Na história de hoje, aprendemos que a inveja é uma merda

1470322_10151861482520073_2089825521_n

Nós postamos ontem uma entrevista com o Paulo “Lord Eternal” Campos e ficamos assustados com a repercussão que ela gerou. Certamente já esperávamos que uma grande parcela das pessoas cairia “matando” em cima dele, mas há muitas que estão ultrapassando os limites do respeito e do bom senso e o criticam com coisas não relacionadas ao tema. Nós, do Gamehall, não aprovamos esse tipo de atitude ofensiva sem sentido.

Estamos num país livre, sendo assim, cada um tem o direito de gastar o seu dinheiro, fruto de um trabalho honesto, como bem entender e sem prejudicar ninguém. Ele explicou os seus motivos por ter optado comprar o PlayStation 4 no Brasil, pagando mais caro, por causa da garantia extendida. As pessoas que compraram por fora não tem essa garantia, ou ainda quem pagou US$ 400 nos EUA, se o videogame der problema, o que vai fazer?

Independente de acharem que ele está agindo de forma errada, devemos respeitar opiniões contrárias, afinal, ele não está xingando ninguém que não tem o dinheiro para comprar um PS4. Se vocês tivessem R$ 4.000,00 sobrando, iriam preferir comprar o console agora, com uma garantia extendida, ou iam esperar um ou dois anos até o seu valor baixar? Aposto que se todos tivessem essa grana, estariam aí comprando o seu PS4. A compra dele não vai mudar a situação da indústria dos videogames no Brasil, que continuarão caros, como sempre foram. Mas claro, todos tem o direito de ter a sua opinião, coisa que deve ser feita com educação e respeito, pois o que está xingando hoje, pode ser o xingado amanhã.

Infelizmente, em se tratando de Brasil, os preços aqui sempre foram absurdamente altos, não apenas com videogames, mas com eletrônicos em geral, automóveis, eletrodomésticos, etc, e já desde de muito tempo. O Atari por exemplo, foi lançado em 1977 nos EUA, mas chegou por aqui no começo dos anos 80, nume época em que a economia do país passava por uma forte crise, e para comprar o sistema o cara tinha que ter “bala na agulha“! Não era um console acessível para todos, e numa certa época, quem o tinha era taxado de “rico“. Quem não se lembra das relações de preço do lançamento do Mega Drive, Super Nintendo, GameCube, PS2 ou pior ainda, do NeoGeo ou 3DO, duas plataformas caríssimas, e mesmo assim tinha gente que os comprava sem gerar toda essa polêmica. O PS3 chegou no Brasil custando inacreditáveis R$ 8.000,00, e certamente deve ter tido uns malucos cheios da grana que compraram. E hoje em dia o PS3 está com um valor mais acessível. Demorou, é verdade, mas eventualmente vai acontecer o mesmo com o PS4, o seu preço vai cair, e se você não quer pagar R$ 4.000,00, vai ter que esperar. Mas se quer entrar na onda dos lançamentos, vai ter que colocar a mão no bolso.

O site Gamasutra certa vez publicou uma tabela contendo o preço dos videogames na época em que eles foram lançados, mas com valores atualizados para os dias de hoje. Confira abaixo quanto custaria cada console se ele fosse lançado hoje:

É impressionante ver que o Atari, por exemplo, custaria US$ 756, nos EUA. Levando em conta taxas de importação, valor de importação mais uma taxa extra de lucro, ele seria lançado no Brasil por cerca de estrondosos R$ 3.000,00e certamente teria quem o comprasse.

Mas para concluir, não estamos dizendo que ninguém possa criticar as atitudes do Paulo, nós mesmos do Gamehall não concordamos em gastar R$ 4.000,00 num videogame, mas não ficamos xingando ele quando o entrevistamos, ou tentamos dar lições de moral ou aulas de economia, respeitamos o seu direito de gastar o seu dinheiro da maneira que bem entender, desde que não prejudique ninguém.

Enfim, tá tudo bem agora. Mas é certo que aqueles que xingaram, deveriam se indignar com o roubo dos políticos ao erário nacional, e não a um simples gamer que apenas exerceu seu direito de comprar um videogame.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Por favor, desabilite o Adblock para continuar acessando o site!