Análises

Nier

– Variedade visual, uma boa história e trilha sonora definem Nier –

Nier foi lançado como um jogo exclusivo para o Xbox 360 no Japão e agora chega ao ocidente também para o PlayStation 3. Um outro jogo também foi lançado no Japão, chamado Nier Replicant, esse exclusivo para PlayStation 3. A diferença entre elas é que a versão japonesa mostra o  protagonista como um adolescente típico de animes, enquanto que as versões ocidentais mostram um herói mais velho, bruto e musculoso (segundo a Square-Enix, mais atrativo para o público ocidental). Nier é um jogo que provavelmente não fará muito sucesso por aqui, apesar de apresentar um sistema bacana com uma jogabilidade bastante simples e eficaz.

Se você ficar marcando bobeira, os inimigos te cercam numa roda de linchamento…

Ele é um RPG de ação. ambientado em um mundo apocalíptico e em ruínas, infectado por doenças e criaturas sombrias letais. O tema principal aqui é o amor paternal e a amizade. O jogador irá assumir o papel do protagonista Nier, um homem com os seus quarenta e pouco anos, cujo propósito na vida é encontrar uma cura para sua filha, infectada com a sombria doença “Black Scrawl”, que assola a humanidade. Com a ajuda de aliados poderosos e de um livro misterioso, Nier deverá enfrentar hordas de seres bizarros e gigantescos, descobrir a verdade sobre a doença, sua filha e até sobre si próprio.

Para além do personagem principal, temos alguns personagens suporte bem interessantes. Temos a guerreira parceira de Nier, uma jovem mulher chamada Kaine, que se revela uma surpresa um tanto inesperada. Em algum momento anterior à história do jogo, ela foi possuída por um demônio, tornando-se assim hermafrodita. Como resultado disso ela foi mal-tratada desde muito nova, e por causa disso passou a realçar excessivamente seu lado feminino através das suas roupas. Mesmo assim seu comportamento, atitude e fala são extremamente rude e masculinos.

Você gosta de personagens femininos? Ou de masculinos? Que tal os dois em um só?

Temos também Grimoire Weiss, um livro mágico falante e seu companheiro inseparável, já que é através dele que Nier usa suas habilidades especiais e poderes surreais concedidos por ele, além de novos ataques e upgrade das armas. Um dos melhores personagens do game, que irá render vários diálogos criativos e engraçados, com piadas e deixas bem sacadas. Suas verdadeiras intenções, sejam elas boas ou más, são um mistério. E por fim o Nº7, um estranho esqueleto que usa um robe e ataca usando magias, que vai se juntar à Nier e seus companheiros.

Apesar de ser ambientado no futuro de 2049, Nier possui um visual de fantasia medieval em um mundo pós-apocalíptico. Os principais inimigos sãos as criaturas Shades, que variam em tamanho e número, ficando mais agéis e fortes conforme se progride no game. Apesar de apresentar alguns elementos de RPG, como os níveis, poderes e customização de armas, quase tudo é feita de maneira automática, sendo a ação hack n’ slash o ponto forte do título. Você pode acionar habilidades do seu personagem, que se resumem em se esquivar ou proteger (que se revela nada eficaz contra os inimigos), além de várias magias, utéis para atacar inimigos à distancia (como no bom e velho estilo de games shooters) ou para quando se encontrar cercado de inimigos. As armas variam entre espadas, machados e lanças, que poderão ficar mais fortes através de upgrades.

O jogo não é muito longo, possui algumas side quests, mas em sua maioria são monótonas (como pescar e plantar vegetais) e não agregam nada de novo (e as vezes nem recompensas você ganha por completa-las), podendo visitar várias cidades e vilas recheados de personagens NPC. Graficamente o jogo se revela bastante simples, não havendo nenhum impacto visual que impressione, seja no design artístico dos personagens ou da construção dos cenários, que são até bem variados. As batalhas são bem eficazes, especialmente contra monstros gigantes mais elaborados, que vão exigir uma elaboração de estratégia à parte. Os comando são restritos ao protagonista, enquanto os seus companheiros auxiliam de forma automática. Comandos e mecânica simples garantem a funcionalidade dos combates, não esperem nada muito complexo como uma Bayonetta ou Ninja Gaiden. O jogo apresenta vários labirintos, que podem variar os ângulos de câmera, por vezes jogando num estilo 2D, e outras numa perspectiva isométrica (como nos antigos RPGs de 16 Bits), o que é excelente para dar uma variedade e não cansar o jogador visualmente. Há também inúmeros puzzles para serem resolvidos, uns mais simples, outros bem mais complicados.

A trilha sonora é estupenda, com composições empolgantes que embalam bem a aventura. Os efeitos sonoros são básicos e as dublagens não apresentam nada de especial, mas destaco o trabalho do dublador de Weiss, certamente o melhor do jogo que rouba o show com os seus comentários sarcásticos.

No one are coming…

Sam Fisher está de volta, após um hiato de 4 anos sem espionagens e conspirações, agora em um dos jogos mais esperados deste ano de 2010. Você que está por dentro das atualizações do mundo dos games, sabe que inicialmente Fisher apareceria quase como um mendigo, jogado pelos cantos e abandonado pela agência que trabalhou durante anos. Porém, o ator que faz a voz de Sam, o hollywoodiano Michael Ironside não gostou muito dessa ideia e ameaçou abandonar o projeto. A Ubisoft teve que refazer o boa parte do jogo devido a este incidente, portanto nada de Sam Fisher barbudo. Isso só prova como a indústria dos videogames hoje, está bem diferente, já que um ator que dá a vida ao protagonista, pode influenciar diretamente no enredo. É curioso, interessante e com certeza vamos ver muito mais esse tipo de interferências daqui pra frente.

Você não vai ver o Sam Fisher barbudo, porquê o Michael Ironside não gostou nada disso…

A história do game ocorre dois anos após os eventos do jogo anterior, “Double Agent” (se você nunca jogou, não se preocupe que você ficará sabendo de tudo rapidamente). Sam Fisher está claramente muito pu*#, podemos notar isso pelo seu olhar, sua respiração, pelas suas falas nervosas (principalmente nos interrogatórios). Tudo começa quando Sam está em um café, completamente afastado das suas funções de agente secreto. Recebe uma ligação de Anna Grimsdóttír (uma ruiva, agente secreta, muito boa por sinal e que gosta de apanhar! Ok pula essa parte!), avisando que bandidos estão indo diretamente em sua posição. Começa aí o clima de tensão que só acaba horas depois na última missão.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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