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Mega Turrican – Ação intensa do início ao fim

Nos anos 80/90 o gênero Run ‘n Gun era bem popular nos arcades e videogames domésticos, sendo os seus principais representantes “Contra“, “Gunstar Heroes” e “Metal Slug“.

Criado em 1990 para o sistema Commodore 64 (mas era mais popular no Amiga), “Turrican” também seguia o estilo de “correr e atirar” em tudo na tela, mas nunca chegou a ter o status dos três games anteriormente citados. O game tinha como grandes inspirações os jogos da série Contra e Metroid, com longos cenários e labirintos, com aliens como principais inimigos.

No entanto, nossa retro-análise de hoje vai ser focada em “Mega Turrican” (Turrican 3 no Amiga), terceiro game da série lançado em 1994 para o Mega Drive. O jogo foi desenvolvido para o sistema da Sega, mas curiosamente a versão para Amiga, feita por outra empresa, foi lançada antes, já que a desenvolvedora Factor 5, não estava conseguindo achar uma publisher para lançar o jogo no mercado, até que a Data East assumiu a responsabilidade para o 16 Bits da Sega.

Apesar de semelhantes, a versão para Mega Drive é bem superior ao do Amiga, com cenários mais detalhados e melhor uso dos recursos gráficos do console – veja comparação abaixo. Dito isso, vamos para a análise!

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Mega Drive vs Amiga

Problemas no século XXXI

O jogo não conta com uma grande história, apenas uma breve abertura para situar o jogador. Estamos no século XXXI e anos já se passaram desde a derrota do vilão The Machine (meio homem, meio máquina – ele lembra o Galactus da Marvel) no segundo jogo.

Mas após anos de paz, o vilão ressurge para destruir planetas e escravizar a humanidade, e como todo bom bandidão do século XXXI, dominar a galáxia. Assim Bren McGuire, herói do jogo anterior, veste mais uma vez a armadura de combate Turrican e parte para confrontar a horda de criaturas de seu velho inimigo e salvar a humanidade. Simples assim.

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Metroid + Contra

A mecânica do jogo segue a fórmula dos antecessores, com longas fases e cenários com ação na horizontal (tanto para esquerda como direita) e vertical (para cima e para baixo). Apesar de ter um enfoque na ação, os cenários oferecem dezenas de passagens secretas e itens escondidos, ideal para você jogador que gosta de fuçar todo e qualquer canto.

Nosso herói conta com três tipos de armas, que podem ser evoluídas em seu poder: Spread Gun, Laser e Rebound. Cada uma delas tem estilos e poder de ataque diferentes,que são usadas com eficiência dependendo do tipo inimigo.

Além disso, segurando para baixo + pulo, o personagem se transforma em uma bola invencível, capaz de andar mais rápido, passar por lugares estreitos e deixar minas pelo chão – semelhante ao “Morph Ball” da série Metroid. Porém o uso dessa bola requer uma barra de energia especial (coisa que não tinha no jogo anterior e deixava as coisas mais fáceis), que vai diminuindo quando você está nesse estado. Quando vazia, somente ao perder uma vida ela se recarrega novamente (se você for um bom explorador, vai encontrar várias vidas escondidas para poder fazer isso de vez em quando).

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Porém, a maior mudança em relação aos jogos anteriores, é a introdução de uma corda, usada para alcançar plataformas e áreas mais elevadas (semelhante aos jogos da série Bionic Commando da Capcom), não acessíveis com o pulo normal do personagem. Essa corda adiciona várias novas possibilidades de exploração e locomoção do personagem, deixando a jogabilidade mais variada e divertida.

O jogo tem ao todo cinco áreas principais divididas em sub-áreas (num total de 15 fases), compostas por longos cenários (você vai gastar uma meia hora em cada uma delas), sendo que algumas contam com estilos diferentes que mudam radicalmente as mecânicas e jogabilidade do game, como a fase que se debaixo da água ou a que possui uma rolagem automática da tela.

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Visuais e trilha sonora que impressionam

Os gráficos na versão Mega Drive são muito bem trabalhados, são coloridos e com fundos extremamente detalhados. Destaque para a terceira área, que apresenta um belíssimo planeta de sucatas, efeitos parallax de nuvens que impressionam (usam umas 4 camadas diferentes, o que dá um efeito muito bonito na tela, não ficando aquela imagem estática), com uma chuva caindo e uma cidade destruída ao fundo.

O design do personagem ficou bem bacana, assim como dos vários e criativos tipos de inimigos, em sua maioria seres orgânicos ou mecânicos (as vezes uma mistura dos dois). Graças ao veloz processador do Mega Drive, podemos contar com vários inimigos, tiros e explosões na tela sem a presença de lags ou slowmotions (apesar de apresentar alguns glitches), aliás, ação na tela ocorre de forma muita veloz, marca registrada desse tipo de jogo e algo que nunca foi problema no Megão.

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O game conta com algumas homenagens, como o planeta de sucata com restos de chefes dos games anteriores – sendo que um deles se recusa a ficar morto. Temos também um chefão que parece o robô ED-209 dos filmes do Robocop, um planeta alienígena (com um efeito muito bacana no cenário ao fundo) recheado de aliens e casulos do filme “Alien: O Oitavo Passageiro” (o chefão inclusive é uma rainha Alien) e uma grande cabeça do Exterminador do Futuro.

E por fim, mas não menos importante, ‘Mega Turrican” conta com uma trilha sonora maravilhosa, uma das melhores que você vai ouvir no bom e velho negão da Sega – tão boa quanto as composições de Yuzo Koshiro no sistema. As músicas são agitadas e empolgantes, com uma pegada eletrônica e sons de bateria, baixo e teclado que se sobressaem nos temas. Ouça uma das minhas favoritas abaixo:

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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