Análises

Lost Planet 2

– Lost Planet 2 oferece um bom multiplayer online, mas deixa a desejar no resto –

Há um tempo atrás a Gamehall postou a sua mais polêmica análise: Lost Planet: Extreme Condition (para saber porquê, clique aí e leia). Após quatro anos de produção, eis que temos Lost Planet 2, com eventos que se passam 10 anos depois do primeiro game, no mesmo planeta, mas agora quente e tropical igual às praias do Rio de Janeiro.

Mas e aí, será que a Capcom acertou a mão desta vez e ofereceu um game melhor que o original? Apesar de ter um multiplayer até divertido e designs de mostros e criaturas bastante interessantes e criativos, isso não é suficiente para cobrir os vários defeitos que o game apresenta. Uma pena, novamente um game com grande potencial que deixou a desejar. na verdade, Lost Planet 2 mais parece um pacote de expansão do primeiro game, com algumas melhorias (e novas falhas) do que uma sequência propriamente dita. Leia abaixo e descubra porque.

Assim como o anterior, LP2 é um jogo de ação em terceira pessoa, com muita ação intensa, tiroteios frenéticos e cenários grandiosos. A história é ambientada novamente em E.D.N. III, 10 anos após os eventos do primeiro game. A neve derreteu e revelou florestas e áreas tropicais que assumiram o local antes congelado. A narrativa é focada em uma guerra civil em disputa pelo T-ENG (Thermal-ENerGy). O jogador assumirá o controle de várias facções diferentes que irão combater a Akrid, uma raça de grandes insetos nativos do planeta, que voltam ainda mais furiosos e perigosos em LP2.

Esqueça os personagens antigos (que já não eram grande coisa mesmo), a Capcom passou a tesoura e mudou tudo radicalmente. E a mudança não foi das melhores em termos de enredo, já que a narrativa falha ao passar para o jogador uma história sólida e compreensível do conflito no planeta. Para começar, os personagens não possuem uma boa apresentação e carisma, nem ao menos tentam explicar suas motivações e lealdades. Ao invés disso você apenas assume o controle de uma nova facção a cada novo episódio, sem realmente ser dito quem são essas pessoas e como estão envolvidas no conflito. Pelo menos não tem mais aquelas longas e enfadonhas cutscenes presentes no primeiro jogo.

Até aí tudo bem, o game tem um “fail” narrativo mas pode compensar em outros elementos, como a ação da campanha, certo? Ledo engano meu caro, as missões são chatas, segmentadas e com um sistema de checkpoint decepcionante.

O que parece é que a Capcom quis criar uma campanha com “colchas de retalhos” de elementos multiplayer do jogo original, mas o resultado final deixou de lado alguns componentes fundamentais. Os campos abertos foram substituídos por estreitos corredores, e a maior parte dos cenários – altamente originais – cobertos de neve foram substituídos pelas genéricas áreas padrão de selvas e desertos. Até mesmo os bacanudos mechas Vital Suit possuem pouca importância, sendo raramente essenciais nas missões, que priorizam a ação em solo sem mechas.

Atirar contra os insetos gigantesco Akrid podem render um pouco de diversão e emoção, especialmente quando armado com as mais variadas armas que o jogo coloca à sua disposição, mas as missões rapidamente se tornam repetitivas e monótonas. Elas consistem em ativar dados de mensagens ou atirar nos inimigos no caminho para a saída, ou ainda batalhas frustrantes contra chefes de fase que te matam com dois golpes e missões definidas em veículos em movimento.

Ao menos a experiência de se jogar LP2 é melhor quando jogado com um parceiro no modo campanha, ou ainda com três jogadores online (caso contrário o computador assume com parceiros controlados pela IA). Melhor jogar com jogadores humanos, pois a IA de seus companheiros é bastante limitada e por várias vezes podem te deixar na mão em momentos críticos. O modo campanha é composto por seis episódios, que são compostos por vários capítulos que por sua vez possuem missões menores. O problema é que a estrutura dessas missões ficou muito mal feita, principalmente por causa dos checkpoints que aparecem apenas no início dos capítulos, ou seja, se você morrer em missões mais avançadas, terá que voltar desde o início, perdendo longos progressos de 20/30 minutos, tendo que fazer tudo novamente. Isso é muito frustrante e acaba cansando o jogador da pior forma possível, especialmente quando você está naquela última missão, quase passando de fase ou quando acabou de derrotar aquele Akrid que não vai deixar saudades e não pode salvar o progresso. E não pense que a Capcom diminui a dificuldade do game, ele continua bastante difícil que vai exigir persistência e MUITA PACIÊNCIA para se avançar pelas fases, e acima de tudo, é necessário trabalho em equipe. Ah, e se alguém da sua equipe morrer, ele não pode voltar no jogo enquanto os outros jogadores não passarem a fase. – o que é, adivinhem, bastante frustrate! Poxa, que mancada isso heim, pra que deixar o cara em sala de espera?

O destaque do jogo fica com os extremamente criativos designs dos monstros Akrids, que continuam sendo a principal dor de cabeça dos jogadores e que se apresentam nas mais diversas formas, tamanhos (apesar de aparentemente ter uma variedade menor que a do primeiro game), e com uma grande agilidade de movimentos e volume de causar danos impressionantes. Os chefes gigantescos estão de volta e pode esperar morrer várias vezes lutando contra eles (mas quando você derrota aquele %$#@* imenso é inegável a sensação de “missão cumprida” e satisfação). Além deles temos também inimigos humanos, mas esses estão ali só para “encher linguiça” e não fazem muito diferença no panorama geral do jogo.

Os gráficos, como o jogo anterior, são realmente belíssimos e muito bem trabalhados, quanto a isso não tem como negar, basta apenas dar uma olhada nas imagens da análise. Apesar de não apresentar cenários criativos para um jogo deste estilo, eles são bem variados e com texturas muita bem construídas, com um alto nível de detalhes que impressionam. Desde aos familiares campos congelados, desde às florestas, cidades e desertos, tudo se apresenta de fomar muito polida e bonita na tela. A trilha sonora também é excelente, com uma orquestração épica  pontuando momentos importantes do jogo. Infelizmente a maioria das missões não possuem acompanhamento musical, levando a uma experiência de tiroteio “silenciosa” e fria. Mas há quem prefira ouvir apenas os efeitos sonoros.

Se no modo campanha o game deixa a desejar, por outro lado sem dúvida nenhuma o ponto alto de Lost Planet 2 é o seu modo multiplayer competitivo. Se comparado à expansão “Colonies” do jogo original, não mudou muito, mas como o conteúdo multiplayer antigo já era muito bom, as inovações são bem-vindas. Novas opções de personalização de personagem e habilidades destraváveis oferecem novas e estilosas formas de se entrar no campo de batalha, com até 16 jogadores. Usar os mechas durante as rodadas certamente dá ao jogo um sabor único que não existem em outros shooters online. Alguns bônus serão apenas destravados quando se jogar no modo campanha e ganhar vários créditos. São no total 10 mapas – novos já confirmados via DLV – e cada um deles oferece uma excelente configuração de espaço e zonas de batalhas com muita ação e diversão. Você pode escolher entre uma das cinco facções e ingressar em um conunto de mapas diferentes.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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