Análises

Silpheed

Conheça a SA-77 Silpheed – A Última Esperança da Galáxia

Durante sua carreira de mais ou menos quatro ou cinco anos, o Sega CD teve alguns títulos que certamente se destacavam da sua biblioteca de games. Mas com certeza, nenhum era como “Silpheed!

Se teve um estilo de jogo que se destacou no Sega CD (além dos jogos interativos), com certeza foram os saudosos shooters. Praticamente todos os “jogos de navinha ” que saíram para o console eram de ótima qualidade. Mas não Silpheed… ele era excepcional!!

Foi lançado em 1993 para o Sega CD e mostrava todo o potencial de que o aparelho era capaz, coisa que poucos jogos até então haviam mostrado. Que me desculpem “Gaiares” e “Thunder Force IV“, mas “Silpheed” é com certeza o melhor shooter ever da geração 16 Bits (ok não sejamos tão extremistas, ou no mínimo, que possui o visual mais arrebatador)!

 

O game revolucionava o mercado ao trazer para os videogames gráficos poligonais e cenários pré-renderizados incríveis. Apesar disso, Silpheed não teve tanto impacto no mercado como “Star Fox” para o Super Nintendo, que havia sido lançado uns meses antes. Mas isso se deve ao fato de que o Super Nintendo era bem mais popular que o Sega CD, já que “Silpheed” destrói “Star Fox” em termos gráficos com um pé nas costas. Não há nem comparação (sem querer desmerecer o game da raposinha, que com certeza tem o seus méritos também).

Porém a versão do Sega CD não é original, ela é um remake do jogo lançado originalmente para computadores japoneses em 1986. A versão original não possui os mesmo gráficos poligonais e cenários pré-renderizados da versão CD, que era baseado em gráficos vetoriais 3D. Mas a versão de Sega CD herdou algo da antiga versão: a jogabilidade, que lembra os shooters antigos como “Galaga” (não conhece? Que vergonha, ainda se diz gamer….). Compare as duas versões abaixo. Na versão para Sega CD, o último chefe é tão gigantesco que apenas alguns pedaços dele aparece na tela, enquanto no original podemo vê-lo inteiro na tela.

           Computador vs Sega CD

Salve a Galáxia

A história vai agradar aos fãs de sci-fi. O ano é 3076. O super-computador central da Galáxia, Grayzon, foi dominado por forças terroristas conhecidas como Xacalite e ficou doidão. Planetas são invadidos por naves controladas pelo computador à serviço do mal, frotas coloniais estelares inteiras estão sendo destruídas.

A última esperança de resgatar a ordem na galáxia é pilotar a AS-77 Silpheed, o mais moderno caça tático espacial do sistema, ir até a órbita do planeta Terra onde está situado o computador hackeado Grayzon, destruí-lo e salvar a galáxia. Simples não?

Para ajudar a desenvolver a narrativa, entre as fases há belas cutscenes que contam a história do jogo, através de narrações. Por vezes são mostrados alguns fatos passados e outros o presente.

a sua frota colonial

Gráficos Alucinantes

Com certeza a parte que mais chama atenção em “Silpheed“, os gráficos. Estão maravilhosos, os cenários ao fundo das batalhas são de encher os olhos. Mas vamos por partes, vamos falar sobre a nave e os inimigos.

Os gráficos poligonais da sua espaçonave e das naves inimigas são bem pequenos e não possuem muitos detalhes (lembram um pouco o estilo de Star Fox numa escala bem menor), porém são bem variados, o que é muito bom visualmente.

A escolha em deixar os gráficos das naves principais menores talvez seja uma homenagem ao jogo original dos anos 80 (e aos shooters daquela época) ou então para melhorar na visualização de grandiosidade, quando em comparação aos enormes asteroides ou aos gigantescos cruzadores estelares (a Silpheed fica bem pequena ao lado deles, que ocupam quase a tela inteira – de cara já nos faz lembrar de Star Wars). A Silpheed tem um visual muito bacana e arrojado, você tem uma visão posterior inclinada dela durante o jogo inteiro.

Mas vamos para a melhor parte, os cenários pré-renderizados ao fundo. Enquanto você joga, detonando naves inimigas, muita coisa pode estar acontecendo no cenário espacial lá atrás, dependendo da fase onde você joga. Você pode estar voando na órbita de um planeta, em um campo de asteróides, no meio de uma frota inimiga ou pior, no meio de uma guerra galáctica, com tiros e explosões por todos os lados.

os visuais pré-renderizados são lindos

É tudo muito lindo, a Game Arts soube exatamente como pegar o feeling sci-fi e transportar para o jogo com um visual impressionante, com o uso de polígonos, escala, rotação, zoom e tudo mais que tem direito. Você vai ficar babando quando lá no fundo explodir em mil pedacinhos um cruzador espacial gigantesco aliado ou inimigo, ou quando passar por milhares de asteroides de todos os tipos e tamanhos, ou naves gigantescas no seu encalço apontando mortíferos canhões em sua pequenina nave. Mas fique esperto, alguns desses cenários ao fundo podem te atingir, como os destroços de uma nave ou asteroide ou ainda tiros que saem de uma nave lá distante no espaço e que pode te detonar.

saca só esta sequência… uma nave aliada sendo destruída bem na sua frente

E ainda como bônus, o game oferece algumas cutscenes entre as fases (a história do jogo, por exemplo, só é contada depois que você passa a primeira fase). Belíssimas cenas da sua nave decolando, pousando ou voando entre as frotas aliadas, tudo para enriquecer o clima do jogo e deixar você em ponto de bala para voar pelo espaço.

Na boa, se você não se empolgar com todas estas cenas, larga o controle, desliga o aparelho e vai assistir Gilmore Girls.

Confira abaixo as fases do game:

Stage 1

Depois da abertura detonante de sua nave decolando da sua base, você a pilota pelo espaço. Já de cara um visual espetacular de um planeta ao fundo. Fase fácil, boa para ir se acostumando com os controles e o jeitão do jogo.

olha só que cenário lindo…. no final um chefe bem fácil de destruir

Stage 2

A segunda fase é um campo de asteroides. Aqui além dos inimigos, você tem que se preocupar de se desviar das “pedrinhas” voadoras.

o campo de asteroides tem um visual muito bacana, olha só o tamanho do “catatau” em cima de você

Stage 3

Na terceira fase você irá voar em meio da frota espacial inimiga. Milhares de cruzadores gigantescos à lá Star Wars te aguardam.

é impressionante o tamanho das naves inimigas… momento Star Wars, no final um corredor cheio de inimigos para você atravessar

Stage 4

Fase meio maluca essa. Você vai voar no meio de uma espécia de base inimiga no espaço. Cheia de naves e canhões.

fique esperto nessa fase, que passa numa velocidade maior

Stage 5

E como não poderia faltar, a clássica fase em que sua nave viaja pela dobra espacial (velocidade da luz). Inimigos te atacam aqui também.

sua viagem pela velocidade da luz vai terminar na órbita deste planeta

Stage 6

Mais uma fase em um campo de asteroides, mas desta vez repleta de naves e cruzadores inimigos, prontos para te despedaçar.

olha só o tamanho das coisinhas…. tem até uma Estrela da Morte…

Stage 7

Esta fase também é dentro de uma esquisita base inimiga. Perigo por todos os lados.

fase longa e difícil…. tente sobreviver…

Stage 8

Esta fase é espetacular! Você está bem no meio de uma guerra galáctica. Naves aliadas e inimigas em uma batalha feroz. Tiros, espaçonaves e explosões por todos os lados.

esta fase é o cão chupando manga! Cuidado para não se distrair com o que está acontecendo lá atrás

Stage 9

Você está voando na superfície da Lua, quase chegando ao seu objetivo: A Terra.

em comparação à fase anterior, essa aqui é um passeio no parque

Stage 10

Novamente sobrevoando a superfície, mas agora de um planeta do sistema solar (não me perguntem qual, provavelmente a Terra). Gráficos deslumbrantes!

olha só que visual chapante! Porém a luta com o boss é no espaço… tá vendo aquela coisinha lá no fundo? É o último boss dando uma voltinha enquanto você luta…. ele passa bem do lado

Stage 11

Quase lá campeão. Você acabou de entrar no gigantesco último chefe. Sua missão é ir até o seu núcleo e destruí-lo.

esses tanques não podem ser destruídos, você só pode desviar de seus tiros…. e cuidado com o enxame de naves inimigas e canhões lasers nas paredes…. se for um bom piloto, você chega até o núcleo

é isso aí, você acabou de destruir o núcleo principal, agora é só cair fora rapidinho enquanto tudo vai pelos ares… mas quando você achava que tudo tinha acabado…

…eis que um raio devastador acaba com algumas naves da sua frota

 

…o bichão ainda tá vivo… e está louco pra brincar com você…

Stage 12

Aqui, além de se preocupar de desviar dos raios inimigos (que não são poucos), você tem um tempo limitado para destruí-lo…. senão estará tudo terminado para a humanidade.

seja rápido, pois ele está recarregando seu super tiro para usar contra você… tá vendo esse pequeno raio verde destruidor aí em cima? Não tem como escapar, se ele disparar, um abraço…

parabéns garotão, salvou a galáxia. Agora só voltar para a Terra e agarrar a mulherada como recompensa

Música

A trilha sonora de Silpheed é bem dramática e combina com o clima intenso de batalhas espaciais. Ela é boa, mas não é genial, e perde para outros shooters do Sega CD como “Sol Feace“, “Robo Aleste” e “Lords of Thunder” – até mesmo as versões cartuchos de “Gaiares” e “Thunder Force IV” possuem uma trilha sonora mais poderosa.

Mas eu destaco aqui algumas músicas que usam bem o potencial do CD e que estão excelentes: a música tema de abertura (que foi reaproveitada na versão de PS2), o tema de encerramento e a música da primeira fase (escute ela abiaxo). São com certeza as melhores músicas do game.

Por outro lado, os efeitos sonoros estão perfeitos. Sons de explosões, lasers, alarmes fazem muito bem o seu trabalho. Você ainda poderá ouvir seus companheiros falando com você, ora fazendo piadinhas, ora dando avisos importantes como “turn left!” ou “watch out for the cannon”. Siga o que os caras falam e você vai se dar bem.

 

Jogabilidade

Silpheed tem uma jogabilidade 2D disfarçada pelos gráficos poligonais e pré-renderizados. Como já disse antes, lembra muito os shooters dos anos 80, como Galaga, em que você controla uma nave e precisa destruir zilhões de inimigos. Os mais nostálgicos irão adorar, com certeza.

A jogabilidade da Silpheed é perfeita. Você pode controla-la em todas as direções com movimentos rápidos e precisos. E falando em rapidez, Silpheed tem uma ação bastante frenética, com milhares de naves, tiros vindo para cima de você, isso sem falar das cenas que acontecem ao fundo. E tudo isso sem um slowdown!!! É incrível como o game suporta tantas informações na tela e mantém a ação rápida e precisa. Nota 10 para a Game Arts!

olha o tamanho da criança… por sorte os aliados ajudam a destruí-lo

Mas não adianta apenas atirar nos inimigos. Boa parte do game você vai precisar se desviar de asteroides, naves inimigas e lasers. Ah sim, você não controla a nave para onde quiser, tipo, “vou ali naquela planeta, agora vou para aquele sistema solar…“. Há uma rota já pré-estabelecida que sua nave irá seguir, o que pode limitar um pouco a jogabilidade do jogo. Mas nesta rota, você controla a nave em qualquer direção.

Sua nave é equipada com lasers padrão no começo do game, mas a medida que for avançado novas armas poderão ser escolhidas num total de quatro. Sua nave tem dois disparos laterais, você pode escolher qualquer uma das quatro armas para o lado esquerdo e direito (elas podem ser diferentes) e não poderá troca-las durante o game, apenas no intervalo de uma fase para outra. Escolher a arma certa em determinada fase pode te poupar algumas vidas, já que elas são bem diferentes em poder de destruição e alcance. Jogue com todas para ver onde melhor se adaptam. Você também conta com quatro tipos de bombas, porém essas são limitadas, mas poderosas, ideais para os chefes de fase (e essenciais para o último chefe).

esta é a tela de opções de armas

O jogo possui 12 fases, e meu amigo já vou avisando, é pedreira pura! Você conta apenas com uma vida e os continues são limitados. Dezenas de naves inimigas pipocam na tela, de todas as direções, inclusive de trás da sua nave, então nem sempre fique “colado” no canto da tela.

Em algumas fases, além das naves inimigas, você precisa se preocupar em desviar de asteroides, lasers ou estreitos corredores. Para ajudar, o game oferece itens para recuperar a energia, invencibilidade temporária e bônus points.

olha só o que te aguarda… quem mandou querer ser piloto espacial…

Os chefes de fase em sua maioria não tem nada de especial, com exceção de um ou outro. Eles são bem pequenos e são bem parecidos uns com os outros. Tem uma fase que é até engraçado, você chega no final dela e uma nave inimiga enorme vem pra cima de você, que pensa na hora que é chefão. Mas ela acaba explodindo e no lugar dela vem outra bem menor.

E falando em chefes, o último vai dar bastante dor de cabeça. Além de gigantesco e com canhões por todos os cantos, você tem um tempo limitado para mata-lo. Se você demorar muito, ele vai recarregar a energia do seu canhão principal e vai disparar em cima de você… sem chances de escapar, é game over na hora! E antes de enfrenta-lo, você deve escolher na fase 11 suas armas e bombas, e escolha bem, porque na 12 você irá com elas. Guarde suas bombas para o último chefe (você vai precisar!) e tente não perder muita energia, pois você não terá como recarregar.

Bônus Videos

ABERTURA SEGA CD

ABERTURA PS2

item de colecionador: babe nesta réplica que a Game Arts lançou na época do lançamento do game, vai dizer que não gostaria de um assim no teu quarto?

“Ok Boys, Lets Go Home!”

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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