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Mighty Morphin Power Rangers: Mega Battle

Com uma grande lista de temporadas, Power Rangers possuem fãs veementes até os dias de hoje, seja por conta das primeiras temporadas, seja a meninada mais nova que acompanha as atuais histórias do grupo de heróis.

A maior prova atual que podemos ter desse sucesso é o filme, de relativo alto orçamento, que está prestes a ser lançado nos cinemas e que promete agradar toda a base dos entusiastas de plantão.

Outra prova de sucesso dos Power Rangers ao longo de mais de vinte anos de existência é a quantidade de jogos baseados em suas aventuras.

Por mais que no geral a qualidade dos jogos não seja lá das maiores, jogos como Mighty Morphin Power Rangers para o Mega Drive e Mighty Morphin Power Rangers: The Movie para o Super Nintendo são pontos fora da curva, trazendo diversão gamer de alta qualidade.

É claro que aproveitando o momento em que Power Rangers está em alta dada a proximidade do lançamento do novo filme, a Bandai Namco traz ao mundo Mighty Morphin Power Rangers: Mega Battle.

Disponível somente via compra digital para Playstation 4 e Xbox One, Mega Battle infelizmente é um representante dos jogos ruins da série, sendo mais frustrante do que Lightspeed Rescue para Nintendo 64.

O jogo é um beat´em up bidimensional padrão baseado na primeira e mais icônica temporada dos Power Rangers, a Mighty Morphin.

Como em qualquer game do gênero, Mega Battle tem seu maior potencial de diversão quando aproveitado com amigos, cooperativamente. Aqui é possível jogar com até mais três amigos simultaneamente, ao estilo TMNT IV: Turtles in Time.

Isto posto, não existe mais nenhum aspecto a apontar que não seja absolutamente negativo aqui.

O gameplay, aspecto mais básico de um jogo, é inexplicavelmente incomodo. O hitbox dos inimigos é muito restritivo, fazendo com que seja fácil não acertar-lhes os golpes, mesmo que aparentemente esteja na frente dos mesmos. Ironicamente o hurtbox dos Rangers não parece sofrer desse mal.

É muito frustrante não acertar um inimigo que a qualquer momento pode lhe acertar estando ambos nas mesmas posições e isso é algo com o que é necessário lidar ao longo de todo o jogo.

Apesar da diversidade de escolha de qual Ranger usar, ela é somente estética. Sim, cada Ranger possui seus golpes e combos próprios, mas o gameplay é tão raso que tais diferenças não afetam em nada o prosseguimento do jogo.

Existe ainda uma tentativa de evolução de personagens, sendo possível adquirir novos combos e golpes em troca de Coins, adquiridas ao longo da jogatina. Infelizmente tal sistema se torna inútil pelo mesmo motivo citado no parágrafo acima.

O jogo possui seis fases, cada qual subdivididas em três diferentes cenários. Não é um número ruim se tratando de um game do gênero e são suficientemente diversas visualmente. Infelizmente elas possuem problemas de game design crassos.

Alguns cenários são geograficamente conturbados, sendo muito inclinados. Isso somado ao terrível hitbox dos inimigos causa muito mais frustrações do que se imagina. Existem também cenários em que saltos precisos são necessários, mas que por algum motivo alguns deles possuem paredes invisíveis, causando a queda indesejada.

Bons momentos como a fase dos hoverboards aquáticos quebram os problemas constantes presentes ao longo da jogatina, mas são bons somente quando comparados com o restante de Mega Battle.

No começo de cada fase o Ranger escolhido ainda não está morphado, sendo necessário inicialmente controlar o adolescente sem seus super poderes. Não há muita diferença entre estar e não estar morphado além da maior resistência física e regeneração de HP.

Outros problemas de gameplay ainda irão irritar o jogador, como por exemplo pegar itens sem querer, deixando um amigo que dele necessitava na mão, ou mesmo o fato de não haver indicativo claro de quando se obtém um Coin. Ora, não é possível sequer saber quantos Coins se possui fora na tela de compra de habilidades.

A trilha sonora é um ultraje. Toda e qualquer música composta para o game são loops de menos de 30 segundos martelando na sua cabeça ciclicamente. Mesmo as composições que nada mais são do que remixes de temas clássicos de Migthy Morphy possuem o problema acima citado.

Outro problema com a trilha é que ela é totalmente inexistente em vários momentos ao longo do jogo, o que dá a sensação de algo estar faltando ou mesmo de um produto inacabado.

Visualmente falando, a direção de arte não é ruim. Os personagens e inimigos possuem um tom mais cartunesco e infantil que em outros games da franquia, mas cumprem o seu papel. Infelizmente a movimentação dos personagens, Rangers ou não, é terrível.

Mega Battle tem cara de jogo feito para celular, ou pior, jogo de equipe amadora desenvolvido de Flash.

É claro que se tratando de um game de Power Rangers, em algum momento um inimigo deve virar um monstro gigante, fazendo dessa a hora perfeita para diversão sem limites com o Mega Zord. Tais momentos existem em Mega Battle, infelizmente eles são os mais frustrantes de toda a experiência do game.

O jogador não possui controle do Mega Zord. As missões com o gigantesco robô se baseiam em minigames de tiro. O tronco do monstro estará ocupando toda a tela, com seus pontos fracos piscando, e o jogador controla uma mira para atirar freneticamente nesses pontos fracos. Caso mais de um jogador esteja jogando, cada qual possui sua mira individual.

Quando não o é assim, as batalhas se resumem a QTEs. É preguiçoso, é revoltante e é um desperdício de potencial inenarrável.

Some todos os problemas aqui apontados com a ausência de um multiplayer cooperativo e com hordas de inimigos repetitivos e sem carisma e você possui o escopo do que verdadeiramente Power Rangers: Mega Battle é: um produto feito nas coxas se aproveitando do hype causado pelo lançamento do próximo filme da franquia.

Se você possui quatro amigos zueiros que possam se dirigir até a sua casa para UMA sessão de jogatina, alguma diversão poderá surgir daí, mesmo que ela se baseie em zuar todos os aspectos horríveis de Mega Battle. Tirando nessa específica situação, não recomendo esse jogo para ninguém.

Eduardo Farnezi

De volta como contribuidor freelancer do site GameHall, um dos fundadores do não mais existente blog Canto Gamer, fundador do blog Gamerniaco e ainda atuante nos projetos do grupo Game Champz e Agência Joystick. Gamer por paixão, cinéfilo por vocação, leitor de mangás e HQs por criação e nerd pela somatória dos fatores. Acredita que os únicos possíveis cenários de apocalipse são Zumbis e Skynet e não sai para noitadas por medo do que Segata Sanshiro pode fazer se encontrá-lo.

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