Análises

Road Rash 3D

Road Rash 3D

Road Rash é uma série de corrida de motos da EA, nascida no Mega Drive e que ganhou diversas versões ao longo dos anos para outros consoles, como 3DO, Sega Saturn e Nintendo 64, só para citar alguns. O game fez bonito e conquistou vários fãs, principalmente por apresentar um sistema de combates divertido e várias opções de motos para adquirir. Road Rash 3D, saiu para Playstation 1 e teve a missão de manter a qualidade dos games anteriores, o que conseguiu com algumas ressalvas.

Mundo aberto, corridas ilegais e muita pancadaria!

Em Road Rash 3D, o jogador dispõe de um mundo aberto, que era relativamente grande para época e retratava as grandes estradas dos EUA, passando desde campos abertos a florestas, praias, centros urbanos e autoestradas. Mesmo sendo grande e ter uma variedade interessante, não chegava a chamar muita atenção devido à simplicidade do cenário, que até conseguia diferenciar-se mostrando características próprias, mas longe de ser memorável.

O mundo aberto criado pela EA pode não ser perfeito, mas serve muito bem para os rachas ilegais sobre duas rodas, que contam com 16 participantes (incluindo o jogador) e interferências externas, como carros de transito, cones, policiais e pedestres; sim, os pedestres por vezes atravessam a rua e podem tira-lo da estrada caso atropele um deles. As corridas ainda funcionam como nos jogos antigos do console da Sega, você deve terminar a corrida em primeiro lugar trocando socos com os adversários e desviando dos obstáculos no caminho, algo que soa bem simples, mas que na prática não é tão fácil. Cada corrida utiliza um trecho do mundo aberto, demarcando no mapa da tela de loading o início e fim da corrida. No modo principal e mais divertido (Big Game), as corridas são separadas em estágios, sendo que cada um deles possuem um número diferente de corridas a serem batidas para que se possa avançar ao próximo, e assim por diante. Vencer as provas rende dinheiro na conta que é usado para comprar novas motos, divididas em quatro categorias: Racer, Sport, Rat e Cruiser. Cada categoria conta com três motos, com atributos diferenciados (Velocidade Máxima, Aceleração, Tração e Durabilidade) e todas elas são bem diferentes de controlar, com algumas derrapam mais, outras mais estáveis porém menos velozes e por ai vai, mostrando que o game não se preocupa somente em trazer motos diferenciadas no visual.

Dominar todos os tipos de motos do game é uma tarefa árdua e que exigirá do jogador paciência e muito treino, já que além das diferenças entre si, o game é razoavelmente rigoroso e demora um tempo até conseguir pegar as “manhas das motos”, principalmente com as mais velozes, onde um pequeno erro é o suficiente para derrubar seu piloto. Tendo conhecimento da dificuldade para acostumar-se com a jogabilidade do game, a EA facilitou as coisas um pouco com adversários mais fáceis de serem ultrapassados nos primeiros estágios além de ser possível alcançar as primeiras colocações mesmo que tenha tido algumas quedas no caminho; mesmo que você caia da moto três ou quatro vezes, ainda haverá tempo hábil para passar nas primeiras colações. Além dos vários perigos da estrada, como carros, pedestres e curvas fechadas, é preciso estar sempre atento em outros dois pontos no game, os outros pilotos e a barra de energia da moto.

No canto superior esquerdo da tela, existem dois marcadores um em cima do outro, que sinalizam a saúde do jogador e da moto, sendo a primeira do jogador. Essa “saúde” mostra quantos danos mais a moto pode sofrer sem quebrar por completo; a cada capote a barra de saúde diminui e zera-la significa destruir a moto e chegar em último lugar, tendo ainda o prejuízo com o conserto da mesma. Já a saúde do jogador mostra a resistência do piloto e quantos socos e pontapés ele ainda consegue aguentar sem cair da moto, conforme você bate em uma placa ou leva um soco, a barra vai diminuindo e recarregando vagarosamente, caso se esgote o piloto cai da moto. Nisso, entra outro fator muito divertido do game que são as lutas durante as corridas.

Com algumas combinações fáceis de botão, é possível desferir socos e chutes nos adversários, empurra-los contra carros e placas de sinalização ou até mesmo roubar suas armas, que são bem variadas e em grandes quantidades, passando pelas tradicionais como cassetetes, correntes, paus a sprays e armas de choque. É possível roubar várias armas e troca-las no meio da corrida com um simples toque no botão Triângulo e é realmente divertido derrubar seus adversários com todas as armas que o game oferece, dando uma dinâmica única ao jogo se comparado a outros tradicionais jogos de corrida. Infelizmente, diferentemente como acontecia nos games anteriores da série, em Road Rash 3D é muito mais difícil travar “lutas” contra seus adversários, seja pelo jogo não ter muitas retas ou pela própria jogabilidade do game que dificulta o controle das motos, forçando o jogador a “virar mais do que o necessário” em algumas curvas.

Além das dificuldades citadas, os corredores controlados pelo jogador não são lá muito inteligentes e acabam tomando atitudes suicidas em alguns momentos quando vai enfrentar o jogador, o que acaba frustrando um pouco, já que o diferencial do game são as lutas durante as corridas; elas ainda continuam tendo destaque no game, mas em uma quantidade bem menor do que nós gostaríamos ou do que vimos nos jogos anteriores da série.

Poucos modos de jogo

Fora o modo Big Game que é o mais divertido e gratificante, há o modo Trash, uma variação do Big Game onde você pode escolher livremente as motos que quer usar sem precisar compra-las e o modo Time Trials, que é a famosa modalidade contra o tempo. Dito isso, outro ponto negativo do jogo aparece que é a falta de conteúdo, já que mesmo Big Game sendo longo e divertido, algumas outras modalidades não faria mal a ninguém e estenderiam consideravelmente a vida útil do game. Há de se lamentar também a falta de um modo multiplayer, ainda mais sabendo que o antigo console da Sega – Mega Drive – trazia essa opção.

 

Poderia ser mais polido e melhor

Road Rash 3D é um game que tem seus altos e baixos no que se refere aos aspectos técnicos. As motos são bem retratadas e diferenciadas entre si, com detalhes e características próprias e cada tipo de moto traz uma roupa diferente para os pilotos, o que é muito bacana, apesar de as texturas e modelagens não serem nenhum primor técnico, mostrando alguns pontos negativos como rodas meio “quadradas”. As armas usadas no game estão razoavelmente bem modeladas e conseguem reproduzir com certa fidelidade suas contrapartes reais, já o mesmo não pode ser dito dos carros e do cenário de forma geral, que são bem pobres em detalhes e com modelagens feias, acompanhados de texturas simples sem muitos cuidados, além de outros elementos mal feitos, como os pedestres que são bem “quadrados”. O jogo conta também com alguns bugs gráficos e de gameplay, com texturas que somem por um breve período ou quando a moto cai em cima do piloto e ele não consegue se levantar, sendo “atropelado várias vezes” mesmo com a moto já parada; por sorte, esses problemas são esporádicos mas que incomodam bastante quando acontecem.

Se no visual e na jogabilidade há deslizes, o mesmo não se pode falar da trilha sonora que é ótima, trazendo várias músicas licenciadas de gêneros distintas desde Hard Rock, Metal a Punk e Grunge. As músicas casam perfeitamente com a proposta do game e são acompanhadas de bons efeitos sonoros, que pontuam o game com diferentes sons para os roncos das motos além de efeitos diversos, como sons de queda e das próprias armas.

 

 

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