Análises

Over Horizon

Tem gente que acha que sou adverso a games antigos, em especial devido aos meus reviews que carinhosamente chamo de “trash games” sobre The Last Battle e Dragon: The Bruce Lee Story. Isso é uma falácia, aparentemente esse pessoal só leu meus reviews desses games e pularam alguns, como Pit Fighter, Road Rash, entre outros.

Para provar meu espírito Old School Gamer, trago aqui até vocês uma das preciosidades da era 8 bits, direto do nosso saudoso NES. Um game que, oficialmente, jamais saiu das terras orientais, mas que é um dos melhores games já lançados da época. Trago a vocês hoje a preciosidade Over Horizon.

Lançado em 1991 no mercado japonês, sem nunca ter saído de lá, Over Horizon é o que de melhor temos do gênero “Shooter” para o Nintendinho. O game é o que todo game 8-bits bom é, simples e de execução competente.

A jogabilidade de Over Horizon é o clássico de um Shooter (ou joguinho de navinha para os íntimos), atirar em tudo o que estiver a sua frente e ponto final, é você e sua nave contra o resto. Para ajudar, o jogador conta com dois auxílios, ou como costumamos chamar entre meus amigos, dois “options”, já que possuem a mesma função dos auxílios de Gradius.

Tais auxílios são como naves independentes, um abaixo da nave principal e outro acima, que seguem a nave principal e que atiram sempre que a mesma atirar. Eles também podem ser usados como escudo, já que destroem o tiro que neles incidem e podem ser usados como itens de destruição, pois ao tocar o inimigos os destrói, assim como em R-Type.

É possível também fazer com que tais auxílios se afastem um pouco da nave verticalmente, e que posteriormente retornem ao local de origem, habilidade que deverá ser usada em certos momentos para prosseguimento no game.

Em Over Horizon podemos alternar os tiros entre tiros frontais, e tiros para trás, dessa forma, quando um inimigo aparecer repentinamente por trás, basta atirar nele “de costas” mesmo, reorientar o tiro frontalmente e continuar a destruir as naves inimigas que não param de chegar. Os auxílios sempre seguirão a orientação do tiro da nave principal, ou seja, se o jogador orientar os tiros para trás, os auxílios também atirarão nesse sentido.

Para dar uma melhorada nos tiros, temos os famosos Power-ups. Durante a fase, é possível encontrar um item com a letra “L”, ao coletá-lo a nave ganhará tiros em forma de lasers, bem mais fortes que os convencionais. Ao coletar um, somente a nave principal ganha os Lasers, após o segundo coletado, os auxílios ganham o mesmo tiro, por fim, ao coletar o terceiro, o tiro se torna ainda mais forte para todo o conjunto.

É claro que, para esse efeito dominó de Power-ups, o jogador não poderá morrer entre uma coleta e outra.

Por fim, mas não menos importante ao quesito jogabilidade, vale dizer que o jogo é muito preciso e pontual no que cerne às respostas dos comandos efetuados pelo jogador. Por certo o jogador jamais morrerá devido à lentidão ou imprecisão do jogo para com um comando efetuado.

O visual de Over Horizon por certo está entre os melhores do NES. Cores vívidas e muito bem definidas compõem a tela do game. Inimigos interessantes e de bom design aparecem a cada fase que enfrentamos. Entretanto o destaque aqui fica para os cenários do game.

Os cenários de Over Horizon são muito inspirados, muito mesmo. A primeira fase já anuncia isso! Nessa fase estamos naquilo que eu chamo de “selva espacial” em que o espaço e uma flora toda criada para a fase se misturam. O chefe dessa fase, inclusive, sintetiza essa mistura do espacial com o “florestal”. Apesar de ser a mais fácil e simples fase do game, me chamou bastante atenção.

As fases que se seguem são todas muito bem planejadas, com armadilhas e seguimentos inusitados, em especial, para um game 8-bits.

Sonoramente, Over Horizon dá um banho em 99% dos games para Nintendinho, e também em alguns games de Mega Drive e SNES. Os efeitos sonoros do game são bem definidos e jamais se tem aquela sensação de incômodo por algum motivo. Agora, onde Over Horizon brilha mesmo sonoramente é em sua trilha sonora.

As composições musicais de Over Horizon são simplesmente deslumbrantes, é inacreditável que as músicas estejam “saindo” de um Nintendinho, provavelmente a melhor trilha sonora, tanto em qualidade de composição, quanto em qualidade de som de toda a biblioteca de games do NES. Não existe uma que se destaque mais do que as outras. Todas são boas, e vão melhorando a cada fase que se atravessa, não perdem qualidade em um momento sequer. Coisa de gênio musical mesmo.

Poderia continuar a falando bem de Over Horizon aqui, mas isso já seria rasgação de seda. Acima já está explicitado o porquê de Over Horizon ser um game extremamente acima da média da esmagadora maioria dos games para NES. O seu único defeito por certo é não possuir uma versão fora de terras nipônicas.

Encorajo a todos, de alguma forma, experimentarem essa jóia da geração 8-bits, porque esse game, mesmo muito marmanjo Old School não chegou a experimentar.

Eduardo Farnezi

De volta como contribuidor freelancer do site GameHall, um dos fundadores do não mais existente blog Canto Gamer, fundador do blog Gamerniaco e ainda atuante nos projetos do grupo Game Champz e Agência Joystick. Gamer por paixão, cinéfilo por vocação, leitor de mangás e HQs por criação e nerd pela somatória dos fatores. Acredita que os únicos possíveis cenários de apocalipse são Zumbis e Skynet e não sai para noitadas por medo do que Segata Sanshiro pode fazer se encontrá-lo.

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