Em recente entrevista para o site Collider, Paul Verhoeven, diretor das versões originais dos clássicos da ficção científica “RoboCop” (1987) e “O Vingador do Futuro” (1990), não poupou críticas às refilmagens dos seus famosos trabalhos.
Segundo o diretor, uma das maiores falhas dos reboots foram se levar a sério demais: “De alguma maneira, eles parecem pensar que a leveza de O Vingador do Futuro e Robocop originais são obstáculos. Então, eles pegam essas histórias um tanto absurdas e levam a sério demais. Acho isso um erro”, afirmou.
“Especialmente Robocop, quando ele acorda, dão o mesmo cérebro a ele”, continuou. “Ele está horrivelmente ferido e amputado, o que é terrível e trágico desde o começo. Então não fizemos isso em Robocop. Seu cérebro se foi e ele tem apenas algumas vagas lembranças e tem que usar um computador para descobrir quem ele é. Creio que ao não ter um cérebro robótico, você faz o filme muito mais pesado e acho que isso não contribui de maneira alguma para o resultado final. Se torna algo mais bobo e absurdo, mas de uma maneira errada. Ambos os filmes precisaram de uma distância da sátira ou comédia para situá-los para o público. Fazendo-os sérios demais, sem humor, é um problema, não um progresso”, finalizou.
O reboot de Robocop foi dirigido pelo brasileiro José Padilha (Tropa de Elite, Narcos) e lançado em 2014, enquanto o novo “O Vingador do Futuro” chegou em 2012 com direção do americano Len Wiseman e estrelando Colin Farrell. Ambos os filmes não fizeram muito sucesso – Padilha inclusive revelou que sofreu muitas interferências do estúdio e que não tinha liberdade criativa.
Paul Verhoeven atualmente tem 78 anos, mas continua na ativa, sendo que em maio de 2016 lançou um novo filme, um suspense de produção francesa chamado “Elle”, que mostra uma executiva-chefe de uma empresa de videogames sendo atacada por um misterioso agressor dentro de sua casa. Além de Robocop e O Vingador do Futuro, o diretor também é responsável por outro clássico scifi: Tropas Estelares (1997).
