Análises

Mario Kart DS

Quando o primeiro Mario Kart foi lançado para o Super Nintendo, muitos estranharam o fato de que o mascote da Nintendo havia se tornado protagonista de um jogo muito diferente de seu gênero original. Felizmente, a qualidade do título superou qualquer desconfiança causada, e serviu como base para a criação de uma verdadeira avalanche de jogos estrelados pelo bigodudo, abrangendo esportes como futebol e golpe e a memorável (e infinita) série Party.

Mario Kart DS é o segundo título da série desenvolvido especificamente para um portátil (o primeiro deles é o Double Dash para GameBoy Advance), e para muitos representa o ápice da série, tendo atuado como um dos desbravadores da capacidade online do Nintendo DS. Enquanto outros jogos da série foram criticados pela facilidade ou falta de inspiração na construção das pistas, aqui a Nintendo encontrou o balanço ideal entre novidades e aquilo que os antigos jogadores esperavam.

O principal modo de jogo é o Grand Prix, cuja dificuldade é dividida entre três tipos de cilindrada (50, 100, 150). As corridas ocorrem em 32 pistas diferentes, muitas delas recriações de circuitos famosos que já apareceram anteriormente na série – é claro, com as adaptações necessárias para se adaptar à velocidade e tipo de itens encontrados na versão para DS.

Como tradição da série, não basta simplesmente conquistar o primeiro lugar nas corridas para se sagrar campeão. A diversão está mesmo em coletar os diversos itens espalhados pelo cenário e prejudicar os adversários, seja através de cascas de bananas que fazem com que eles percam tempo precioso ou diminuindo todos a redor e passando por cima deles com seu kart. Como forma de balancear as partidas, itens mais poderosos se tornam mais raros conforme o jogador assume posições melhores na corrida – o que pode gerar dores de cabeça especialmente no modo 150cc em que é comum a aparição de cascos azuis perto da linha de chegada.

Embora a quantidade de pistas seja bastante variada, o modo Grand Prix se torna repetitivo exatamente por ser a única forma de destravar conteúdos extras para o jogo. Inicialmente está disponível uma quantidade limitada de personagens e karts que podem ser combinados livremente – número que aumenta conforme o jogador conquista o primeiro lugar em diferentes campeonatos. Como é preciso completar os mesmos percursos em três dificuldades diferentes, pode ficar a sensação de que o jogo utiliza de táticas pouco honestas para estimular novas partidas.

O real destaque de Mario Kart DS são as partidas multiplayer, especialmente se o jogador tem à disposição uma conexão wireless para interagir com outras pessoas espalhadas pelo mundo. Infelizmente, o sistema pouco inteligente de friend codes se faz presente e é a única forma de enfrentar conhecidos – fator compensado pela opção de entrar em salas de forma aleatória, enfrentando adversários desconhecidos, mas dispensando qualquer configuração extra.

Uma ressalva que deve ser feita às partidas online é a grande quantidade de trapaceiros habitando a rede online da Nintendo – consequência da profusão de cartuchos R4 e da falta de um filtro de usuários eficiente. Embora não seja algo frequente, não é incomum encontrar jogadores que utilizam códigos para modificar o jogo, atingindo velocidades absurdas com seus karts e dirigindo de forma perfeita – algo que não faz muito sentido, tanto pela falta de diversão que isso traz quanto pela ausência de qualquer ranking ou premiação que justifique a utilização de táticas baixas para vencer.

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