Análises

Outlast

Outlast“, o jogo de terror considerado o mais assustador no PC em 2013 está de volta, agora numa versão para o PlayStation 4gratuitamente para quem for assinante da Plus. Aparentemente, o que eu pude notar que é um port praticamente idêntico ao do PC, com a mesma jogabilidade, cenários e visuais – rodando em 1080p/60fps – sem acrescentar nada de novo, a não ser um novo nível de dificuldade “Insane“, em que o jogador tem apenas uma vida, sem checkpoints e com uso de baterias super limitado – uma verdadeira experiência survival horror.

Fazia muito tempo que eu não jogava um game que realmente me assustasse, e “Outlast” conseguiu me fazer dar uns pulos na cadeira ou gritar, sozinho e desesperado, para o meu personagem fugir ou se esconder de alguma ameaça terrível – eu joguei no escuro, com Home Theater no máximo para amplificar a experiência, o que eu altamente recomendo. Se você tem um PlayStation 4 e gosta de jogos de terror, “Outlast” é um item obrigatório na sua coleção. Confira nossa análise da versão PC e leia abaixo o que achamos do jogo no PlayStation 4.

chegando ao hospício Mount Massive Asylum

Bem-vindo ao hospício maldito!

O protagonista da história é o jornalista investigativo Miles Upshur, que recebeu um email anônimo denunciando que coisas terríveis acontecem no hospício Mount Massive Asylum, e assim você vai até ao local para descobrir a verdade. A narrativa é simples e se desenvolve de maneira lenta, temos alguns personagens adicionais que aparecem e documentos do estabelecimento que falam sobre os pacientes, te dando um contexto geral da história. Lembra um pouco a segunda temporada de “American Horror Story“, mas infelizmente não tão bem desenvolvida. Fora isso, é você dentro de um casarão lacrado tentando achar a saída, sem saber direito o que está acontecendo, mas ao menos o jogo conta com legendas em português, caso o seu inglês esteja enferrujado.

Você controla Miles numa perspectiva em primeira pessoa, munido apenas de sua câmera de vídeo. Como o próprio jogo lhe avisa: “você não é um lutador… suas únicas escolhas são correr, se esconder ou morrer“. E acredite, você vai fazer muito essas três coisas. Ao usar a câmera em pontos chaves, Miles escreve algumas anotações, que dão mais atmosfera ao jogo. É possível também usar o zoom, para ver coisas mais distantes ou simplesmente para “ver mais de perto” as cicatrizes horrendas de alguém ou aquela chão nojento cheio de sangue e tripas espalhadas.

os moradores do hospício não são nada hospitaleiros

A câmera é a sua melhor e única amiga

Mas o grande lance da câmera é o seu modo noturno, a única maneira de você enxergar na completa escuridão do hospício, no melhor estilo do filme de terror espanhol “REC” (ou “Quarentena”, como é conhecida a versão americana). O único problema é que ao usar esse modo, a bateria do dispositivo acaba mais rápido, e se você não tiver algumas “pilhas” extras, certamente terá uma morte horrível nas mãos de algum mo-mo-monstro no completo escuro. Então, além de explorar o lugar em busca de saídas, de evitar os residentes malucos sanguinários, é preciso se preocupar em procurar baterias extras para a sua câmera.

O ambiente é assustador, em alguns locais do hospício há alguma luz fraca, piscando, mas em muitas partes, geralmente nos cantos, há uma escuridão perturbadora, geralmente locais que guardam “surpresas” nada agradáveis que fazem você pular alto da cadeira. O jogo inteiro você fica com os sentidos aguçados, só na espera do que pode acontecer em seguida. Se “Silent Hill” tem o Cabeça de Pirâmide, “Outlast” conta com o Chris Walker, um gordão carniceiro que te persegue o tempo todo, louco para arrancar a sua cabeça. Além dele, há outras figuras perturbadoras que podem te espancar até a morte, e alguns que não fazem nada e vivem em um mundo esquizofrênico alheio.

o jogo é recheado de cenas gore

Mas não só os personagens, como o próprio hospício pode gerar desconforto, com áreas cheias de entranhas espalhadas pelo chão, paredes ou até no teto.  Locais de torturas com restos humanos, corpos e sangue espalhados por toda parte, são só algumas das coisas que você vai encontrar pelo caminho. Se você é uma pessoa muito sensível para cenas “gore” (violência explícita) pense duas vezes antes de começar a jogá-lo.

Aliado ao visual temos uma trilha sonora orquestrada igualmente macabra e aterrorizante, que fica mais alta em momentos chaves ou de tensão, o que faz o coração do jogador acelerar e maximiza o inevitável susto. Os efeitos sonoros são espetaculares, podemos ouvir os passos e a respiração nervosa de Miles de acordo com a situação, além de barulhos estranhos por toda parte, que vão te fazer girar a câmera em desespero procurando o que pode ser. Grunhidos, gemidos, gritos, ossos se quebrando e barulho de coisas nojentas se mexendo e perdidos na escuridão também fazem parte do pacote, que arrepiam até a última pontinha de pelo.

Chris Walker, o gordão carniceiro

Em sua dificuldade normal o jogo não é muito difícil e vai oferecer uma boa experiência assustadora por cerca de umas sete horas. Não há labirintos complexos dentro do hospício, e temos alguns puzzles, como abrir válvulas, ligar geradores ou procurar cartões magnéticos para abrir portas, nada de muito desafiador. Mas claro, haverá partes em que você vai morrer (como na área em que é preciso ligar um gerador de luz), especialmente quando der de cara com um maluco segurando um porrete cheio de pregos ou com o gordão carniceiro.

Quando isso acontecer, há apenas duas escolhas: correr que nem louco pra tentar despistar o perseguidor, ou encontrar um local para se esconder, como dentro de um armário, debaixo da cama, atrás de caixas, etc. É ficar lá quietinho e torcer pro cara não te ver, senão é um abraço. É possível também espiar pelas quinas de paredes e portas, um mecanismo muito útil parar ver se aquela coisa monstruosa ainda está lá fora.

ambientes macabros e perturbadores em todos os lados

Um efeito bacana é a luz do DualShock 4, que muda conforme a situação, podendo ficar branca, amarela e vermelha, indicando o nível de sua energia, ou emitir uma luz esverdeada quando a visão noturna da câmera é ativada. Ao acabar a bateria, a luz do controle se apaga também, aumentando o clima do jogo. Uma pena não terem explorado as saídas de som do controle para gerar uns sons ou sustos extras.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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