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Opinião | Os games não devem subestimar a inteligência das crianças!

Frustração, erro e desafios fazem parte da vida!

Numa tentativa de proteger os mais jovens de frustrações, medo e outros sentimentos menos desejáveis, acabamos por não ensiná-los a desenvolver habilidades importantes para a vida, especialmente quando formos adultos, como tolerância a frustração e enfrentamento de medos.

Fora do universo dos games, me deparei outro dia com a versão politicamente correta da história de Chapeuzinho Vermelho, que encontra o Lobo Bom, e que a ensina a ir para a casa da vovó e todo mundo “fica feliz”. A moral da história original com o Lobo Mau sempre foi ensinar as crianças a “não falarem com estranhos”, e mostrar que existe maldade no mundo. Na realidade, há pessoas que, assim como o lobo, são mal intencionada.

Opinião | Os games não devem subestimar a inteligência das crianças!
Lobo bom da Chapeuzinho Vermelho não ensina que há pessoas mal intencionadas no mundo

Já nos games, há uma facilitação perante os desafios, sendo que alguns jogos até “passam daquela parte” por você, caso falhe algumas vezes. Além disso, alguns jogos eliminaram com o sistema de vidas, dando oportunidades infinitas ao jogador, além de se tornarem muito fáceis, com recursos praticamente infinitos. Sabemos que, na vida real, as coisas não funcionam assim.

Evidentemente não são todos os games que são assim, e os pais que correm atrás de informações poderão dar jogos que, de fato, estimulem as crianças de alguma forma. É importante para o desenvolvimento de qualquer pessoa saber lidar com frustrações; saber que há um “game over” caso todas as chances acabem; que ela não seguirá em frente se não superar determinado desafio; que caso ela supere esse desafio tão difícil, virá um sentimento de satisfação gigantesco; e que na vida real há pessoas que são vilões e mocinhos, mesmo que aprendamos na fase adulta que as coisas não funcionam de modo tão “preto” no “branco”.

Tem horas que acredito que as crianças que devam subestimar nossa inteligência. Lembro-me de ter levado o jogo “Sonic and the Secret Rings” (bem desafiador, por sinal) para a casa de um amigo e, após tentar sucessivas vezes passar de uma determinada fase, o sobrinho dele, com seus 7-8 anos, pegou o controle e, em poucas tentativas, superou a gente, deixando nós dois, jovens adultos, com “cara de tacho”. Capaz desses seres em miniatura terem uma visão de mundo mais clara que nós, adultos.

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