Notícias

“Resident Evil” comemora 18 anos de lançamento

por Márcio Alexsandro Pacheco

Lançado em 22 de março de 1996, um dos maiores clássicos da história alcançou a maioridade e completa hoje 18 aninhos de idade! “Resident Evil” é uma das franquias mais famosas da Capcom, e o primeiro game é o principal responsável por popularizar o gênero “survival horror“, que já tinha dado o ar da sua graça em games como “Alone in the Dark“. Quem nunca se assustou com aquele maldito cachorro quebrando a janela no corredor da mansão infestada de zumbis, não sabe o que é levar um susto! Para comemorar esse dia especial, fizemos uma matéria especial relembrando algumas curiosidades sobre o game, confira abaixo!

Conceitos iniciais

O idealizador de “Resident Evil” é o game designer Shinji Mikami, que em entrevistas revelou que se inspirou no game de horror, também da Capcom, “Sweet Home“, para o NES 8 Bits, cujo objetivo era sair de uma casa cheia de perigos mortais. Resident, inclusive, era para ser originalmente um remake desse título, como um jogo de tiro em primeira pessoa, porém depois trocado por um sistema inspirado em “Alone in the Dark“. Segundo Mikami, a visão FPS “não era tecnicamente boa o suficiente“.

Vários cenários pré-renderizados da mansão de “Resident Evil” foram inspirados no “The Overlook Hotel“, que serviu de cenário para a obra-prima de Stanley Kubrick, “O Iluminado“. A inspiração dos zumbis, segundo Mikami, veio dos filmes clássicos de George Romero (que inclusive escreveu um roteiro para o primeiro filme de ‘Resident Evil’). “Eu queria fazer o jogo o mais assustador possível. Quando eu comecei a desenvolver o seu conceito, considerei dar a ele uma história de fantasmas ou um tema de suspense, mas estas ideias não levaram a lugar algum“, disse ele sobre suas inspirações.

Durante a pré-produção, outros personagens que não aparecem no game foram concebidos. Um deles era um homem africano alto e magro, destinado a desempenhar um papel de “alívio cômico“, enquanto que Gelzer, um grande ciborgue, era para ser o típico “brutamontes fortão“. FELIZMENTE, ambos foram substituídos por Rebecca e Barryjá imaginaram um negão comediante ou um ciborgue no game? No, no, no!

Nesta fase de desenvolvimento, havia um modo de cooperação local e mudança de armas em tempo real, que foram retiradas da versão final. No início de 1996 começavam a aparecer as primeiras imagens do jogo em revistas especializadas, como um cemitério (que não tem no jogo lançado) e um chefão final um pouco diferente.

Dublagens toscas, mas tá valendo!

E olha só que interessante no que se refere a dublagem: a versão oriental contava com ambas dublagens em inglês e japonês, mas Mikami cortou as vozes japonesas por não ter gostado da qualidade das performances. Isso que estamos falando do Japão, país reconhecido por ter os melhores dubladores do mundo, e nos anos 90, época essa em que a maioria das dublagens eram altamente toscas e cheias de canastricesinclusive várias atuações presentes em “Resident Evil”. Confira abaixo vídeo com a abertura original em japonês que nunca foi usada, com imagens mais violentas e sangrentas (presentes na versão final japonesa) e com direito a Chris Redfield fumando um cigarrinho com muito estilo (cena cortada nos EUA) e morte muito sentida de Joseph – mode sarcasm on!

Mas a versão japonesa possui uma música cantada por Fumitaka Fuchigami como tema final, bem diferente daquela apresentada na norte-americana, chamada de “I Won’t Let This End as a Dream“. Você pode ouvi-la no vídeo abaixo:

Japão vs EUA

No Japão a série é conhecida com o nome “Bio Hazard“, mas a Capcom americana, sabendo que esse nome não ia “pegar” na região, e que o nome já estava registrado por outro game e uma banda punk, a empresa fez um concurso interno para achar um novo título, resultando em “Resident Evil“. A versão americana apresentou algumas censuras, como a cena de abertura (agora em preto e branco e não mais colorida e sem as cenas sangrentas) e algumas mortes mais brutais in-game.

Chris Kramer, diretor de comunicações da Capcom, disse que “eu não lembro das outras alternativas, provavelmente coisas estúpidas sobre zumbis, mas o resto da equipe de marketing adorou [o título Resident Evil] e foi fácil convencer a Capcom Japan e Mikami que o nome serviria“. A versão americana é mais difícil do que a japonesa, a pedido da própria Capcom EUA, para que o jogo “rendesse e vendesse mais“.

Versões e remakes

Em setembro de 1997 uma versão “Director’s Cut” foi lançada, que vinha com uma demo de “Resident Evil 2“.  Essa versão apresentava mudanças na localização dos inimigos e de todos os itens vitais para a sobrevivência na mansão, além de ângulos de visão diferentes da câmera. Todos os personagens receberam roupas extras novas, e alguns tiros aleatórios com a sua pistola podiam arrancar a cabeça dos zumbis.

O jogo original, assim como um modo “iniciante” estavam presentes. Esse “Director’s Cut” ainda ganhou uma nova versão, chamada de “Dual Shock Ver.“, lançada em agosto de 1997, que tinha suporte aos controles analógicos e as funções de vibração, além de contar com uma nova trilha sonora composta por Mamoru Samuragochique esteve envolvido em várias polêmicas – ele dizia ser surdo, mas um repórter comprovou que ele ainda conseguia ouvir parcialmente, e vários de seus trabalhos de compositor, inclusive esse de “Resident Evil”, foram realizados por outra pessoa, apesar de Samuragochi levar todos os créditos.

Outras versões do game incluem uma para o Sega Saturn, que trazia um minigame exclusivo, que tinha uma versão zumbi de Wesker e um Tyrant dourado, além de apresentar criaturas e monstros diferentes na campanha principal. A versão de Saturn também é conhecida por ser a mais violenta lançada. Uma edição para Windows, com visuais melhorados, também foi lançada, assim como uma remake para o GameCube, em 2002 e Wii em 2008, com vários melhoramentos, desde os gráficos, até novos detalhes na história e na jogabilidade.

E que venham mais zumbis!

Só a versão original de PlayStation vendeu mais de cinco milhões de unidades no mundo todo, e se juntar todas as versões, ultrapassa os 11 milhões. Um sucesso absoluto desde o seu lançamento, que marcou uma geração de jogadores que certamente vão lembrar de jogar “Resident Evil” pela primeira vez até o último dia de suas vidas.  A série atualmente passa por altos e baixos, seguindo para um estilo mais de ação do que o “survival horror”, não agradando a todos os fãs. Virou referência na cultura pop, cinemas, quadrinhos, animações, livros e outros mercados da mídia, alcançando degraus inimagináveis de quando foi lançado. Mas independente do futuro da franquia de zumbis mais famosa dos videogames, teremos sempre como legado da Capcom o primeiro título. Parabéns a ele e pau na zumbizada!

Conte-nos suas lembranças e experiências com o game, ou com a série em si, nós queremos saber!

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Por favor, desabilite o Adblock para continuar acessando o site!