Análises

Samurai Shodown Sen

– Como destruir um clássico by SNK –

Você que é jogador das antigas, rato de fliperama, que parava nos barzinhos das esquinas para jogar flipers de games de luta como Street Fighter 2, Mortal Kombat e The King of Fighters, deve se lembrar bem do game Samurai Shodown, clássico da SNK nos anos 90.

O game teve um grande impacto nas rodinhas de fliperama por modificar a fórmula clássica de Street Fighter 2, que estava em seu auge na época. Ele mostrava um sistema de luta diferente, com uso de armas e até animais para atacar, além de utilizar o então revolucionário efeito neo-zoom, que foi usado pela primeira vez em Art of Fighting, também da SNK. Era um jogo bastante original e criativo, que ganhou uma sequência ainda melhor.

Desde então vários jogos da série foram lançados para diversas plataformas, sendo a mais notória o Neo Geo. A série principal já se encontra em seu sexto capítulo, lançado em 2005 para PS2, PSP, Wii e fliperamas. Porém esta análise é sobre Samurai Shodown Sen, que pertence à série 3D da franquia, que começou com o Samurai Shodown 64 (lançado para fliperama e não para o console da Nintendo) em 1997.

O que podemos esperar desse novo Samurai Shodown, lançado apenas para fliperamas e Xbox 360? Os títulos em 3D lançados até agora não convenceram ninguém e a maioria dos fãs ainda idolatram os quatro primeiros games da franquia, lançados nos anos 90. Infelizmente não foi desta vez ainda que a SNK reviveu a franquia da maneira que ela merece.  Se você achou que King of Fighters XII era o pior que a SNK poderia fazer é porque ainda não jogou Samurai Shodown Sen. Leia abaixo e descubra porque.

Nem mesmo litros de sangue podem salvar este game

Bom, antes de mais nada vamos começar pelos pontos positivos do game, que não são muitos. O título traz 24 personagens, sendo doze já velhos conhecidos de outros jogos da série, como Haomaru, Galford, Nakoruru e Charlotte e outros doze são lutadores inéditos. Poderia haver bem mais lutadores, é verdade, mas 24 é um bom número (uii) e há bastante variedade entre os lutadores. O game é de longe o mais sangrento e violento de toda a série. Em Sen você pode retalhar os corpos de seus adversários com belos golpes de finalização, no melhor estilo Mortal Kombat. Serão cabeças, mãos, órgãos e sangue voando pela tela, você inclusive pode cortar seu inimigo ao meio, vertical ou horizontalmente. Para quem gosta de sangue e violência, aqui tem de sobra. A apresentação do primeiro Samurai Shodown foi refeita aqui e ficou bem bacana, assim como a tela de seleção de personagens. As músicas também estão boas, muitas vindas dos jogos passados e as vozes estão em japonês e se apresentam bem (não quero nem imaginar como ficaria isso com dublagem em inglês).

E com isso acabamos com os pontos positivos (eu disse que era pouca coisa). Bom, já de cara o que você vai notar (e ficar frustrado) são os gráficos horríveis, que estão longe de usar toda a capacidade do X360. Parece que você está jogando um game da geração passada,  os primeiros títulos para um PS2. Sen é um jogo feio, com um visual porco e relaxado. As animações dos personagens são ridículas, sem carisma nenhum. Mas você pode até pensar “ah, os gráficos podem ser uma bo$#%, mas se a jogabilidade for boa tá valendo”.

Pode esquecer! Chegamos ao próximo ponto lixo do jogo, a jogabilidade. Ela é dura, imprecisa e demora pra responder aos seus comandos, matando assim qualquer chance de salvação do jogo. Ele até apresenta uma boa variedade de golpes, com combos verticais e horizontais, personagens que podem chutar e lançar adversários, uma barra de fúria que aumenta o poder dos seus ataques e permite novos e devastadores golpes. Nada que já não tenha sido usado em outros jogos de luta 3D antes. O único problema é que com a jogabilidade travada fica IMPOSSÍVEL você aplicar os golpes e movimentos que deseja. Esqueça estratégias, o negócio aqui é só ficar apertando botões sem parar.

E como se não bastasse, ainda temos loading times absurdos além de slowdowns extremamente frustrantes. Ele tem a opção de se jogar online, mas todas as vezes que entrei não tinha ninguém jogando essa coisa, então é como se nem tivesse essa opção.

 

 

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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