Antigamente, em especial na época dos jogos em 2D, os games não precisavam de uma equipe muito grande e nem muito tempo de desenvolvimento para ficarem prontos e serem bem sucedidos. Afinal, os títulos eram mais simplórios, tanto na jogabilidade, quanto no visual e na história. No entanto, a média para um jogo ficar pronto variava de 1 a 2 anos nessa época. Curiosamente, o Mega Man 7, o único da saga original lançado para o Super Nintendo, foi desenvolvido em apenas três meses, como é possível ver na entrevista concedida pelo programador Kazuhiro Tsuchiya em dezembro de 2017 para a Game Informer.
Não se sabe a razão pela qual a Capcom impôs um prazo tão curto para o desenvolvimento do game. Acredita-se que os chefes da empresa queriam dar foco na sub-série “Mega Man X”, que estava fazendo grande sucesso no console.
Apesar do prazo apertado, Keiji Inafune (considerado “o pai” do Mega Man) disse que a equipe estava muito motivada em desenvolver o game, sendo uma experiência muito divertida para ele proóprio. O ilustrador Hayato Kaji endossou o discurso, dizendo que os profissionais estavam muito comprometidos em completar o game, trabalhando muitas vezes além do horário
Outra curiosidade é que o Battle Mode, que é a modalidade em que o Mega Man luta contra o Bass, foi desenvolvido no finalzinho da produção, em apenas dois dias. Já a trilha sonora foi composta por 10 pessoas, e o último chefe foi propositalmente desenvolvido para ser “insanamente difícil e impossível de derrotar sem usar um Energy Tank”.
Talvez o prazo tão apertado seja a razão pela qual Mega Man 7 tenha recebido críticas quanto a ausência de inovação, pegando a mesma fórmula dos games do Nintendinho e introduzindo pouquíssimas novidades, além de apostar em um level design simplório. Apesar disso, o game também foi elogiado por ser bem “redondo”, com bons gráficos, boa trilha sonora, e uma jogabilidade sólida com poucos bugs. Também rendeu sucesso comercial e hoje é lembrado com nostalgia por boa parte dos fãs.
