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Ni no Kuni II: Revenant Kingdom

Com a chegada do fantástico Ni no Kuni: Wrath of the White Witch há alguns anos, que nos levou em uma jornada inesquecível desenvolvida por meio de uma parceria entre a conceituada equipe de animação do Studio Ghibli e a competente desenvolvedora Level-5, fomos agraciados naquela época com um RPG munido de gráficos estonteantes, trilha sonora inesquecível e uma história que ficou na memória de muita gente.

Ni no Kuni II: Revenant Kingdom chegou e é sinceramente tudo que esperaríamos de uma sequência. Ela não apenas resolve todos os problemas do jogo anterior, como coloca à disposição uma variedade adicional de recursos que complementam brilhantemente a experiência.

A jogabilidade foi totalmente refeita, com um combate mais focado na ação e que ocorre de maneira muito mais rápida, uma alteração muito bem-vinda em comparação com o estilo mais lento encontrado no jogo anterior. Embora sejam em sua grande maioria fáceis, as batalhas são muito divertidas.

As lutas iniciais você tira de letra, mas de vez em quando irá se deparar com inimigos mais fortes, que necessitarão que você aumente seu nível se quiser ter uma chance de derrotá-los. Tais adversários fornecem alguns dos melhores itens do jogo, um bom incentivo para você ir atrás deles. O mais legal é que o game foi feito de tal maneira que você nunca precisará ficar “farmando” experiência, bastando apenas fazer primeiramente as missões que se adequam ao seu nível, que eventualmente conseguirá encarar os desafios de maior dificuldade.

Ao invés de ter de capturar monstros e treiná-los como no jogo anterior, aspecto que recebeu reclamações de alguns jogadores por causa da maneira como foi implementado, você terá no combate pequenas criaturas chamadas Higgledies. Quatro tipos diferentes podem juntar-se a você, lhe dando suporte com diversos tipos de ataques e habilidades. Elas ajudam bastante, mas não são essenciais para que você obtenha a vitória nas lutas. Entretanto, se bem utilizadas, podem fazer uma boa diferença na hora de ditar o rumo de uma contenda contra um chefe ou inimigo mais poderoso.

A maior novidade em Revenant Kingdom, no entanto, é a possibilidade de construir seu próprio reino. Você destrava isso logo no começo do jogo e a partir daí tem de coletar recursos para poder construir novas edificações e melhorar as existentes para expandir seu reino.

Embora você possa pensar que isso é algo desnecessário, engana-se. O reino causa um impacto direto na sua progressão, já que as instalações que você constrói nele permitem pesquisar melhorias para, por exemplo, ganhar mais experiência nas batalhas, como até mesmo construir armas, armaduras, aumentar o nível de suas magias, comprar itens e assim por diante.

Outro detalhe importante é que você precisa completar certas missões ao longo do jogo para conseguir recrutar personagens para morarem no seu reino. São eles que irão trabalhar em cada uma das instalações que forem construídas, inclusive fornecendo novas missões depois que se acomodarem no novo lar. Alguns destes moradores são essenciais para destravarem novas opções de upgrade para o lugar onde serão realocados.

Apesar do reino não ser um aspecto totalmente obrigatório, há um momento crucial na jornada onde ele atuará como uma barreira para que você possa progredir na história principal, portanto é sempre bom investir um pouco de tempo cuidando dele, para não se frustrar mais tarde. O bom disso é que não se trata de algo entediante, muito pelo contrário, é tremendamente satisfatório ver a evolução do reinado.

Voltando a falar das missões, elas infelizmente não são muito variadas, lhe incumbindo de realizar quase todas as vezes tarefas que envolvem a coleta de certos itens ou o enfrentamento de determinados chefes opcionais. No entanto, por oferecerem recompensas significativas em boa parte das vezes, elas acabam incentivando o jogador a explorar mais o vasto mundo do game.

O mais legal disso tudo é que Ni no Kuni II, em momento algum, sobrecarrega o jogador com tarefas muito complexas, apresentando sempre tudo de maneira bem mastigada. Por exemplo, se você recebe um dever onde precisa pegar uma determinada quantidade de itens, que já obteve em um momento anterior, mas não possui mais, o jogo guarda essa informação e lhe diz os nomes dos locais onde você pode conseguir esses itens. Tudo para que você não perca tempo e o ritmo do jogo não seja quebrado.

Algo que ficou um pouco simplificado demais foram as novas batalhas “Skirmish”. No começo elas são legais, mas depois ficam um tanto cansativas. Elas colocam você no comando de até quatro grupos de soldados diferentes, que precisam marchar num campo de batalha para derrotar quaisquer inimigos que encontrarem pela frente.

Apesar de haverem habilidades especiais que você pode utilizar nos confrontos, depois de algum tempo você percebe que tudo que necessita fazer na maioria das vezes é andar com seu pelotão em direção ao grupo de soldados inimigos até que ele seja derrotado. A ideia desse modo é boa, mas poderia ter sido melhor executada.

Visualmente Ni no Kuni II é maravilhoso, lembrando e muito os desenhos do Studio Ghibli com sua arte e animação. E o melhor de tudo, é que roda em 60fps tanto no PS4 quanto no PC.

Outro ponto forte do jogo é a narrativa. Ela começa devagar, mas se desenvolve tanto ao longo da aventura que você se vê grudado na frente da tela, querendo saber o que acontecerá em seguida na história. Os personagens são incríveis, cada um com suas próprias personalidades e histórias distintas por trás e em algumas vezes você acaba até mesmo se ligando emocionalmente com eles. O único problema grave é que alguns deles passam a sensação de que poderiam ter sido melhor desenvolvidos depois que são introduzidos ao jogador.

Apesar de não ter suporte para português, Ni no Kuni II conta com uma dublagem em inglês de altíssima qualidade, havendo também a possibilidade de jogar com as vozes em japonês. Entretanto, este não foi meu caso, pois gostei tanto da localização vocal em inglês que optei por usá-la o tempo todo. A grande lástima é que a maioria dos diálogos nas cutscenes tem apenas texto.

A trilha sonora continua soberba. Embora faça uso de algumas músicas do jogo anterior, as novas faixas capturam com exatidão os vários momentos e lugares que o game apresenta.

 

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