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ReCore

Já se encontra disponível para PC e Xbox One o game “ReCore“, título de aventura estilo plataforma 3D desenvolvido pela Comcept (desenvolvedora fundada por Keiji Inafune, criador de Mega Man e do polêmico Mighty No. 9) em parceria com a Armature Studio (composta por ex-desenvolvedores de Metroid Prime) e publicado pela Microsoft.

A narrativa tem como protagonista Joule Adams e seu grupo de robôs chamados de Corebot, em uma aventura que tem como objetivo salvar a humanidade do perigoso mundo desértico conhecido como Far Eden, que está povoado por diversos tipos de ameaças robóticas.

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A proposta do jogo é simples: oferecer uma aventura com uma pegada de exploração, mas com uma ação e tiroteio estilo arcade despretensioso. A princípio, a fórmula produz resultados que causam uma boa primeira impressão, mas infelizmente, após algum tempo jogando, começamos a perceber os problemas, mas já falamos deles.

“ReCore” apresenta um mundo semi-aberto interessante, composto basicamente de grandes desertos, ruínas e sucatas por todos os lados. Além da ação em si, há também muitas plataformas móveis e alguns puzzles, mas nada muito complicado. O pulo duplo e o dash da personagem são duas habilidades que serão bastante usadas.

A boa notícia é que para ajudá-la nos combates e exploração temos uma equipe de três robôs, composta pelo cão Mack, eficiente nos combates ou para encontrar itens (excelente para exploração); Seth, um aranha-bot capaz de escalar estruturas especiais levando Joules junto (perfeito para alcançar novas áreas); ou ainda o gorila Duncan, que esmaga os inimigos ou destrói barreiras (a força bruta do time).

Enquanto isso, Joule possui uma jogabilidade dinâmica e bem construída, com combates igualmente fluídos e intensos, baseados em sistema de cores. Vermelho faz dano com chamas, Amarelo atrasa as coisas ou as mantém no lugar e Azul é um ataque elétrico. Ataque os inimigos que correspondem às suas cores e eles sofrerão danos extras, sendo esse o segredo do sucesso.

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Para adicionar um pouco de complexidade no sistema, os robôs contam com um núcleo colorido que melhora os atributos de ataque (vermelho), defesa (amarelo) e energia (azul), que podem ser coletados ao derrotar os inimigos ou através de minigames.

Até aqui tudo parece funcionar muito bem, mas o principal problema do jogo é a clara intenção das produtoras de “alongar o tempo de jogo“, o que deixa sua mecânica extremamente repetitiva. Por exemplo, o jogador só pode levar consigo dois parceiros robôs de uma vez, forçando idas e vindas pelos trajetos para obter o cara certo para o trabalho, ou se precisar trocar o núcleo ou melhorar os atributos dos parças mecânicos, é preciso voltar para a longínqua base. Toda essa chatice e tempo desperdiçado poderiam ter sido poupados, o que acaba prejudicando o game de forma geral.

O mesmo acontece quando o jogador é obrigado a voltar por cenários em que já passou para conseguir itens especiais para poder desbloquear novas áreas, um tiro no pé no fator diversão. Há um sistema de Viagem Rápida, mas os LOADING TIMES ABSURDOS são tão demorados (alguns chegam até dois minutos!) que acaba virando outra aporrinhação, já que estamos em uma época que se preza por jogos e acessos velozes.

Além disso, o game possui vários bugs e apesar da personagem e robôs contarem com designs carismáticos na tela, o padrão visual dos cenários está abaixo do que podemos esperar do Xbox One ou do PC – algumas texturas são bem mal feitas e temos algumas quedas de framerate e slowdowns, por exemplo. O jogo está totalmente em português, mas infelizmente não dá para jogar com o áudio em inglês e e legendas em português (até hoje não entendo porque há empresas que ainda fazem isso).

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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