Análises

Pit Fighter

Não é segredo para ninguém aqui, mesmo por que já o explicitei antes, o quanto eu gosto da minha “secção” (não é uma secção, eu sei…) Trash Games. Não sei de onde isso surgiu, mas tenho um certo instinto masoquista por essa classe de games. Adoro pegar um game que eu sei que é ruim e jogá-lo novamente. Mas deixo claro que o masoquismo para por aqui!

A algum tempo trouxe ao GameHall um review de Pit Fighter para Mega Drive. Aos leitores mais assíduos do site ficou claro minha admiração para com o game em suas aparições tanto no 16 bits da Sega, quanto nos Arcades. Relendo essa análise vi que fiz um pequeno comentário acerca da versão do game para SNES, somente comentando que o game não era bom, mas isso não é suficiente para dimensionar o quanto a versão de Pit Fighter é ruim. “Essa versão merece algo maior do que essa simples menção” pensei eu. Assim sendo, para tentar mostrar o quão ruim é a versão de Pit Fighter para SNES, trago hoje a análise de uma bomba do 16 bits da Nintendo: Pit Fighter. E a coisa será bem rápida e fulminante.

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Vocês leram a análise do game para Mega Drive certo?
Esqueçam tudo o que leram e comecem a ler essa análise aqui com a mente livre de todos os aspectos positivos apontados na análise anterior.

O básico do game, evidentemente, ainda é o mesmo de todas as versões disponíveis. O jogador tem entre três personagens para escolher, cada um com seus pontos positivos e negativos, e tem de ir descendo o braço nos oponentes em rings urbanos com uma multidão assistindo e interagindo (batendo nos lutadores). Os rings são sortidos de armas como facas, porretes, barris e cadeiras para serem atirados contra o oponente.

Nada demais até aqui, é a receita de todas as versões afinal de contas, o problema está na execução de cada um dos aspectos técnicos da versão do SNES.

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Os gráficos do game, grande vedete do mesmo por ter sido o primeiro game a se utilizar de digitalização de atores para constituir seu visual, se vê aqui em seu precipício. Se no Mega Drive, e em especial nos Arcades, apesar de uma movimentação um pouco “dura” dos personagens, o aspecto de “fotorealismo” dos brigões impressionava, no SNES isso foi completamente expurgado.

Os personagens ficaram visualmente em um meio termo entre um visual baseado em uma digitalização de atores e um visual sem a utilização dessa técnica. O resultado faz parecer que digitalizaram zumbis para reprodução no game, pois todos parecem mortos. Um impressão visual muito ruim mesmo.

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A movimentação continua “dura”, ou seja, não repararam um problema que já era originário das versões anteriores a essa e ainda adicionaram outro, matando o charme estético do game. Para completar, o senso de profundidade foi destruído, já que em boa parte do game as sombras dos personagens inexistem, dando a impressão, inclusive, de estarem não no chão, mas caminhando no ar.

Para finalizar as patacoadas visuais, as antigas barras de vida das versões Arcade e Mega Drive, foram substituídas por numerais. Isso, além de já ser mais feio por conceito, foi “jogado” na tela de forma esteticamente horrorosa.

A jogabilidade dessa versão de Pit Fighter se mantém a mesma, mesmo hall de ataques, mesma configuração de botões. No entanto, como não temos uma boa sensação de profundidade, o jogador acaba levando pipoco de graça antes de tentar se acostumar com o game. Fora isso, o game contém bugs horrendos com relação à detecção de colisão, com isso, não serão poucas as vezes em que um golpe não acertará o oponente e o jogador vai levar mais pipoco por conta disso. Na verdade não sei se isso é um bug, ou é culpa da falta de profundidade aparente do game, mas se for culpa dessa falta de profundidade, a coisa é tão feia que até mesmo seu oponente computadorizado é ludibriado pelo problema.

A versão no SNES é bem mais difícil do que as do Mega e Arcade, pois além de todos os bugs já mencionados na jogabilidade, os inimigos aqui são verdadeiramente mais ágeis do que os personagens que temos a escolha. Sim, os programadores conseguiram desequilibrar o jogo até mesmo nesse sentido. Sério, aqui entre nós: Pra que?!

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No quesito sonoro a coisa fica MUITO feia para a versão do SNES, afinal ela é MUITO, mas MUITO pior do que a versão para Mega Drive.

O som das pancadas e do quebra pau é mais abafado do que no console da Sega, além de, eventualmente, uma leve chiada ser apresentada no game aqui. Já com relação as músicas, o game apresenta praticamente a mesma música o game inteiro de maneira ininterrupta. Isso é irritante, desnecessário e vergonhoso.

Bom, esse é Pit Fighter para Super Nintendo. Um game que não é belo, não é bom para se jogar, não é bom para se ouvir. Mas é bom para falar mau!

Com certeza um dos piores, e porque não, de repente, o pior cartucho que o seu Super Nintendo poderá ter o desespero de ter junto a ele.

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Eduardo Farnezi

De volta como contribuidor freelancer do site GameHall, um dos fundadores do não mais existente blog Canto Gamer, fundador do blog Gamerniaco e ainda atuante nos projetos do grupo Game Champz e Agência Joystick. Gamer por paixão, cinéfilo por vocação, leitor de mangás e HQs por criação e nerd pela somatória dos fatores. Acredita que os únicos possíveis cenários de apocalipse são Zumbis e Skynet e não sai para noitadas por medo do que Segata Sanshiro pode fazer se encontrá-lo.

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