Análises

Outlast

Você, sozinho, no escuro, dentro de um hospício e sua única ferramenta é uma câmera. Este é Outlast, o jogo de survival-horror disponível para quem gosta de tomar um bom susto. Quem jogou Amnesia vai perceber que eles se parecem, mas também existem algumas diferenças fundamentais que tornam a experiência em Outlast bem mais assustadora.

Encarnando o personagem Miles Upshur, um jornalista investigativo, você precisa adentrar em um hospício que foi há muito tempo fechado, mas que reabriu recentemente como uma instituição filantrópica. Você recebe uma informação de alguém anônimo do local informando que as coisas não são bem assim e resolve ir até lá para descobrir a verdade.

Inicialmente o jogo não parece muito promissor, mas à medida que você começa a jogar e a descobrir como chegar a certos locais, tudo muda. O clima que o jogo proporciona lhe deixa com os sentidos tão aguçados que você sequer pisca os olhos, sempre esperando para ver o que pode acontecer.

Os ambientes escuros em várias vezes lhe revelam algumas surpresas bem perturbadoras e quando você menos espera algo pode surgir do nada e te fazer pular da cadeira, fazendo até com que você largue o mouse por alguns instantes para recuperar a calma.

Ao contrário de Amnesia, aqui não existem aqueles labirintos complexos. É tudo bem direto. Existem é claro, locais para serem explorados, mas devido ao design mais simplificado dos cenários a chance de você se perder é bem pequena.

Sua única arma no jogo é uma câmera com visão noturna. Ela é indispensável, pois você a usa para navegar em locais escuros e também para coletar informações com as quais você esbarra enquanto explora o lugar. Você precisa achar baterias para manter a câmera sempre funcionando também. Mas não se preocupe, pois dificilmente isso irá acontecer, já que você as encontra com certa frequência. Para mim isto é uma pena, pois quando a câmera fica sem energia, ela retém uma funcionalidade mais limitada que aumenta ainda mais a tensão que você sente ao jogar. Há também documentos que lhe dão mais informações sobre a história do jogo e o que estaria acontecendo com os residentes do hospício.

O clima que o jogo proporciona é um dos mais aterrorizantes de qualquer jogo do gênero, no bom sentido é claro. Em certas horas, a música muda para algo mais tenso e de repente você se vê fugindo de algum maníaco que quer cortar sua garganta ou arrancar suas entranhas. Você sabe que não tem armas e não pode lutar. Para fugir dos perseguidores você precisa ser mais esperto que eles, se escondendo em locais como armários ou debaixo de camas, barricando portas ou simplesmente fazendo eles te perderem de vista. Quando você está finalmente a salvo, tanto você quanto o personagem do jogo vão estar com a adrenalina no alto e estarão recuperando aos poucos o fôlego e a calma.

O jogo está rodando na Unreal Engine e muito bem, diga-se de passagem. Uma configuração modesta consegue manter 60 quadros por segundo durante toda a jogatina e isso em 1080P. Existe um filtro de granulado que dá um toque a mais nos visuais, contribuindo para um ar mais sombrio.

Na exploração você pode também espiar pelas quinas das paredes. É algo que acredite você fará com certa frequência para ver se alguém que estava te seguindo já foi embora. Os botões que fazem isso também servem para você olhar para trás enquanto está fugindo de algum perseguidor. Isso aí é tão legal que seu coração até bate mais rápido de nervosismo. Existem horas também que você precisará pular para alcançar certo local, ficando pendurado pelos braços até conseguir subir depois do salto.

Os efeitos sonoros e a trilha musical estão sensacionais. Você ouve de repente barulhos estranhos e fica se perguntando o que pode ser, vira a câmera para lá e para cá, em certo desespero. As músicas orquestradas complementam com perfeição o momento atual em que você se encontra de acordo com a situação.

Só tive dois problemas que pude perceber durante minha experiência com Outlast. Os quebra-cabeças são muito fáceis e não oferecem qualquer desafio. São sempre relacionados a virar uma válvula ou acionar uma alavanca para certo equipamento poder voltar a funcionar. O outro é a história que começa bem, mas alguns aspectos dela são revelados cedo demais e acabam estragando um pouco a experiência dela nesse sentido. Você fica imaginando uma coisa e de repente é uma que já foi usada por outros jogos diversas vezes. Bem cliché, por assim dizer. Apesar disso, o final me agradou bastante.

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