Marvel Ultimate Alliance 2

E atenção fãs dos quadrinhos da Marvel, acaba de sair para as mais diversas plataformas  (PS2, PS3, X360, Wii, PSP, DS e PC) Marvel Ultimate Alliance 2, sequência do bacaninha jogo de 2006 da Activision. O game segue a mesma fórmula do seu predecessor, com visão superior, muita ação e elementos de RPG. Como toda boa sequência, traz algumas inovações interessantes em relação ao primeiro game, a mais notável é a interação entre personagens, numa combinação de poderes conhecida como “fusion attacks”. O jogo está mais polido, houve uma tentativa de melhoras nos gráficos e nas câmeras, mas o resultado final não ficou muito melhor do que já mostrado no anterior. As versões para PS3 e X360 são claramente superiores e muito similares, já versão do Wii mais parece uma adaptação feita às pressas, com limitações maiores e os sensores de movimento mal aproveitados (a versão de Wii foi produzida pela n-Space enquanto que a versão de PS3 e X360 pela Vicarious Visions).

Guerra Civil Marvel

O enredo segue o arco de histórias de uma das maiores sagas do mundo Marvel, a Guerra Civil. Sucesso de vendas e de crítica da editora, a saga envolveu todos os seus personagens e colocou herói contra herói e teve repercussões bombásticas como a revelação da identidade secreta do Homem-Aranha (mas depois a editora deu um “jeitinho” – mas isso é outa história). No game, o ponto de partida é a invasão da Latvéria, comandada pelo vilão Dr Destino, pelas tropas da S.H.I.E.L.D, com Nick Fury no comando militar (baseado na minissérie Guerra Secreta).

A partir daí surgirão vários problemas e dilemas que darão início ao enredo de Guerra Civil:  uma batalha entre heróis e vilões causa uma explosão em Stamford, Connecticut, matando 612 civis. A população fica revoltada e culpa os super-heróis pelas mortes dos inocentes. O governo dos EUA decide então criar uma lei de registro obrigatória para todas as pessoas com super-poderes ou habilidades especiais (heróis e vilões). Ou seja, os heróis passam a responder todos os seus atos ao governo e aqueles com identidades secretas devem “sair do armário” e se revelar ao mundo. É claro que tal lei gerou discórdia entre os heróis, com alguns concordando com a nova lei e outros se opondo. De um lado, comandados pelo Homem de Ferro, o grupo que está de acordo com o governo, e do outro lado está o grupo do Capitão América, que é a favor da liberdade individual do cidadão, levando a um conflito entre os dois grupos e gerando a Guerra Civil do título. E aqueles que não quiserem se registrar serão considerados criminosos e serão caçados pelos heróis (e vilões) registrados.

A saga Guerra Civil nos quadrinhos envolveu todos os personagens da Marvel, colocando heróis contra heróis e criando situações inusitadas, como o Capitão América ao lado dos rebeldes, a separação do Quarteto Fantástico, a morte de alguns personagens e a revelação da identidade secreta do Homem-Aranha ao público. Foi publicada em 2006 nos EUA em todas as revistas Marvel e foi um sucesso de vendas. As repercussões de Guerra Civil duram até as histórias de hoje, presentes na vida dos personagens nos quadrinhos.

No jogo você pode escolher os heróis que estão a favor do registro, liderados pelo Homem de Ferro e o Sr Fantástico do Quarteto Fantástico ou o lado contrário, liderados pelo Capitão América e Luke Cage. O enredo é bastante tenso que irá propor dilemas morais que poderão alterar o final do game de várias maneiras.

Sem dúvida nenhuma o ponto alto do jogo é a grande variedade de personagens e habilidades existentes, retratando de maneira fiel os famosos personagens das HQs. Graças ao Fusion Attacks, que são ataques combinados entre dois personagens do grupo para resultar em ataques mais devastadores, o jogador ganha um leque de inúmeras possibilidades de combinação, algumas podendo gerar até um bônus, como colocar quatro X-Men juntos, por exemplo, ou usar o escudo do Capitão América eletrificado pela Tempestade e o Homem-Aranha junto com o Dead Pool.

A ação é intensa e constante, o quebra-pau rola solto na tela da TV e o tempo todo surgirão vários inimigos, como capangas, supervilões e super-heróis. além de poder arrebentar boa parte do cenário Você joga com quatro personagens (entre 24 selecionáveis inclusive vilões, alguns exclusivos dependendo da versão) podendo alterná-los a hora que quiser, como no anterior. Há vários chefes de fase que oferecem desafios interessantes, mas nada de muito complicado.

E meio a toda essa pancadaria há momentos de exploração e quebra-cabeças (nada muito desafiador), como usar personagens voadores para alcançar certos lugares ou levantar obstáculos extremamente pesados com alguém que tenha super-força. Os elementos de RPG estão de volta, com a possibilidade de ganhar pontos de experiência, subir de level e ganhar novas habilidades e poderes. Em certos momentos você poderá escolher algumas das respostas nos diálogos com outros personagens, que irá influenciar no desenvolvimento do jogo. De que lado vocâ vai ficar, do governo ou os dos rebeldes? Seja qual lado escolher, ambos renderão uma boa trama. Aliás, a escolha da saga Guerra Civil para ambientar o game não poderia ter sido mais acertada. Considerada uma das melhores sagas da Marvel nos últimos tempos, ela serviu como uma luva como pano de fundo para MUA2, com um enredo tenso que vai aumentando a medida que você vai avançando e prendendo a atenção do jogador. Se você leu a saga nos quadrinhos então este jogo é obrigatório, se você não leu, também vai curtir.

O jogo permite até quatro jogadores offline, oferecendo uma experiência mais envolvente e divertida ao jogar com os seus amigos. Ou não, um amigo meu que não está acostumado a esse tipo de jogo ficou meio zonzo, pois segundo ele é muita informação e bagunça na tela, muitas vezes nem sabia o que estava acontecendo, só apertava os botões. Há também para o PS3 e X360 a possibilidade de se jogar online.

Apesar dessas qualidades o game apresenta vários defeitos e frustrações, principalmente a versão para Wii, que ficou bem inferior às outras versões. Se você tem um Wii, aqui estão os principais problemas: para começar, você não pode alternar os personagens quando quiser, só em determinados pontos dos cenários. Ou seja, se você estiver com um personagem que não gosta, vai ter que aturá-lo até o próximo ponto de troca (que aliás são os únicos pontos de save também). O game ainda apresenta vários bugs, além de cenários confusos e mal feitos e o mal uso do controle Remote e Nunchuck do Wii, sem a possibilidade de se usar o controle clássico ou do GameCube. Não que as versões de PS3 e X360 também não tenham os seus defeitos, mas em comparação a versão do Wii saiu perdendo feio, ficando abaixo da expectativa e podendo gerar frustrações.

Mas, de maneira geral para todas as versões, o game apresenta alguns pontos altos nos gráficos, especialmente as CGs, mas nada de espetacular, fica evidente que faltou um acabamento mais refinado, com texturas mal-acabadas e animações estranhas. A câmera pode gerar alguns desconfortos já que ela não faz o seu trabalho, que é o de ajudar nos ângulos de visão, por muitas vezes com obstáculos na frente do jogador.

A ação intensa, que para alguns pode ser uma vantagem, para outros pode surtir um efeito contrário. Há muitas informações na tela e uma tremenda confusão, jogadores não acostumados podem ficar perdidos em meio a tantos personagens se quebrando na tela, as vezes fica difícil distinguir quem é amigo ou inimigo, especialmente na luta contra os chefes. Não será de se admirar que você se encontre apertando os botões que nem louco e acertando tudo que aparece na tela, limitando assim a diversão a um demolidor de botões. Os loadings são um teste de paciência, muito longos e demorados, mesmo com dicas de jogabilidade e pedaços da história mostrados nesse intervalo, não ajuda a mudar seu humor pela espera.