Análises

Singularity

– Controle o tempo neste divertido FPS –

Você já se arrependeu de coisas que fez e gostaria de voltar no tempo e corrigir os erros cometidos? Pois então este é o conceito que permeia todo o jogo Singularity, um FPS desenvolvido pelo estúdio Raven Software para PC, PS 3 e Xbox 360.

Controlar o tempo não é nenhuma novidade, já que outros jogos já nos ofereceram essa possibilidade, e Singularity possui uma narrativa com esse tema que impressiona, mas infelizmente peca por ideias e visuais já bastante usados em outros games, dando aquela sensação de “dejavu“. Mas apesar dele não ser muito inovador e alcançar novos horizontes no gênero FPS, ele pode se revelar bastante divertido. Vamos por partes e conhecer um pouco mais do jogo.

A história tem início com a chegada das tropas norte-americanas em uma ilha isolada na costa da Rússia chamada “Katorga-12”, um lugar que já foi utilizado para experiências científicas pelo exército russo. Durante a Guerra Fria, em 1955, foi descoberto neste local um elemento de enorme poder conhecido como “E-99”, que seria possível construir armas poderosas, reverter ciclos temporais e até viajar no tempo. Mas as coisas não ocorreram como esperado e uma catástrofe batizada de “Singularity” aconteceu, mas foi acobertado pelo governo russo. Após 55 anos, uma tropa especial é mandada ao local para investigar atividades eletromagnéticas e encontram um complexo totalmente abandonado e esquecido pelo tempo.

Claro que algo acontece e o Singularity é ativado, criando um universo paralelo que provocou a mutação de diversos humanos em monstros violentos, bem como a destruição das construções na ilha. Agora cabe à você, soldado Nate Renko, viajar no tempo para resolver pequenas questões, mudar o rumo da história e desvendar os acontecimentos na ilha de Katorga-12 e quem é o responsável por tudo isso.

Para quem curte histórias de ficção científica, Singularity com certeza irá providenciar uma boa distração, com elementos bem construídos e que ao longo do tempo vão se juntando como um enorme quebra-cabeças. Há espalhados pelos cenários dos jogos vídeos, áudios e textos que irão costurando a história de Katorga-12 e seus habitantes. E o fato de se poder viajar pelo tempo – passado, presente e futuro – adiciona um elemento muito interessante na mecânica do jogo.

E para tal você deve manejar o TMD (Time Manipulation Device), a sua “máquina do tempo”, criada por um cientista em 1955, que permite alterar o rumo das coisas, além de poder mover objetos como caixas e barris explosivos, ou ainda fazer com que um certo elemento envelheça ou rejuvenesça. Além desse aparelho, como todo bom FPS você terá a seu dispor várias armas, como snipers, pistolas, metralhadoras e uma em especial em que você pode controlar as balas (e que torna as coisas bem mais fáceis). Apesar de primar pela ação, o game conta com alguns elementos de estratégia, como coletar o elemento E-99 que pode ser utilizado para fazer upgrades em suas armas e melhorar as habilidades do seu personagem. Nada muito complexo ou inovador, mas que confere ao game algo mais do que apenas sair atirando.

O uso do TMD é com certeza a característisca mais marcante, divertida e inovadora no game. Com ele você poderá usar um poder chamado “Age Revert”, que é capaz de envelhecer ou rejuvenescer objetos (ou inimigos), que será essencial para ultrapassar obstáculos, abrir caminhos e resolver puzzles enquanto avança no jogo. Com ele também é possível utilizar o poder Deadlock, um campo de energia que faz com que tudo que esteja dentro pare no tempo, menos o seu personagem, que poderá tranquilamente eliminar alguns inimigos mais chatos e irritantes. Também serve como um sistema de defesa contra armas inimigas, com tiros e bombas com velocidades reduzidas ao adentrar o campo.

As viagens no tempo contam com algumas diferenças. No passado você vai enfrentar soldados russos, que podem lembrar um Medal of Honor, ou uma parte mais futurista com cenários tenebrosos recheados de criaturas, lembrando games como Bioshock (muitos elementos em comum) ou ainda Dead Space e Resident Evil. Apesar dessa variedade toda, tudo é bastante linear no jogo, não havendo uma profundidade maior no aspecto de exploração ou na alteração do tempo e objetos. Mas o jogo conta com finais diferentes que vão depender das decisões do jogador durante o jogo.

A nível gráfico o jogo não apresenta algo espetacular, mas cumpre bem o seu papel com um motor gráfico Unreal Engine 3 (Gears of War). Alguns cenários são extremamente detalhados, enquanto outros contam com texturas fracas e objetos que se repetem diversas vezes, o que pode acabar cansando visualmente com o tempo. Felizmente não slowdowns, mesmo em locais mais povoados, com uma ação constante. Os personagens secundários não possuem um grande destaque e os monstrengos não são muito variados ou detalhados, mas conta com alguns chefes bacanas, apesar de não oferecem muito desafio. Aliás, os desafios maiores estão nos puzzles ou até mesmo para encontrar uma simples porta, que pode estar bem escondida.

Há ainda um modo multiplayer online, que apesar de ser sempre um bom extra, não adiciona realmente nada de relevante à qualidade geral do jogo. Com apena dois modos de jogo e um ranking mundial.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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