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Roy Thomas, cocriador de ‘Punho de Ferro’, comenta sobre a polêmica de ator caucasiano

Antes mesmo da sua estreia, “Punho de Ferro” já vinha causando polêmicas pela escolha de um ator caucasiano ao invés de um asiático – mesmo que nos quadrinhos, criado nos anos 70, seja assim mesmo, os críticos acham que era uma boa hora de fazer algumas mudanças em prol da diversificação.

Quem deu seu pitaco sobre a polêmica desta vez foi o próprio cocriador do herói, o quadrinista Roy Thomas, em entrevista para o site Inverse.

Eu estou tentando não pensar muito a respeito disso. Não tenho muita paciência pra esse tipo de coisa. Digo, apropriação cultural? Meu Deus, é simplesmente uma aventura de herói. As pessoas não tem algo melhor para fazer do que se preocupar se o protagonista é  oriental ou não? Ou qual seja o termo agora, eu sei que oriental não é a palavra certa“, disparou o autor.

Ele era um personagem para uma história em quadrinhos em uma época diferente. É muito fácil adivinhar qualquer coisa. Você pode discutir sobre Tarzan, você pode argumentar sobre quase qualquer personagem que veio até então e que não se enquadre em algum padrão posterior ou outro. Ok, então você pode fazer alguns ajustes. Se eles queriam mudar o Punho de Ferro e chegar a um que não fosse caucasiano, isso não teria me incomodado, mas também não tenho vergonha de ter inventado um que o era [branco]. Ele não tinha a intenção de defender qualquer etnia. Ele era apenas um homem que foi doutrinado em uma determinada coisa“, explicou.

Acho que algumas pessoas têm muito tempo em suas mãos. Elas têm uma capacidade infinita para a indignação. De um modo geral, isso tende a ser mal colocado muitas vezes, porque se você está se incomodando com coisas que são apenas histórias, e se você não gosta, em vez de tentar mudar a história de outra pessoa, saia e faça o seu próprio personagem e tente fazer um bom trabalho dele. Só faça isso, mas por que perder tempo tentando atropelar personagens de outras pessoas simplesmente porque eles não foram criados com seus padrões em mente?“.

Agora, se algo é realmente racista ou degradante para um sexo ou raça, um grupo étnico ou algo parecido, isso é outra coisa, mas Punho de Ferro não é isso e nunca foi. É tudo sobre ficção, um lugar fictício como um Shangri-La, e uma pessoa que passa a ser seu emissário. Não há razão para que ele não possa ser caucasiano.”

Aparentemente, o termo “oriental” não agradou a atriz Jessica Henwick, que interpreta a personagem Colleen Wing na série, que postou algumas horas atrás em seu twitter (sem citar nomes): “Oriental é um termo usado para descrever tapetes, não pessoas“.

Sobre algo que gostaria de ver mantido na série da Netflix, o escritor diz que “gostaria de ver o dragão no peito dele“.

Isso é realmente a única coisa que eu me importo, porque é a única coisa que eu realmente adicionei por mim mesmo ao seu visual. O restante foi principalmente Gil [Kane, desenhista] com minha orientação. O dragão no peito é a coisa principal que eu tenho um sentimento especial, mas se eles decidiram não, tudo bem. Eles têm suas razões. Eu também gosto do fato de que, como Gil fez, ele às vezes têm esse tipo de aura ardente em volta da sua mão. Eu gosto disso“.

Punho de Ferro” já está disponível na rede Netflix com uma temporada de 13 episódios. Gamehall já assistiu, confira aqui o que achamos do seriado.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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