Análises

Outlast: Whistleblower

Outlast” conseguiu revitalizar o gênero survival horror, trazendo uma experiência assustadora e marcante para os seus jogadores, e agora recebe a sua primeira DLC, chamada de “Whistleblower“, que consegue manter um bom nível de tensão e sustos do original, em suas pouco mais de duas horas de duração. Confira abaixo o que esperar de “Whistleblower” e se ele vale o seu investimento.

De volta ao manicômio Mount Massive

O novo episódio serve tanto como prólogo como epílogo, já que sua história vai mostrar eventos, durante e após, do que ocorrem no game original. O jogador assume o comando de Waylon Park, um engenheiro de computação que trabalha nos laboratórios de experiência secretas do manicômio Mount Massive. O jogo começa com ele escrevendo o email anônimo denunciando as barbaridades que ocorrem no local, texto esse que é recebido pelo protagonista do jogo original, Miles Upshur.

Para o azar de Park, suas ações não passam desapercebidas pelo diretor do laboratório, que o manda prender como paciente e o coloca na fila como próxima cobaia das sangrentas experiências. Park consegue escapar, achando pelo caminho uma câmera de vídeo, sua principal aliada para enxergar pelos intermináveis labirintos escuros do manicômio a procura da saída. O pessoal da Red Barrel, produtora do game, conseguiu criar uma narrativa mais trabalhada do que o original, com uma história com novas e interessantes perspectivas do que acontece dentro do hospício.

Mesma mecânica, psicopatas novos

O game apresenta a mesma mecânica do jogo anterior, ou seja, nada de armas ou equipamentos, apenas uma câmera e a opção de correr ou se esconder quando a coisa ficar preta. Pelo caminho colete baterias para usar o modo visão noturna da câmera, imprescindível para se orientar nos ambientes totalmente escuros.

Apesar de não ser tão impactante quanto o original, os sustos estão de volta e vão te fazer pular da cadeira algumas vezes. É importante, antes de jogar, preparar a atmosfera para garantir uma experiência assustadora: apague as luzes e ligue o som no máximo. A primeira jogada é a mais importante, é aquela em que você levará os sustos, pois após terminado dificilmente o jogo voltará a amedrontar.

A trilha sonora e os sons em geral são um dos grandes destaques do jogo, que aumentam o nível de tensão. Sons de pessoas sofrendo desesperadas, coisas se quebrando, passos atrás de você, a motosserra maldita que te persegue e muitos lunáticos querendo um pedaço seu fazem parte do pacote aterrorizante.

Dois novos psicopatas foram inseridos na história, que vão te causar muita dor de cabeça. O primeiro deles é Frank Antonio Manera, um canibal cuja diversão é dilacerar suas vítimas com a sua motosserra e se alimentar com pedaços deles. O outro é um paciente conhecido como “O Noivo“, um estuprador que está procurando uma “noivinha“, mesmo que para isso ele tenha que submeter suas vítimas, todos homens, a severas mutilações para que isso aconteça. E para sua sorte, o cara fica “gamadão” em você e vai oferecer algumas cenas perturbadoras que é o pesadelo de qualquer homem. Certamente um dos personagens mais bizarros que já apareceu na história dos videogames. Além deles, temos uma pequena participação de Chris Walker, o gordão carniceiro que atormenta o protagonista anterior.

Em “Whistleblower” o jogador fará o caminho inverso do original, saindo  do centro do laboratório em busca da porta de saída principal do hospício maldito. E talvez esse seja um dos pouco defeitos, se é que posso chamar assim, do episódio. Vemos muitos lugares já conhecidos, apesar de estar com caminhos diferentes, o que diminui um pouco a surpresa e o impacto visual e a sensação de “deja vu” é inegável. Mas temos vários momentos de tensão, seja andando em corredores escuros com o som da motosserra ao fundo, no quintal do hospício sob uma densa névoa, inutilizando sua câmera e te forçando a andar completamente desorientado ou ainda em cenas de perseguição onde um passo em falso significa a morte.

Em termos visuais, o DLC mantém impecavelmente a atmosfera horrível e perturbadora de “Outlast“, com escritórios destruídos, banheiros nojentos, sangue e restos humanos espalhados por toda a parte, cenas de torturas e muito mais durante toda a duração do jogo, que certamente vai agradar aos fãs de violência gore.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Por favor, desabilite o Adblock para continuar acessando o site!