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Scott Pilgrim Contra o Mundo

– Uma das melhores adaptações games/quadrinhos nos cinemas –

Scott Pilgrim Contra o Mundo (Scott Pilgrim vs the World, EUA-Inglaterra-Canadá, 2010)

Gênero: Ação/Comédia

Direção: Edgar Wright

Duração: 112 minutos

Atores: Michael Cera, Mary Elizabeth Winstead, Brandon Routh, Jason Schwartzman, Aubrey Plaza, Kieran Culkin, Brie Larson, Mae Whitman, Ellen Wong, Anna Kendrick, Mark Webber, Alison Pill, Satya Bhabha

Censura:

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Você que está lendo essa crítica e é fã de videogames, quadrinhos e coisas nerd/geek em geral, faça um grande favor a si mesmo e vá assistir “Scott Pilgrim Contra o Mundo”, sério candidato a filme nerd do ano.

Você já leu nossa nossa análise do jogo baseado no filme, que também é muito bom, agora saiba mais sobre este “novo-clássico-épico-moderno” dos cinemas. Mas antes, se você nunca ouviu falar de Scott Pilgrim, aqui vai um breve resumo: é uma série de quadrinhos composta por seis volumes em preto e branco, com a primeira edição lançada em 2004 e a última em 2010 (inclusive lançado no Brasil, pela Editora Companhia das Letras).

Criado por Brian Lee O’Malley, as histórias têm fortes influências musicais, de quadrinhos, games e cultura pop em geral. Nos quadrinhos (e no cinema e no game) Scott Pilgrim é um canadense de aproximadamente 23 anos, preguiçoso, que não faz nada da vida além de tocar em sua banda de garagem “Sex Bob-Omb”, composta por outros dois colegas (inclusive com uma baterista ruiva que detona).

O filme já revela todo o seu humor em seus minutos iniciais, com Scott sendo zuado pelos amigos por estar namorando uma colegial de 17 anos e “bancando a babá”. Mas as coisas mudam quando ele se apaixona pela misteriosa entregadora de encomendas Ramona Flowers. Mas para ficar com ela, tem um pequeno probleminha: ele deve derrotar a “Liga dos 7 Ex-Namorados do Mal” de Ramona (tem até mulher na lista da ‘pegadora’ – e com estilo de luta da Ivy Valentine). Pronto, está montando o cenário típico de um jogo da geração 8 ou 16 bits.

E assim o filme prossegue, de maneira bem surreal, mas bastante simpático, recheado com cenas de ação frenéticas e editado de uma maneira bastante criativa e inovadora, passando em “fases” e enfrentando “chefões” como se fosse um videogame.

O protagonista que dá nome ao filme é vivido pela desconhecido ator Michael Cera, cuja interpretação não é nenhuma maravilha, mas está bem em seu papel, que é uma mistura de heróis de games como Super Mario, Ryu (Street Fighter) e Link (The Legend of Zelda). O destaque fica para a atriz Mary Elizabeth Winstead, que faz o papel de Ramona, garota descolada dos cabelos roxos/azuis/verde e a “princesa” a ser salva/conquistada, através da evolução e amadurecimento de Scott. A química entre os dois certamente não é a das melhores da história do cinema, mas Mary convence como a “garota dos sonhos”.

Outro que merece destaque é Kieran Culkin (sim, irmão do “pestinha” Macaulay Culkin) como o amigo gay de Scott, o Wallace Wells. O roteiro é bem surreal e está longe de ser um vencedor do Oscar nesta categoria, porém ele cumpre o seu papel: divertir o telespectador. E faz isso muito bem, com piadas criativas e bem colocadas no desenrolar da trama.

Mas se a história não é o forte do filme, o mesmo não pode ser dito das batalhas épicas de Scott contra os ex-namorados de Ramona, com cenas de ação com um raro e frenético entusiasmo que adapta de forma brilhante o mundo dos games/quadrinhos para a tela do cinema. Recheado de onomatopeias, habilidades especiais, golpes sujos e até vidas extras, cada luta contra o próximo chefão fica mais difícil para ser superada. Destaque para a batalha de Scott contra Todd (vivido por Brandon Routh, o novo Super-Homem do filme “Superman: O Retorno“), o terceiro ex-malvado de Ramona, que por ironia do destino (ou não), está com a ex-namorada que despedaçou o coração de Scott, a Natalie “Envy” Adams, agora uma famosa cantora.

Para completar, o filme conta com um trilha-sonora bacaníssima, totalmente inspirada no cenário grunge dos anos 90, o que fica bem claro através da banda “Sex Bom-Omb”, camisetas usadas por Scott e pelas letras simplistas e melancólicas das canções. Além disso conta com temas de games como “The Legend of Zelda: A Link to the Past“, “Super Mario Bros” e efeitos sonoros de “Sonic the Hedgehog“. Para quem gosta de cortes de cabelos, o filme também pode servir de referência, com cortes e penteados variados (e perfeitos na tela), tanto das mulheres como os dos homens (com exceção do ninho de passarinho de Scott).

“Scott Pilgrim Contra o Mundo” infelizmente não fez muito sucesso e foi considerado um fracasso de bilheteria, mas curiosamente, é um dos melhores filmes com estética de videogame que você pode encontrar no mercado, e que na verdade não é baseado em um jogo. Desde já um “clássico nerd pós-moderno”, o longa-metragem é uma das mais bacanas e criativas transposições do universo de quadrinhos/videogames para cinema, que empolga e diverte ao mesmo tempo, que deve ser curtida com descontração. Para quem gosta de cultura pop e histórias de relacionamentos complicados, simplesmente imperdível.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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