilidade de tentar impedir essa catástrofe.

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E para isso a jovem, controlada pelo jogador, deverá interagir com várias pessoas e ambientes, sendo que suas ações e decisões terão impactos diferentes na narrativa enquanto ela se desenrola. Missões secundárias e a realização de mudanças ambientais representam formas de quebra-cabeças, com uma árvore de diálogos estando presente em conversas com outros personagens.

Sua mecânica é bem simples e típica de jogos de “aventura gráfica“, bebendo da fonte de games como ao já citado TWD, “Heavy Rain” e “Beyond: Two Souls”, ou mesmo dos adventures de apontar e clicar, ou seja, você acompanha a história a partir de uma perspectiva de terceira pessoa e deve fazer escolhas morais durante o caminho.

A novidade aqui é a habilidade de voltar no tempo, que permite ao jogador refazer uma ação que já tenha sido executada, podendo fazer de maneira diferente. Também é muito útil para resolver quebra-cabeças, alterar ambientes ou coletar objetos. Por exemplo, você derruba um item que caí em um local inacessível. Basta voltar um pouco tempo e bloquear esse local, pois quando o objeto voltar a cair, agora você poderá alcançá-lo.

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O mesmo acontece ao interagir com outros personagens. Alguns te tratam mal ou não querem lhe entregar um item necessário, ou abrir passagem para um caminho. Você então conversa com eles, descobre alguma particularidade íntima sobre eles e então volta no tempo e fala sobre esses assuntos, para assim ganhar a “simpatia” deles (ou sacaneá-los), que estarão mais dispostos a lhe ajudar.

É claro que nem tudo é um mar de rosas e muitas vezes você vai se encontrar em situações impossíveis, verdadeiras encruzilhadas que independentemente da sua escolha vai resultar em dores de cabeça para a sua personagem, cabendo a você decidir qual é a opção menos nociva naquele momento.

No quesito visual, “Life is Strange” não traz nenhuma revolução, mas ele possui gráficos belíssimos, que conseguem transmitir bem a atmosfera de seriado de TV dramático, com ângulos de câmeras bem posicionados, com a função de fazer o jogador sentir a tensão e momentos depressivos (que são vários) pelos quais os personagens passam. As cores complementam esse conjunto, ora com tons fortes e alegres, e outros mais escuros e sombrios.

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Outro ponto de destaque é a trilha sonora cativante e com grande apelo emocional, com temas que contam basicamente com apenas violão, piano e voz. Com fortes influências de música indie folk contemporânea (que tem como destaques atuais bandas como Florence and the Machine e Munford & Sons) ela foi composta por Jonathan Morali da banda francesa Syd Matters (várias outras bandas, pouco conhecidas por aqui, aparecem no jogo, como Mogwai, Angus & Julia Stone e Mud Flow).

Infelizmente o jogo possui alguns bugs, como falta de sincronia entre os diálogos e os movimentos labiais dos personagens e algumas “engasgadas” em mudanças de ambientes, mas nada que comprometa pontualmente a experiência ou diversão do jogo. E falando nisso, as dublagens estão bem feitas, com boas atuações dos dubladores e combinando com os personagens  (apesar da falta de sincronia). Recentemente o jogo recebeu uma atualização com legendas em português (sem dublagem), o que deixa a aventura bem mais acessível e compreensível.

Para quem quiser experimentar o game, ele pode ser comprado por episódios nas lojas onlines (apenas R$ 10 por episódio na PSN, XLBA e Steam), ou completo em mídia física, lançada em janeiro de 2016. Cada episódio tem cerca de umas três horas de duração, e para quem quiser desbloquear todos os segredos e itens vai umas 20 horas de jogo.

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Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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