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Resenha Livro – Star Wars: Marcas da Guerra

Título Original: Star Wars – Aftermath

Autor: Chuck Wendig

Páginas: 464

Categoria: Ficção Científica

Editora: Aleph

Ano: 2015

Preço: R$ 30,00

Sinopse

O que aconteceu depois da destruição da segunda Estrela da Morte?

Qual o destino dos remanescentes do Império Galáctico e dos antigos Rebeldes, agora responsáveis pela fundação da Nova República?

Marcas da Guerra é o 1º livro do cânone oficial a mostrar o que acontece depois do clássico Episódio VI: O Retorno de Jedi, dando pistas sobre o que podemos esperar da nova trilogia que se inicia com o O Despertar da Força.

Nesse novo panorama galáctico, vamos descobrir que a guerra ainda não chegou ao fim… e que os traumas deixados por ela ainda serão sentidos por muitos e muitos ciclos. Capitão Wedge Antilles, almirante Ackbar, almirante Sloane, o garoto Temmin e a mãe, Norra Wexley, a caçadora de recompensas Jas Emari, o antigo agente imperial Sinjir: novos personagens e velhos conhecidos dos amantes da saga, que sempre estiveram envolvidos na luta, agora devem escolher o lado a que deverão jurar lealdade.

Deverão colocar-se ao lado da Nova República, procurando estabelecer um novo governo democrático na galáxia?

Ou juntar-se às fileiras imperiais, na tentativa de voltar ao poder absoluto depois das mortes dos lordes Sith Palpatine e Darth Vader?

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RESENHA

Star Wars: Marcas da Guerra” foi publicado no final de 2015, antes da estreia de “Star Wars: O Despertar da Força“, servindo de prelúdio para o mesmo. O seu lançamento foi marcado por uma certa polêmica, pois o livro marca o início de um novo universo canônico, ou seja, que faz parte da história oficial de “Star Wars”, que é composta pelos sete filmes, as animações “The Clone Wars” e “Star Wars Rebels”, todos os novos quadrinhos da Marvel e todos os novos livros. Todo o “resto“, que é uma infinidade de livros e quadrinhos lançados anos antes, foram descartados pela Disney, mas continuam valendo como um “universo expandido” (UE), mas não oficial.

Esse recomeço é algo bem válido e perfeito para quem deseja começar a seguir esse UE oficial, sem se preocupar com as milhões de coisas já lançadas nessas 30 décadas. “Marcas da Guerra” é o primeiro volume de uma trilogia e sua narrativa começa alguns meses depois da destruição da segunda Estrela da Morte em “O Retorno de Jedi“.

Quando eu comecei a ler o livro não sabia o que esperar. Achei que seria uma história centrada nos personagens principais, Luke Skywalker, Han Solo e Princesa Leia, mas não é isso o que acontece. Na verdade, eles mal aparecem no livro todo, e confesso que já nos primeiros capítulos percebi que seria assim e fiquei meio frustrado.

MAS, resolvi dar uma chance ao livro. E não é que ele acabou me conquistando aos poucos? O escritor focou em um aspecto bem interessante: o que acontece nos bastidores do universo, enquanto Luke e cia salvam a galáxia? O Imperador Palpitne e seu braço direito Darth Vader foram destruídos, mas o Império possui toda uma estrutura que continua lá, funcionando. O que acontece com eles? Que fim levou os Rebeldes? Como as pessoas ao redor da galáxia estão reagindo à queda do Império?

O livro nos apresenta vários personagens novos (no começo fiquei com um pé atrás com eles, mas logo foram despertando a minha curiosidade) e é interessante notar que a maioria é composta por mulheres fortes e de personalidade. Temos a ex-piloto rebelde de X-Wing, Norra Wexley, que sofre de traumas de combates e que volta para o seu mundo natal após três anos de aventuras espaciais, apenas para encontrar um filho adolescente revoltado, Temmim, que não entende porque a mão o abandonou. Ele, por sua vez, é bem inteligente e tem como melhor amigo o “Senhor Ossudo“, um dróide de batalha imperial B1 (aqueles dróides patetas de “A Ameaça Fantasma”), reconstruído com partes de ossos de animais (por isso o apelido) e reprogramado pelo garoto.

Temos a caçadora de recompensas Jas Emari da raça “chifruda” Zabrak (a mesma de Darth Maul), que está em uma missão para eliminar um político imperial, o que a faz cruzar o caminho da perigosa Almirante Rae Sloane, para mim a melhor personagem de “Marcas da Guerra”.

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arte da Almirante Rae Sloane ao lado de Darth Vader

Sloane é uma mulher que se destaca, pois além de ser uma mulher negra numa posição de poder, ela sofreu discriminação dentro do Império, pois nunca teve chance de mostrar tudo que poderia fazer em batalhas galácticas. Agora com a morte de Palpatine, ela é obcecada em provar o seu valor para os imperiais remanescentes, sendo que alguns deles também desejam essa posição de poder.

Outro personagem interessante é Sinjir Velus, um ex-oficial imperial que desertou do Império durante a Batalha de Endor (mostrada em Retorno de Jedi), e que ainda não sabe direito o que fazer da vida e acaba esbarrando nos outros personagens, gerando diversas situações suspeitas.

Dos personagens conhecidos da saga que aparecem no livro temos destaque para o piloto Wedge Antilles, amigo de infância de Luke e herói das duas batalhas contra as Estrelas da Morte, que é capturado por Sloane; e o almirante “lulaAckbar (“It´s a Trap!“), encarregado de toda a estratégia de combate dos Rebeldes, agora chamados de a Nova República.

Histórias secundárias aparecem e é interessante que nem todos viam o Império como um “vilão“, alguns acham que, apesar de corrupto e brutal, ele mantinha a ordem e segurança nos planetas com o seu sistema opressor, coisa que a Nova República não possui infraestrutura para fazer. Assim temos um caos político e conflitos espalhados em vários planetas e uma questão é levantada por personagens de ambos os lados: será o uso da força e violência, ou o desarmamento, o melhor meio para alcançar a estabilidade e paz da galáxia?

Tá, mas que fim levou Luke, Leia e Han? Sem dar spoilers, Luke e Leia são apenas citados durante a narrativa, para criar uma ambientação para a trama em geral. Já Han e Chewbacca aparecem em um curto capítulo, mostrando o início de uma interessante missão que abre portas para um possível novo livro, abordando o tema.

Mas nem tudo é perfeito em “Marcas da Guerra“. A história toda gira praticamente em torno de apenas um planeta, chamado Akiva, situado na Orla Exterior, a “periferia” da galáxia. Apesar de termos aqui alguns cenários diferentes dentro deste planeta, senti falta de ambientes alienígenas mais exóticos, de fazer a imaginação trabalhar durante a leitura.

E falando em alienígenas, algumas raças aparecem, mas tirando a Zabrak, não são muito aproveitadas. E se você não conhece as raças da saga é bom ter um celular por perto para pesquisar, pois o livro apresenta seres e naves espaciais que são pouco descritivas, o que vai atrapalhar sua imagem da aparência deles.

Finalizando, “Marcas da Guerra” é um livro que apresenta tudo que um fã de Stars Wars pode querer: personagens carismáticos, conflitos armados, políticos e familiares, situações empolgantes (destaque para a perseguição de speedbikers e a treta espacial no final do livro), uma narrativa dinâmica e bem construída, que cumpre o seu papel de entreter e despertar a curiosidade para conhecer mais do universo de Sta Wars. Se você já leu a Trilogia Thrawn de Timothy Zhan (essa sim uma sequência focada em Luke, Leia e Han, mas que não faz mais parte do universo oficial de Star Wars), a leitura de “Marcas da Guerra” vai oferecer um ponto de vista diferente que se encaixa bem nos dois universos literários.

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Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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